Desespero.

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Assim que Raph voltou para casa, foi direto para o dojo. Bater os punhos no saco de pancadas ajudou a clarear sua cabeça. Agora, ele precisava pensar.

Ele não conseguia acreditar no que estava acontecendo. Lá estava ele, uma aberração entre aberrações. Uma menina que não sabia que era menina porque também tinha partes de menino e agora carregava os filhos do irmão sem ter como se livrar deles.

Ele socou o saco com toda a força, a força do golpe causando pontadas de dor em seu braço. O que seus irmãos iriam dizer? Como eles iriam reagir? Depois houve Splinter.

Só o pensamento de seu pai olhando para ele com uma decepção silenciosa fez o estômago de Raph revirar.

"Você está certo?"

Raph fez uma pausa no meio do soco e se virou para ver Leo parado atrás dele. Ele nem tinha ouvido o bastardo furtivo entrar. Colocando as mãos na bolsa para firmá-la, Raph balançou a cabeça. "Eu estou bem."

“Onde você esteve?” Leo perguntou, aproximando-se. Não havia acusação em sua voz, apenas uma simples curiosidade.

“Don estava ocupado”, respondeu Raph. “Então, fui ver Leatherhead.”

Houve um lampejo de preocupação nos olhos de Leo. “O que ele disse?” Embora Leo fizesse o possível para não demonstrar, Raph sabia que Leo estava preocupado.

"Estou bem." Raph forçou um sorriso e levantou as mãos defensivamente na tentativa de acalmar os nervos de Leo. "Estou bem."

Leo acenou com a cabeça. "Bom." Depois de uma rápida olhada ao redor do dojo, Leo avançou e puxou Raph para um abraço. Eles ficaram abraçados o máximo que ousaram antes de se separarem. Leo mais uma vez examinou o dojo antes de se dirigir a Raph. “Se está tudo bem, por que você parecia tão chateado?”

Raph encolheu os ombros enquanto pensava em como responder. “Eu... uh... eu não sei. Estou tentando limpar minha cabeça de pensamentos ridículos, eu acho.”

"Como o que?" Leo perguntou, mantendo os olhos fixos em Raph.

"Você já…?" Raph suspirou e voltou seu olhar para o chão. Ele precisava pensar em uma maneira de saber a opinião de Leo sobre a situação sem revelar nada. “Você já desejou que pudéssemos ter filhos?” Ele olhou de volta para Leo e viu uma expressão de olhos arregalados. Isso teria feito Raph rir se ele não estivesse tão assustado.

Leo se atrapalhou com as palavras, algo que era uma raridade. “Eu estaria mentindo se dissesse não”, ele finalmente conseguiu dizer, balançando a cabeça. “Mas, ao mesmo tempo, é bom que não possamos.”

“Você seria um ótimo pai”, Raph respondeu sem pensar. “E eu sei que um dia você gostaria de ser um mestre com seus próprios alunos.”

Sorrindo, Leo assentiu, mas então o sorriso desapareceu e ele começou a balançar a cabeça mais uma vez. “Seria bom, mas…. Basta pensar no tipo de vida que temos. Não seria justo envolver crianças nisso. Temos tantos inimigos e tão pouca liberdade. Não. Ainda bem que não podemos ter filhos.

Respirando fundo, Raph soltou o ar lentamente. "Você tem razão. Como eu disse, era um pensamento ridículo.”

“O que causou isso?” Léo perguntou. “Foi por causa do que Mikey disse esta manhã?”

Não planejado (Raphnardo) - | TRADUÇÃO |Onde histórias criam vida. Descubra agora