Após ser usada pelo namorado e ter sido forçada a ir para a reabilitação, Maeve Harrington se tornou uma garota mais fechada e não permite que muitos se aproximem dela. Após se mudar de cidade com sua mãe, ela foi para uma nova faculdade e lá conhec...
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A dor latente em meus pés faz com que eu ande pisando em ovos, tudo culpa daquela desgraçada, que furou meus pés com a porra daquelas taxinhas.
Ontem mesmo eu queria dar uma lição nela, mas pensando melhor vou fazer isso quando ela menos esperar, e também quando eu tiver em mente o que pretendo fazer como vingança já que ontem cego pela raiva, não consegui pensar em nada.
Mas o que está fora de cogitação é deixar ela sair impune. Entro mancando pelos corredores da universidade, atraindo olhares de alguns estudantes, que certamente, devem achar que estou com problema na musculatura.
Mas os que presenciaram o atrevimento de Harrington sabem muito bem o por que de eu estar andando desta maneira, eu queria tanto agarrar no pescoço fino dela e torcer até que sua pele ficasse rocha, e sua respiração escassa.
Kairon entra em meu campo de visão, ele anda em minha direção com um sorriso traquina no rosto, sinal de que vai implicar comigo por muito tempo, já que Maeve sabe me tirar dos trilhos em poucos minutos, e ele adora ver como fico irritado quando alguém me afronta, nunca senti tanta vontade de esganar alguém como sinto em relação a ela.
É insuportável, ela tem um temperamento que só Deus para aguentar, e infelizmente pelo andar da carruagem terei que suportar ela por muito tempo, já que não tem qualquer sinal que ela vá sair da universidade, e eu muito menos.
- Como anda os pezinhos? - ele brinca, estreito meus olhos em sua direção como um sinal para que ele cale a boca, mas tenho ciência de que ele fará totalmente o contrário.
- Acho que não preciso responder sua pergunta, já que você está vendo bem o jeito como estou andando.
- O que seus pais disseram quando você chegou aleijadinho dos pés em casa?
Como se eles se importassem, fizeram pouco caso quando passei pela porta, apenas olhares de relance eu recebi. Meus pés ainda estavam sangrando, mas isso pouco os interessava, afinal desde quando eles se importavam com o que acontecia comigo? O único som que ouvi foi a reclamação de minha mãe por estar manchando o carpete caríssimo dela com meu sangue.
O pior é que já estou acostumado com a rejeição, e não há sinal algum que um dia isso irá mudar, ao contrário parece só piorar cada dia mais.
- Ficaram preocupados, óbvio - minto, Kairon é meu melhor amigo, mas em todos nossos anos de amizade nunca contei sobre a indiferença dos meus pais, afinal isso não adiantaria de nada.
- Será que você vai conseguir jogar com os pés assim? - questiona, e a preocupação me atinge pois até então eu não tinha parado pra pensar nessas possibilidades.
- Mas que porra - coloco as mãos no rosto - eu juro que se eu não conseguir jogar por causa daquela garota eu vou quebrar o pescoço dela.
- Não é pra tanto - diz e arqueio uma sobrancelha - vai que você tenta enforcar ela e vocês acabam fazendo outra coisa.
