CAPÍTULO 25

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   Conforme toco a melodia suave do violino, penso no quanto mudei nesses últimos meses. Quando me casei com Lian, eu era uma pessoa completamente diferente da que sou hoje e confesso que me sinto bem com isso.
   As notas saem com uma harmonia perfeita enquanto meus pensamentos vagam.
   Uma semana se passou desde que Lian e eu fizemos as pazes. Apesar de parte de mim hesitar às vezes e questionar se esse realmente é o caminho certo a se tomar, as memórias de tudo que vi, ouvi e presenciei me fazem acordar para a realidade e aceitar a idéia. Eu confio em Lian. Confio cegamente nele e também confio em Niara e Isac, eles sabem melhor que ninguém aquilo que deve ser feito e portanto, eu vou apoiá-los. No fundo, eu sei que é o certo a se fazer!
   Às vezes, converso com Isac sobre isso. Ele é gentil e compreensivo e me entende muito bem. Assim como eu, Isac não gosta nenhum pouco de mortes, mas está disposto a tudo por um futuro melhor. Fico feliz de ter um amigo como ele para desabafar. Daqui a 7 dias, ele e Niara voltarão para Bismuto e eu devo admitir que me sentirei um tanto sozinha sem eles. Lian me proporciona noites maravilhosas e nossas refeições juntos são muito boas, mas ele ainda continua extremamente atarefado com reuniões importantes e revisão de documentos.
   Eu paro de tocar e abro os olhos, levando um susto ao ver Isac recostado na parede me observando.

– Ah! Qual é a de vocês!? Até tu Isac!?

   Por que esse trio tem a estranha mania de surgir do nada!?
   Ele fechou os olhos para dar aquele sorriso sem graça antes de se aproximar com calma de mim.

– Desculpe princesa, não foi a intenção. Você estava tocando tão lindamente que eu não tive coragem de interromper, apenas isso.

   Eu guardo o violino em seu lugar e me viro para ele.

– Tá, tudo bem. Só, por favor não faça mais isso. Já basta os irmãos calamidade pra me assombrar.

   Disse me referindo a Lian e Niara.

– Mas… por que veio?

– Ah! Sim…

   Isac assume uma expressão séria e um tanto receosa quando diz as palavras.

– Nós temos uma visita. O herdeiro do Império Diamante, Sekani, está aqui e deseja uma audiência com o imperador e sua esposa.

– O quê!? Sekani está aqui!?

   Meus olhos arregalam e meu coração dispara. A última vez que vi Sekani foi quando descobri sobre a farsa. Aquele idiota desgraçado mentiu pra mim e me manipulou a vida inteira!

– Princesa?

– Me leve até ele.

   Eu ordeno com o tom de voz mais determinado que possuo e Isac obedece. Quando chego na sala do trono vejo que Lian já está sentado em seu lugar, imponente como sempre, tão belo quando o Deus do inferno, com aqueles trajes pretos repletos de adornos prateados. Niara está ao seu lado e soldados cercam o salão enquanto Sekani se encontra sozinho. Logo que o vejo, meu ódio me domina e tomada pelo impulso, eu vou direto até ele.

– Emil-

   Eu o calo com o soco mais forte que consigo dar. Fico feliz ao ver gotas de sangue pintarem por entre seus dentes. Ouço Niara deixar escapar uma risada ao fundo, mas continuo o encarando.

– É muita cara de pau sua dar as caras por aqui!

   Sekani me encara com o rosto mais atônito que já o vi expressar, ele põe a mão na bochecha e contrariando todas as espectativas, deixa escapar um sorriso que me enfurece profundamente.

– Porque está sorrindo seu desgraçado!?

   Eu levanto minha mão para bater nele novamente, mas sinto alguém a segurar, quando olho para trás, vejo meu marido me impedindo de bater em seu ex concorrente.

EMILY E LIAN: A PRINCESA PRISIONEIRA E O IMPERADOR DO CAOSOnde histórias criam vida. Descubra agora