o mar e Iemanjá.

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corri até o mar
e pude me molhar
sem ser nas minhas próprias
lágrimas pra variar.

mas de verdade, eu queria me afogar
para ver se a vontade de ter te novamente, fosse me deixar,
mas o desejo intenso
de ter-te comigo, só me fez boiar.

até a areia fui arrastada,
completamente machucada,
mas mamãe Iemanjá estava lá
para me reanimar.

eu gritava por socorro
mamãe tentava me acalmar
me dando uns caldos
de água salgada
para que os ferimentos
pudessem cicatrizar

me perdoe por vir aqui,
mas pensei que no mar
pudesse esquecer
aquela paixão que tanto
me fez sofrer.

abro os olhos e vejo muita
gente ao meu redor,
não sei se estou viva
mas meu corpo
queima por inteiro.

parece a mesma sensação
que senti
quando lhe vi partir,
levando um pedaço de mim.

Cartas de uma pequena poetaOnde histórias criam vida. Descubra agora