CAP 10

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Foi tudo tão rápido, que só depois de se recuperarem do choque é que começo a escutar os gritos assustados das pessoas

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Foi tudo tão rápido, que só depois de se recuperarem do choque é que começo a escutar os gritos assustados das pessoas.

Me viro para o Imperador mais uma vez, para me certificar que está tudo bem, e vejo o Duque correndo sozinho em nossa direção.

Quero perguntar onde estão as crianças sinto algo quente escorrer do meu rosto para o meu pescoço, coloco a mão e vejo que é sangue.

Que ótimo, tinha esquecido disso.

Devo estar parecendo uma psicopata agora, toda suja de sangue.

Fingo que não existe sangue nenhum e sorrio para o Imperador.

— Está tudo bem Vossa Majestade?

— Sim, graças a você. — Diz.

Começo a sentir dor do corte que recebi e rezo para que não tenha veneno naquela adaga.

Sou virada com delicadeza e estranho, até ver que era pelo Duque.

Isso é mais estranho ainda.

— Agnes... — Eu não sabia que esse idiota poderia ficar preocupado com alguém além da Princesa e dos filhos. — Você está ferida.

Com calma, assuito com a cabeça.

— As crianças estão bem? — Pergunto, preocupada que tenham visto alguma coisa.

— Sim, estão bem.

— Você sabia. — Diz o segundo Príncipe.

— Sim.

— Como? — Pergunta.

— Eu o vi mais cedo, uma pessoa de capa e capuz em um baile, definitivamente não é normal.

O salão continua agitado mas agora com menos pessoas, quase todas foram embora.

E eu só queria minha cama.

— Podem se retirar, vou enviar um médico para a Duquesa. — Diz o Imperador, e sem querer contestar, nos despedimos e saímos.

Agora que percebo, o Duque continua segurando meu pulso.

Não discuto, por que parece que nem ele percebeu.

— As crianças viram alguma coisa? — Pergunto, quebrando o silêncio.

— Não, eu não deixei. — Respiro aliviada.

Começo a me sentir quente e ofegante e me preocupo se poderia haver veneno na adaga ou é por causa da adrenalina.

Ainda andando começo a cambalear um pouco, o Duque percebe e me encara por alguns segundos até que me pega nos braços e nem reclamo, escosto minha cabeça em seu peito cheiroso e forte e apago.

Ainda andando começo a cambalear um pouco, o Duque percebe e me encara por alguns segundos até que me pega nos braços e nem reclamo, escosto minha cabeça em seu peito cheiroso e forte e apago

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Acordo com gritinhos de crianças e abro os olhos a tempo de ver os dois anjinhos subindo a cama e me abraçando.

Com a força deles encima de mim, acabamos caindo de costas na cama e rimos.

— Crianças! Cuidado. — Alerta a voz grave, e só agora percebo a presença do Duque.

— Está tudo bem, não dói nada. — Olhei para o lugar que agora estava enfaichado e realmante não doía nada, como todas as vezes em que eu me machucada nos treinos e no dia seguinte não tinha mais nada.

Retirei a faixa e parecia que nunca tinha me ferido, tinha apenas um cicatriz bem clarinha.

Senti o olhar do Duque sobre mim e encarei sua face chocada.

É Duque, eu também fiquei assim na primeira vez que vi.

Ele vem na minha direção e se senta na cama ao meu lado quase no automático e passa o dedo por toda a cicatriz.

— Como isso é possível?

— Não faço idéia, sempre foi assim, não deve ser nada demais. — Dou de ombros.

— Nada demais? Você se cura sozinha e isso não é nada demais? — Em um piscar de olhos ele está em pé andando de um lado para o outro.

Eu não posso dizer nada, nem lembrava de ser uma novel de fantasia, nem lembrava que existia magia, ou seja lá o que for isso.

Em nenhum momento da novel citava que a protagonista ou qualquer outro personagem tinha magia ou poderes, já não sei mais o que pensar.

— Existe magia no império ou algo assim? — Pergunto nervosa e curiosa.

E se for como as novels em que as bruxas existem e são queimadas vivas?

Eu não morrer queimada, não mesmo.

Será que vou ter que matar o Duque? Já que eu acabei falando demais.

Bom, eu serei uma viúva e terei as crianças até que não é uma idéia ruim.

Meu Deus, o que eu estou pensando? E como fica as Crianças depois da morte do infeliz? Burra, não pensei nisso antes.

— Já existiram magos, feiticeiros e pessoas com poderes divinos, mas isso foi a mais de 200 anos atrás. — Diz o Duque, e penso que agora terei que estudar muito sobre isso.

Bom, pelo menos não sou uma bruxa, assim eu espero.

— Quando vamos embora? — Mudo de assunto e ele solta um suspiro, vejo que parece cansado mas não tenho interesse em perguntar o porque.

— Depois do café da manhã, o Imperador quer a nossa presença. — Diz, como se não fosse nada.

Atordoada, retiro o lençol do corpo e vejo que ainda estou com o mesmo vestido manchado de sangue.

Como eu vou tomar café com Imperador desse jeito?

Olho para o Duque em busca de uma resposta e ele aponta para o lado esquerdo da cama, onde as crianças cutucam um pano azul, ou melhor, um vestido.

— O Imperador mandou.

Me levanto da cama deixando todos para trás e vou até o banheiro e tomo um banho rápido, olhando para a água vermelha que escorre pelo chão.

Antes do banho, ao entrar no banheiro vi pelo espelho que não tinha sangue no meu rosto, alguém deve ter limpado e agradeço mentalmente quem quer que fosse.

Saio do banheiro de roupão me sentindo desprovida de inteligência ao perceber que não levei o vestido.

Aproveito a distração das crianças ainda com o vestido, e tento secar um pouco dos meus cabelos.

Maxi, eu sinto sua falta.

É impossível secar esse cabelo em tão pouco tempo, além de ser longo é bem volumoso.

Vou até as crianças e elas me entregam o vestido, e volto para me trocar no banheiro.

O maldito vestido tem botões de mais, e não consigo sozinha.

E mais uma vez sinto falta da Maxi.

Saiu do banheiro vestida e coloco a maior cara de inocente no mundo e vou em direção ao Duque, que se encontra encostado á janela.

— Pode me ajudar por favor? — Já viro de costas que é para não dar tempo de negar.

Por que esse idiota não me acordou antes? Já estaríamos comendo uma hora dessa.

Passa quase um minuto e ele ainda nem se mexeu.

Puxo o cabelo para o lado e olho por cima do ombro sua cara paralisada.

— Duque! Vamos nos atrasar mais ainda.

Seus olhos se voltam para os meus e depois ele se aproxima e começa a fechar os botões. Quando termina solto o ar que nem percebi que estava prendendo.

Ignoro totalmente nossas respirações alteradas, e finjo que está tudo normal.

Ainda bem que o vestido cobre toda a parte do ombro e não da para ver que já se curou.

Isso me pouca argumentos que nem tenho.

Chamamos as crianças e descemos todos juntos para o tal café da manhã com o velho.

REENCARNEI COMO A MADRASTA DOS FILHOS DO PROTAGONISTA SECUNDÁRIO Onde histórias criam vida. Descubra agora