CAP 11

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Enquanto todos comiam em silêncio, fiz esforço para não parecer incomodada com esses quatro homens me encarando como se eu fosse um bicho esquisito

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Enquanto todos comiam em silêncio, fiz esforço para não parecer incomodada com esses quatro homens me encarando como se eu fosse um bicho esquisito.

Eu só queria minha cama e a nevasca.

— Darei uma festa amanhã para compensar a de ontem, então nem pensam em ir para o Ducado hoje.

Tô começando a te odiar real, velho.

Que ótimo, sem nevasca, sem cama, sem Maxi e sem roupa.

— Com todo respeito Vossa Majestade, mas o que iremos vestir amanhã? — Pergunto.

— Não se preocupem com isso. — Diz, simplesmente.

Eu que não vou contrariar, afinal se não tiver as roupas não poderemos ir.

Olho para onde o Príncipe Herdeiro e ele me encara de volta.

— Então vamos aproveitar que estamos aqui, e duelarmos? — Pergunto.

— E como pretende fazer isso, estando ferida? — Pergunta de volta.

— Isso não é nada, estou ótima, não é mesmo Asher? — Fito o Duque, que me encara surpreso mas não fala nada apenas balança a cabeça concordando.

Afasto a cadeira, e com calma me levanto.

— Bom, então eu o espero na arena Vossa Alteza.

Mesmo odiando, faço um coque no cabelo ainda molhado no topo da cabeça.

Agora todos me olham chocados, até mesmo as crianças.

O que foi agora? Dai-me paciência meu Senhor.

— A Duquesa definitivamente não é uma mulher normal. — Solta o Príncipe Levy do nada.

Seu tom de voz é quase um insulto, mas finjo ser um elogio para dar uns tapa nesse garoto.

— Pode me dizer para que lado eu vou para chegar a arena? — Ignoro sua fala complemente.

— Eu te levo. — Responde o Duque, já se levantando.

— Vamos juntos. — Diz o Imperador, pegando a todos de surpresa.

Já disse que esse velho é louco?

Não falamos mais nada, ajudo as crianças descerem das cadeiras, e seguimos todos juntos.

No meio do caminho, encontramos a Princesa Aurora, que depois de falar muito com o Príncipe, nos seguiu em silêncio.

Estou começando a me perguntar por que eu não vou com a cara dessa mulher se eu gostava dela como heroína da novel.

Depois que todos se acomodaram para ver o duelo, seguimos até as armas.

Estava procurando uma espada que não fosse muito pesada, quando o Príncipe para ao meu lado me olhando de cima a baixo.

— Aliás, só agora que percebi, você vai duelar assim? — Pergunta.

— Assim como, Alteza?

— De vestido.

— É o que parece, porque?

Antes que ele respondesse, um rugido se fez presente, seguidos de vários gritos assustados.

Olho para a entrada da arena a tempo de ver Nevasca correndo em minha direção.

Ninguém ousa ficar no caminho dela, e tão longo sinto sua língua no meu rosto.

— Nevasca? Querida, como chegou aqui? — Pergunto, fazendo carinho em sua cabeça e procurando ferimentos pelo seu corpo, ainda bem que não tem nada.

Em questão de segundos vejo nevasca mudar sua postura e encarar mortalmente algo atrás de mim.

Me viro no lugar e vejo o Imperador e seus Filhos vindo até nós, junto com o Duque e as crianças que correm para brincar com a Nevasca.

— Então essa é a famosa nevasca? — Pergunta o Imperador, com curiosidade.

— Sim, ela não estava no Ducado, Agnes? — Responde o Duque, e me pergunta em seguida.

— Sim, eu a deixei no meu quarto como sempre. — Tento controlar a raiva ao perceber sua insinuação.

— São tigres do Norte. — Diz, o Príncipe Levy e concordo com a cabeça, indo pegar qualquer espada, querendo que acabe logo.

Testo o peso da que peguei e fico satisfeita.

Peço a crianças para voltarem para seus lugares e digo o mesmo para nevasca, que logo segue até estar perto das crianças.

Vejo que todos voltaram para os seus lugares, ficando apenas um homem que não conheço, eu e o Príncipe.

Tomo a postura de luta e aguardo enquanto o Príncipe faz o mesmo.

— Em guarda! 3...2...1... Lutem!

Partimos para cima do outro e tenho que confessar que esse bastardo é bom, mas com o passar dos minutos percebo que está se contendo e fico muito irritada, e sem conseguir me segurar acabo avançando e deixando um corte bem perto de suas costelas.

— Não me trate como uma dama indefesa, Alteza. Vai acabar se machucando. — Digo.

— Essa imagem definitivamente não existe mais para mim. — Responde, com muita raiva.

Seguimos assim por um tempo, consegui acertar seu braço e ele me acertou na perna e na barriga.

A todo o tempo, escuto os rugidos de nevasca, as vezes furiosos e outros como se estivesse com dor por me ver ferida.

E quando o Príncipe vem com tudo para cima de mim, acabo me distraindo quando vejo nevasca vindo até mim, e grito para que fique.

Assim que termino de falar paraliso ao sentir a espada do Príncipe atravessando meu peito, bem próximo ao coração.

Viro a cabeça, vendo seu olhar horrorizado e percebo que foi um acidente quando me distrai.

— Puxe de volta. — Falo, o encarando.

Ele sai do transe e me encara mais horrorizado ainda.

— Precisa tirar, agora! — Digo, entredentes.

Ele me encara por segundos, tempo o suficiente para que eu veja uma nevasca furiosa correndo até nois.

Ela vai matar o Príncipe, e esse idiota não tira logo essa merda.

— Se não quiser que nevasca arranque sua cabeça é melhor tirar agora.

Ele finalmente segura firme a espada e tira de uma vez, me fazendo cabalear para frente, e ser segurada por ele.

Encosto a cabeça no seu peito por dois segundos para me acalmar, em seguida me afasto e o coloco atrás de mim.

— Calminha querida, estou bem. — Digo, quando acaba de chegar.

Ela me cheira e ruge alto, faço carinho em seus pelos até que se acalme.

Sinto meu corpo ficar pesado, e antes que caia no chão, braços fortes me seguram.

Nem preciso olhar para cima para ver quem é enquanto ele anda, o cheiro forte do Duque é irritantemente único.

Coloco a cabeça no seu peito, ouvindo seu coração batendo freneticamente.

— Eu perdi... não vou entrar na guarda. — Digo, sentindo uma tristeza horrível por falhar.

— Tsk, que seja! Se não entrar na guarda nós criaremos uma. Agora descanse um pouco, e não se preocupe com as crianças ela estão bem. — Responde o Duque.

E essa foi a primeira vez, em que me senti bem ao seu lado.

Vou esquecer tudo por hoje, e voltar a odia-lo amanhã.

— Obrigado. — Digo, quase num sussurro e me permito fechar os olhos e descansar.

REENCARNEI COMO A MADRASTA DOS FILHOS DO PROTAGONISTA SECUNDÁRIO Onde histórias criam vida. Descubra agora