Marinette correu até o quarto onde estava sua paciente. Ao chegar lá, haviam três enfermeiras já medindo a saturação, observando os aparelhos e todo aquele caos que fazia a azulada se frustrar mesmo que o paciente sobreviva. Ela pediu o desfibrilador, uma das enfermeiras lhe colocou as luvas enquanto outra posicionava os eletrodos. Marinette começou a massagem cardíaca na paciente.
[Marinette] _Carrega em cem! *A enfermeira aciona a máquina* AFASTA! *Todos se afastam e ela observa o tórax da paciente dar um leve impulso*
Marinette repetiu o procedimento por mais duas vezes, pedindo para aumentar a carga em cento e cinquenta e em duzentos. Félix chegou no quarto e encontrou a azulada fazendo massagem cardíaca na paciente, o barulho que a máquina fazia indicava que já não haviam batimentos cardíacos, Marinette que antes estava feliz pela realização da cirurgia de doze horas (transplante cardíaco), agora estava com os fios bagunçados e alguns grudados no seu rosto pelo suor, seus olhos estavam brilhando pelas lágrimas que os enchiam e ela se negava a derramar, e sua respiração ofegante. Uma enfermeira lhe informou que já estavam ali por pouco mais de vinte minutos.
[Félix] _Drª Chang, se afaste da paciente. *Pediu calmamente mas a azulada permaneceu fazendo a massagem cardíaca na paciente.* _Drª Chang, a paciente faleceu! Preciso que pare a massagem e dite a hora do óbito. *Insistiu com um pouco mais de rigidez, mas a azulada novamente fingiu não ouvir*
_MARINETTE! *gritou fazendo a azulada se assustar e olhá-lo* _Pare! Ela está morta. Fizemos tudo que podíamos fazer. Por favor, diga a hora do óbito. *Pediu mais uma vez, mas desta vez, viu a azulada lhe olhar nos olhos*Félix via a azulada o olhar com dor, ela estava obviamente se culpando. A paciente teve uma hipertensão, e esse era um risco que 25% dos pacientes desenvolvem. Ele sabia, ela sabia, todos sabiam. Mas ele viu em seu olhar a frustração, a raiva, parecia que era mais que a morte de um paciente. Pouco a pouco, bem devagar, Marinette tirou as mãos da paciente, desceu do degrau que subiu para um alcance melhor sobre o tórax da paciente, retirou as luvas e a máscara e por fim, ditou:
[Marinette] _Hora do óbito... *Olha para o relógio de parede* _Oito e trinta e sete da noite. *falou com um tom tristonho e saiu do quarto.
Marinette sabia o que deveria fazer agora, e mesmo que não estivesse pronta, queria o fazer logo para poder sair dali. Seu plantão estava acabando, e só queria ir para sua casa. Nem mesmo tinha vontade de ver Luka agora, somente sua cama. Ela foi até a sala de espera onde estavam a mãe e o namorado da paciente, respirou fundo e tentou dar a notícia da maneira mais calma possível.
Odiava dar aquela notícia porque lembrava de quando também recebeu uma notícia assim. Era sempre as mesmas frases: "fizemos tudo que estava ao nosso alcance", "infelizmente houveram complicações", "ele não resistiu a cirurgia". Marinette sabia que quando percebessem que ela lhes disse que sua paciente havia morrido, nenhuma palavra iria importar, apenas a dor que iria preencher aquelas pessoas. Ela contou aos familiares, e a reação não foi diferente da que tiveram alguns anos atrás. "O que vocês fizeram com ela?", "você matou a minha filha", "eu vou processar esse hospital". Claro, os médicos entendem que essa é a dor do luto invadindo as pessoas, mas não deixava de doer ouvir aquelas coisas.
Marinette se manteve ali por poucos minutos, esperou pacientemente que deixassem de ligar para a presença dela ali e se retirou. Ela tinha pressa em ir embora, então, escreveu seu relatório o mais rápido que pôde sem deixar faltar nenhum detalhe, trocou de roupa no vestiário que por sorte estava vazio, e quando viu que estava com o corpo banhando em adrenalina, resolveu se sentar e suspirou pesadamente.
[Adrien] _Marinette? *Chamou quase em um sussurro, mas o suficiente para a azulada o olhar e ele perceber que desciam lágrimas em seu rosto* _Hey, eu soube da sua paciente. Como você está? *Se senta ao lado dela*
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Troca De Interesses.
ФанфікиMarinette, jovem universitária de 25 anos, acaba de chegar á Paris em meio ao último ano para se formar em Medicina. A filha da melhor neurocirurgiã do país, agora se encontra totalmente sozinha e pressionada com essa mudança imposta pela mãe. ⚠️ Co...