Entrega

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Leonardo passou o resto da semana dividindo a cama dos irmãos. É certo que isso ajudou com sua ansiedade e todas as manhãs ele acordava sentindo-se revigorado.

Era estranho dormir entre amantes, sabendo que, mesmo que não tivessem dito isso direito, queriam que ele fizesse parte do relacionamento deles. Não que ele se opusesse à ideia. Ele simplesmente não conseguia fazer isso sem Raphael.

Um acordo foi alcançado com Donatello. A busca continuaria, mas não todas as noites. Ajudou saber que toda a Força de Justiça estava auxiliando na busca. Se algum dia localizassem Raphael, deveriam entrar em contato com Leo imediatamente.

Leonardo sabia que Donny queria que ele deixasse Raph ir, mas não era capaz de fazer isso. Havia uma preocupação no fundo de sua mente que lhe dizia que precisava encontrá-lo e Splinter concordou. O pai deles queria que Raph fosse encontrado tanto quanto Leo.

Enquanto Leo se preparava para sair em patrulha, um dos médicos correu até ele. “Um dos ovos está chocando!”

Cheio de uma estranha mistura de emoções, o mundo pareceu parar. Ele esperava encontrar Raph antes de nascerem. Apesar de tudo, ele manteve a crença de que poderiam ser felizes juntos. Doía-lhe que Raph não estivesse aqui para este momento de alegria.

Deixando suas espadas, Leo seguiu o médico. Parecia surreal saber que ele estava a caminho para ver uma criança que criou. “Qual deles está chocando?” Leo perguntou.

“O grande problema”, respondeu o médico. “Achamos que o movimento dele foi o que causou o rompimento da casca.”

Os gritos do bebê ecoando pelo corredor. A clareza deles levou Leo a acreditar que, no mínimo, o rosto estava exposto. Estimulado pelo desejo, o passo rápido de Leo transformou-se num trote.

Splinter, Mikey e Don já estavam no berçário, observando à distância. Todos concordaram que fariam o possível para garantir que Leo fosse a primeira pessoa que os bebês veriam.

“Que bom que você chegou aqui tão rápido”, disse outro médico. “Ele está fazendo um trabalho rápido destruindo aquela casca. Ele quer sair."

Uma enfermeira puxou Leo de lado antes que ele tivesse a chance de correr até o filho. “Lave as mãos”, ela instruiu. Quando Leo hesitou, ela insistiu. “Ele não vai a lugar nenhum. Você não quer que ele fique doente, quer?

A contragosto, Leo fez o que lhe foi instruído. Durante todo o tempo em que Leo esfregou as mãos e os braços, seu coração batia forte. Quando a enfermeira ficou satisfeita, ela entregou uma toalha a Leo. “Agora vá ver seu bebê.”

Com o estômago embrulhado, Leo atravessou a sala. A casca foi quase completamente rasgada, expondo a maior parte do bebê dentro dela. Ele gritou de frustração enquanto lutava contra os restos mortais.

Olhando para baixo, Leo sentiu-se preenchido por uma intensa quantidade de amor. Ele não tinha ideia de que tal sentimento fosse possível. Ele daria alegremente sua vida pela pequena criatura à sua frente e, ao mesmo tempo, sentiria como se tivesse um desejo renovado de viver.

Seu corpo se movia sozinho, retirando cuidadosamente o resto da casca do bebê. Aterrorizado e exultante, Leo deslizou a mão sob a cabeça e a parte inferior e levantou-o.

Havia um equilíbrio delicado em segurar um bebê se contorcendo. Ele precisava ser firme o suficiente para não deixá-lo cair, mas gentil o suficiente para não machucar.

Não planejado (Raphnardo) - | TRADUÇÃO |Onde histórias criam vida. Descubra agora