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Dentro da BMW eu observava às  folhas que estavam voando com o vento pela estrada, descansei minhas costas no banco de couro e respirei fundo trazendo o ar fresco e o cheiro da vegetação aos meus pulmões

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Dentro da BMW eu observava às  folhas que estavam voando com o vento pela estrada, descansei minhas costas no banco de couro e respirei fundo trazendo o ar fresco e o cheiro da vegetação aos meus pulmões.

As coisas aconteceram muito rápido, mal saí da clínica e já estava embalando minhas coisas para morar em outra cidade, eu não queria deixar a casa onde cresci com a presença do meu pai. Mas eu realmente precisava de novos ares, as lembranças que tenho de Detroit não ajudariam em nada em minha recuperação psicológica.

Passei três anos internada para me reabilitar, deixando meu corpo limpo, sem nenhum vestígio de drogas, mamãe fez questão que eu fosse acompanhada por uma psicóloga, não me serviu de muita coisa as sessões já que eu continuo com meu psicológico abalado e mente perturbada.

Mas estou mais que disposta de deixar isso para trás, eu quero esquecer tudo que passei, e necessito disso. Refazer a minha vida, pelo menos tentar viver em paz.

Ainda existe aquele incômodo por tudo que aconteceu, eu não vou negar, mas minha prioridade agora é me recuperar dessa decepção e seguir em frente com minha mãe, era hora de tocar minha vida, sem olhar para trás. As únicas lembranças que eu insistiria para permanecer em minha mente são aquelas com meu pai, nenhuma outra.

Os dias passaram voando, Viviana e eu conseguimos organizar tudo antes do final de semana, e aqui estava nós, dentro de um carro, a mais de uma hora, indo para Franklin, em pleno sábado estar enfiada dentro do carro enquanto as músicas horríveis de minha mãe tocavam no rádio.

Deus, eu queria arrancar os meus ouvidos.

- Já estamos chegando? - perguntei pela sexta vez, Viviana bufou impaciente ao meu lado no banco do motorista.

Já fazia um tempão que eu estava enchendo o saco dela, mas poxa, tenta entender né, minha bunda já estava dolorida de estar sentada. E as músicas dela não ajudam em nada, acho que ela queria fazer uma espécie de tortura auditiva comigo por toda raiva que já fiz ela passar.

- Disse a cinco minutos atrás que não - ela tira uma mão do volante e massageia sua têmpora com as pontas dos dedos - a viagem é longa, Maeve, por que não dorme e me deixa dirigir em paz?

- Não tem como dormir quando a senhora insiste em me torturar com essas músicas - digo desviando o olhar da floresta que tem ao lado do asfalto.

Era realmente uma paisagem linda, eu adoraria andar por ela e ver como é floresta a dentro, pelo pouco que vejo é impressão a vegetação, flores pelo chão, arbustos com frutinhas e árvores enormes.

- Minhas músicas são ótimas! - ela se defende, me tirando dos meus devaneios, desviando o olhar da estrada, ela me encara a tempo de me ver reprimindo os lábios contendo a risada - seus gostos musicais são estranhos.

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