CAPÍTULO 8

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   Assim que Emily deixou a sala, o rei quis ordenar que os guardas a trouxessem de volta à força, mas eu intervi no mesmo momento.

– Majestade, espere por favor. Sei que sou um recém chegado mas acho que usar força neste momento não ajudará em nada. Ela está com raiva agora e se pensar que o senhor tem algo a ver com essa tramóia, também ficará com ódio de ti.

   Eu havia recém chegado na sala, mas tinha escutado tudo que Emily falou dos corredores por conta da altura do grito. Foi tudo uma grande confusão. O conselheiro de confiança do rei lhe disse que eu tinha razão e decidiram deixar Emily em paz e logo depois eu fui acusado e interrogado. A situação estava tão ao meu favor que sequer precisei mentir, a única vez em que faltei com a verdade foi quando disse que não sabia porque Emily estava escondida ouvindo a conversa. Sekani chegou logo depois e como já estava tudo perdido ele admitiu que de fato tinha falado coisas bastante comprometedoras que fizeram Emily ter ciência de toda a farsa. Agora sim. Se havia alguma dúvida ao meu respeito agora não há mais. Todos estão comendo na palma da minha mão. Ninguém mais desconfia que eu me casei com Emily por interesse e como um bônus especial, os acordos comerciais e políticos entre Diamante e Peridot se encerraram completamente. Parece que dei início a uma guerra fria entre as duas maiores potências mundiais, que interessante, e sequer completou dois meses desde que cheguei ao palácio. De qualquer forma isso faz com que Peridot precise ainda mais de Bismuto e suas alianças, pois nada impede Diamante de crescer até se tornar o novo maior império da Terra. Depois de tudo, o rei e sua corte deixaram claro para mim as regras sobre como eu deveria agir referente a Emily. Eu já conhecia essas regras estúpidas mas eles fizeram questão de reforçar sobre como a princesa deve ser mantida no escuro referente as ações do imperador e sobre o mundo exterior ser um lugar onde existe fome, pobreza, prostituição e etc.
   Depois da reunião mais demorada e conturbada da minha vida, finalmente pude tomar um banho e dormir. Pulei o jantar e deduzi que Emily resolveu ficar em um lugar mais aconchegante, apenas seu, para lamentar as mágoas. Ela muito provavelmente deve estar em seu antigo quarto.
   Minha noite de sono é tranquila. Eu acordo e após fazer minha higiene, ordenou a um trio de criadas que reúnam uma lista de coisas para mim. Quando já são 10:00 da manhã, me dirijo ao antigo quarto de Emily e vejo dois guardas guardando a entrada.

– Bom dia senhores. A princesa se encontra?

– A princesa está indisposta e não quer ser incomodada.

– Diga a ela que seu marido gostaria de entrar para falar com ela e que trouxe vinho comigo. Se mesmo assim ela não quiser me ver eu me retiro.

   O guarda entra no quarto e poucos momentos depois me autoriza a entrar. Mas é claro que ela me deixaria entrar. Essa mulher não recusaria vinho nem se estivesse à beira da morte. Nem mesmo se a taça estivesse sendo oferecida pelo capeta em pessoa.
   Eu entro juntamente com as três criadas que carregam a cesta com cinco garrafas de vinho e taças, a cesta com doces e a com frutas. Eu peço que deixem em cima da cama e após obedecerem elas se retiram.
   Emily estava deitada, completamente coberta e só saiu de seu "casulo" quando restou apenas eu e ela no quarto.

– Bom dia, meu amor. Está melhor?

– Vou ficar assim que beber até esquecer meu nome.

– Ou seja, está normal.

– Cala a boca e me passa logo uma das garrafas!

– Eu ordenei que pusessem taças, mas acredito que você vá beber direto do gargalo.

– Com certeza!

EMILY E LIAN: A PRINCESA PRISIONEIRA E O IMPERADOR DO CAOSOnde histórias criam vida. Descubra agora