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Acho que meu corpo está com a sensação daquele sentimento que me faz ter vontade de sorrir

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Acho que meu corpo está com a sensação daquele sentimento que me faz ter vontade de sorrir. Como ele se chama mesmo?

Felicidade?

Sim. Por mais que eu seja uma casca vazia, por mais que esse sentimento não preenche meu interior por completo, eu estou feliz, muito feliz. Porra, eu vou finalmente sair daqui, vou respirar o ar fora dessas paredes toscas e ter a liberdade de viver outra vez.

Três malditos anos dentro desse inferno, tudo por culpa do sentimento estúpido chamado de amor. Escuto o ranger da porta se abrindo, o rapaz adentra o quarto com roupas em suas mãos, ele as coloca em cima da cama e diz:

- Se vista, ela já está lá fora te esperando - fico em silêncio até que ele se retire, indo até a cama, um enorme sorriso se abre em meus lábios quando vejo minha jaqueta de couro, começo a me vestir, o tecido da calça escorrega pelas tatuagens em minhas pernas.

Quando acabo de me trocar, toco a maçaneta da porta, respiro fundo e a giro, o mesmo rapaz de antes está ao lado de fora, ele faz um gesto para que eu o acompanhe e assim eu faço, passamos pelos corredores até chegar na saída desse purgatório.

Escorrego meu corpo para o lado de fora, e assim que meu corpo sente a luz do sol eu dou um sorriso. Finalmente porra. De longe vejo Viviana encostada em sua BMW cinza, ela sorri para mim, está mais feliz que eu, no começo eu fiquei com ódio dela por me deixar aqui, mas com o passar do tempo vi que era o melhor para mim. O melhor que ela podia fazer. Giro sobre os calcanhares para olhar a clínica de reabilitação pela última vez.

Volto a olhar para a mulher de cabelos pretos que espera ansiosamente para que eu me aproxime, e quando faço ela passa seus braços por minhas costas e me aperta com certa força. Retribuo o seu gesto de afeto porque por mais que eu não diga em voz alta, eu estava com muita saudade dela.

- Já chega, mãe - digo tentando afastar ela de meu corpo, quando sinto o ar faltar em meus pulmões por tamanha força que ela esteja usando - está me deixando sem ar,se queria me matar era só ter me deixado apodrecer lá dentro.

Relutante, ela se afasta e segura meu rosto em suas mãos, seus olhos estão marejados, ela sorri mostrando seus lindos dentes brancos.

- Eu senti tanto sua falta, minha garotinha - ela beija minha testa e me puxa novamente para me abraçar.

- Mãe, você mata essa saudade em casa, agora vamos embora - usando as costas da sua mão, ela limpa as lágrimas que estavam escapando e destrava o carro.

Entro dentro do veículo me acomodando no banco do passageiro, descanso minhas costas no banco de couro e fico observando mamãe entra no carro se sentando no banco do motorista, ela gira a chave na ignição fazendo o motor do carro ronca, e sem muita demora ela da partida. Durante todo o trajeto eu observei Detroit, não estava muito diferente de quando fui internada, mas claro, tinha algumas modificações, pequenas mas dava para notar.

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