Desejo

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Raphael nunca teria admitido que tinha sentimentos fortes pelo irmão. A princípio ele confundiu esse sentimento com ódio. Leonardo era um chato, autoritário, pomposo, um pé no saco, mas havia algo nele que atraiu Raph.

Ele sabia que não era certo ter esse tipo de sentimento por seu irmão, então fez o possível para escondê-los. Infelizmente, seu método de esconder seus sentimentos era através da raiva e afastando o objeto de seu desejo. Era mais fácil desse jeito. Se Leonardo, ou pior, Mestre Splinter, algum dia descobrisse como realmente se sentia, não havia como saber que tipo de punição seria aplicada.

Ele pensou que acabaria superando isso, mas com o passar dos anos seus desejos só ficaram mais fortes. Tanto que começou a ter fantasias com Leo. Na tentativa de acalmá-los, Raph começou a beber. Isso não ajudou totalmente, mas não o fez parar.

Infelizmente, ficar bêbado nem sempre foi uma opção. Não era como se eles pudessem ir até a loja e comprar um pouco de cerveja. Então, quando seus desejos eram altos e ele não tinha nada para beber, Raph simplesmente saía e saía para correr, na esperança de encontrar um bandido para que pudesse desabafar suas frustrações em seus rostos.

Uma noite, quando seus desejos eram quase insuportáveis, Raph estava passeando quando encontrou uma caixa cheia de 24 cervejas. Ele não tinha ideia de como aquilo foi parar ali, provavelmente algum bêbado o deixou, mas ele não estava disposto a recusar cerveja grátis. Pegando a maleta, Raph voltou para o covil. Ele iria reprimir o desejo ardente com algumas latas e talvez dormir um pouco.

Ele voltou para casa e encontrou o Líder Destemido esperando por ele. Os dois irmãos se entreolharam assim que seus olhos se encontraram. Sem dizer uma palavra, Raphael virou-se para seu quarto. Ele não queria lidar com as importunações de seu irmão. De qualquer forma, era sempre a mesma palestra de sempre, ele sabia de cor.

“Papai se preocupa toda vez que você sai sozinho”, disse Leo. Sempre o mesmo.

“Então você me contou,” Raph respondeu, continuando seu caminho para seu quarto.

"O que é isso?" Leo perguntou, seguindo Raph. Por que ele não podia simplesmente deixar as coisas passarem? Raph não estava em condições de ficar perto de seu irmão.

Tentando disfarçar seu nervosismo, Raph soltou um suspiro e revirou os olhos. "Cerveja."

“Onde você conseguiu isso?” Leo persistiu.

“Encontrei”, respondeu Raph. Ele entrou em seu quarto e se virou para fechar a porta, mas Leo não deixou.

“Você não planeja beber tudo em uma noite, não é?”

Raph olhou para a maleta e depois para Leo, incrédulo. Balançando a cabeça, ele respondeu: “Não. Isso vai durar uma semana. Eu gosto de beber para ficar tonto, para me acalmar, não... ficar com tanta cara de merda que posso morrer de bêbado."

“Bom”, disse Leo, cruzando os braços sobre o plastrão. Ele era um idiota pomposo e Raph queria desesperadamente beijá-lo. “Pessoalmente, não acho que você deveria beber mais de um, se é que deveria beber algum.”

Raph soltou uma risada. “Um não teria efeito sobre mim. Você, por outro lado...” Raph sorriu para o irmão enquanto colocava a caixa de cerveja no chão. "Agora, se você não se importa..." ele apontou para a porta, "eu gostaria de beber algumas cervejas e relaxar."

Não planejado (Raphnardo) - | TRADUÇÃO |Onde histórias criam vida. Descubra agora