10 - Corações Atormentados.

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Carl Grimes passou horas trancado em seu quarto, pensando sobre o que havia acontecido á alguns dias atrás, pensou sobre Negan, sobre os Salvadores, sobre Evie Wheeler, e é claro, no restante das horas ele se lamentava sobre Glenn e Abraham

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Carl Grimes passou horas trancado em seu quarto, pensando sobre o que havia acontecido á alguns dias atrás, pensou sobre Negan, sobre os Salvadores, sobre Evie Wheeler, e é claro, no restante das horas ele se lamentava sobre Glenn e Abraham. Mas o fato é que pensar não responderia suas perguntas, nem traria seus amigos de volta.

Mas uma coisa é certa, ele estava com raiva, muita raiva. Raiva de seu pai por se submeter a Negan, raiva de Negan por matar Glenn e Abraham, raiva das pessoas que seguiam suas vidas, raiva do mundo. Ele sentia raiva de Evie, ele passou horas e horas tentando processar o fato de que Evie Wheeler estava viva, e que fazia parte dos Salvadores, e quando seu cerébro finalmente aceitou esse fato, o ódio de seu coração o dominou. Por que ela havia ido embora? Por que ela fazia parte dos Salvadores? Por que ela era amiga dos caras que haviam o roubado? Por que ela não fez nada para impedir a morte de Glenn?

Quando ele ouviu barulho de carros se aproximando, ele levantou de sua cama para olhar a janela, eles abriam os portões, deixando entrarem exatos 5 carros, que Carl presumiu serem dos Salvadores. Ao caminhar para a frente do portão, as pessoas desagradáveis e familiares saiam dos carros, e isso incluia 3 jovens. Evie e Carl se encaravam de longe, tentando se comunicar com olhares, mas se bem que, nenhum dos dois sabia o que dizer. Carl não havia parado para prestar atenção no quanto Evie Wheeler mudara, claro que seus traços continuavam os mesmos, ao ponto de ele conseguir reconhecer ela em uma noite com neblina e mal iluminada, mas ela obviamente havia crescido, estava mais alta, com curvas e corpo definido por conta do crescimento, seus cabelos que eram acima do ombro haviam crescido bastante também, mas, principalmente seus olhos, eles pareciam cansados, sempre inchados e com marcas de olheiras, diferente dos olhos cheios de esperança e brilho que ele havia conhecido.

- Ei! aberração! - O garoto ao seu lado acenava para ele como se fossem amigos de longa data, ele caminhava em sua direção, seguido por Evie e o outro, ela parecia resmungar algo.

- Quanto tempo, não é? Como você 'ta? Ja sente falta dos seus amiguinhos? - Ele o provocava, tentando o tirar do sério, Carl, por outro lado apenas o encarava, tentando não deixar suas emoções o dominarem.

- David, para... - Foi a primeira vez que ele ouviu a voz dela desde então, saiu como um susurro, mas permaneceu em sua mente minutos depois de ser pronunciado.

- Ele não liga, não é aberração? Vem cá, você usa essa merda equisita por que? Quer imitar um pirata ou algo assim? Será que tem alguma coisa por baixo... - Ele estende a mão para puxar o curativo no rosto de Carl, mas ele o impede, segurando seu pulso fortemente.

- Cai fora... - Foi a única coisa que ele disse, empurrando o cara que ele descobriu se chamar David.

- Depois de tudo o que fizeram, acha mesmo que vou receber você e seu pessoal de braços abertos? - Evie sentiu uma pontada desagradável em seu coração quando o ouviu dizer a simples palavra "fizeram".

- O que nós fizemos? Vocês nos atacaram também! Mataram muito mais de nossos homens, eles tinham família também sabia? Amigos... -  A cada palavra que ele pronunciava, Carl sentia seu sangue ferver, eles terem atirado em alguns de seus "soldados" não chegava nem perto daquele show sangrento, as lembranças da tortura psicológica que ele havia feito com seu pai, quando quase o fez cortar seu braço, elas continuavam a invadir sua cabeça todas as noites antes de cair no sono.

- É diferente

- Por que? Se no final todos eles vão se reencontrar no inferno - O punho de Carl foi mais rápido que seus pensamentos, e a partir do momento em que ele atingira o primeiro soco, David o empurrou, derrubando os dois no chão,  o golpeando várias vezes no rosto, eles continuaram a briga até chegar mais pessoas para separá-los.

David tentava empurrar as pessoas que o seguravam, enquanto Carl caminhava para sua casa em passos apressados, na tentativa de não ouvir as broncas de seu pai.

Entrou em sua casa fechando a porta com força, mas, antes que ela pudesse bater contra a parede, foi segurada por alguém, alguém que havia o seguido até lá.

- Carl? - Ele se virou para poder encara-lá novamente, limpou o sangue que escorria de seu nariz com a mão antes de falar com ela pela primeira vez, depois de tanto tempo.

- O que você quer? - Seu tom saiu ríspido e grosseiro, ele não tentou disfarçar a raiva que sentia naquele momento.

- ... Como você 'ta? - Ela parecia tão perdida quanto ele, tão confusa quanto ele.

- Ótimo! - Ele respondeu com ironia, ela suspirou e soltou a alça da mochila de um de seus ombro antes de abri-lá, retirando as hq's que David e seu amigo haviam roubado dias antes.

- Acho que isso é seu - Ela estendeu a mão para entrega-lo, com cuidado, Carl pegou de sua mão, antes deixa-lá em cima de uma bancada qualquer.

- Que ótimos amigos você tem - Ela abaixou seus olhos antes de responde-lo em volume baixo.

- Me desculpa por ele, me desculpa por tudo isso na verdade...

- Você vai me explicar o que aconteceu? Até algumas semanas atrás eu achava que você estava morta

- É mais complicado do que imagina, aquele dia... eu acabei fugindo no meio da confusão...

- Por que não voltou? - Ele parecia desacreditar de suas palavras.

- Eu tentei! Mas quando consegui vocês não estavam mais lá - Ele massegeou suas temporas como se ainda estivesse tentando digerir informações, se ela não tivesse fugido, como eles estariam hoje?

- E o Negan? Por que está com ele? Como você explica isso!? - Seu tom acabou saindo mais alto que o esperado, mas ele precisava de respostas!

- Foi por acaso, ok? Eu estava sozinha e perdida, e ele acabou me encontrando! E agora... - Ela achou melhor poupa-lo de informações, a confusão de sua mente estava estampada no rosto de Carl e ela não queria confundir ele mais ainda.

- E agora você faz parte de um grupo de sociopatas que mataram o Glenn - Ela não se surpreendeu com suas palavras, até por que outra coisa que ele não fazia questão de esconder era seu ódio. Mas ela permaneceu em silêncio esperando ele colocar o que sentia para fora.

- Você nem se quer conseguiu olhar, saiu correndo antes que ele os matasse. Você é uma covarde - Ele cuspiu as palavras em seu rosto, mas ela continuou imóvel e em silêncio, era impossível decifrar suas emoções, o que irritava o Grimes ainda mais.

Em vez disso ela apenas se virou e saiu, sem expressar o que sentia, deixando um Carl Grimes frustrado para trás. Ela refletia sobre suas palavras, e ela achava que ele estava certo "Evie Wheeler era uma covarde".

Ele se arrependia de suas palavras? Talvez, mas não importava, ele não estava no momento de medir gentileza. Por que ele sabia que aquilo não traria Glenn e Abraham de volta.

Segunda Chance - Carl GrimesOnde histórias criam vida. Descubra agora