43 - Você me odeia?

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Chegando na mansão, não havia ninguém lá. Estava tudo silencioso. Subi as escadas e fui direto pro quarto, tomei um banho e vesti um pijama.

Fiquei sentada na janela, me sentindo a pessoa mais idiota do mundo, por ter magoado alguém que daria tudo pra estar do meu lado. Eu sou egoísta e compulsiva, falo as coisas sem pensar e acabo machucando pessoas que não merecem nada disso. Elijah não merecia, eu não o mereço e nunca vou o merecer.

Eu sai de meus pensamentos com Stefan entrando no quarto. Eu sorri e fui até ele, tentei o beijar mas ele não permitiu, e percebi na mesma hora que tinha algo errado

- O que foi? - Perguntei

- O que fazia na casa do Klaus, Haille? - o mesmo perguntou, em um tom de ciúmes e desconfiança

- Bom, eu não tive escolha de ir até lá, Stefan, eu estava desacordada porque eu tenho uma família não muito normal. - eu estava cansada, cansada de tudo isso e a pessoa que eu menos esperava me cobrar algo, me cobrou

- Se passou horas Haille, tem noção do que eu imaginei que poderia ter acontecido com você? - O mesmo esbravejou

- Não tenho tempo pra isso - Tentei passar pelo mesmo e ele entrou na minha frente

- Me diga a verdade, pelo menos uma vez na vida - O mesmo disse

- Droga, Stefan, qual é o seu problema? O que você quer? O que quer que eu diga? - Gritei e pude perceber o mesmo mais bravo

- Quero que me diga que esse tempo todo, não estava com o Elijah - Exclamou e foi aí que entendi tudo

- Então é isso, sério? Está com ciúmes. - Conclui e ele bufou - Tá, você quer a verdade, eu vou te dizer a verdade. Eu estava sim com o Elijah - o mesmo me olhou sem acreditar - E acabei o magoando Stefan, disse verdades na cara dele, disse que amava você e que sempre vou amar você. O machuquei por você, por que eu amo você. Então, antes de querer descontar em mim lembre se que eu larguei a minha vida de vingança por sua causa - Joguei tudo na cara dele e sai dali. Eu vi ele vindo atrás, mas sumi na mesma hora.

Era uma pressão que eu não estava aguentando. Um nó na minha garganta se forma toda vez que lembro que eu não tenho mais família. Que meu pai é um louco sociopata, e que perdi a única pessoa que se importava comigo, ou nem isso. A minha cabeça dói, meu peito se contorce de dor. No fim de tudo, eu posso estar sozinha.

Eu amanheci acordada, eu não sei como, mas eu amanheci, voltei pra mansão bem cedo e já estavam todos acordados. Tentei passar despercebida subindo para o quarto, mas Damon e essas brincadeiras dele.

- Parece que os pombinhos tiveram um briguinha - Exclamou, olhei rapidamente para o mesmo e Stefan estava ao lado dele, ele desviou o olhar logo em seguida

- Me poupe, Damon - Esbravejei e subi para o quarto, me olhei no espelho e percebi que:

Mas que merda, eu sai pra rua de PIJAMA?

Fui para de baixo do chuveiro e tomei um banho bem demorado, vesti uma roupa confortável. Me deitei na cama, deixando os pensamentos me levar, até sentir um cheiro forte invadir o quarto.

Desci as escadas rapidamente e vi todos ficando em silêncio logo quando eu chego.

- O que tá havendo? Que cheiro é esse? - Exclamei sem entender

- Haille, antes de tudo, tem que saber que a culpa não foi nossa - Bonnie se aproximou de mim

- Talvez, tenha sido minha. Se tem que odiar alguém, sou eu. - Damon exclamou sem fazer contato visual comigo

- Gente, o que tá havendo? - Perguntei, sentindo um calafrios tomar conta de mim

Quando Stefan entrou na sala, ele carregava um corpo coberto, e foi aí que o cheiro ficou ainda mais forte.

Ele me olhou, e depois finalmente tirou a coberta do corpo e....

Era meu pai, Kai Parker morto.

Nessa hora eu senti minhas pernas falhando, e uma dor atingiu meu peito. Não importa o que ele fez pra mim, ou para meus amigos, eu tentava de todo jeito o entender e talvez, só talvez, ele também podia me entender.

Meu pai estava morto, bem na minha frente, ele morreu, e eu não sabia que ele estava morrendo. Na verdade, eu nem sabia de absolutamente nada. Quando menos percebi, eu estava chorando, todos me olharam e antes que poderiam dizer algo, eu sumi de vista.

Eu sabia quem foi, sabia exatamente quem foi.

Entrei na mansão sem hesitar, eu não sabia o que estava fazendo, mas sabia o que eu sentia, e era raiva, esse era um dos meus maiores problemas, a raiva.

Quando cheguei e entrei dentro da mansão do poderoso Klaus Mikaelson, todos me olharam, estava ele, a tal lobisomem, Elijah, Kol e Rebeka, e tinha mais aqueles híbridos idiotas dele,ou melhor, os cachorrinhos dele, não importa. Eles me olharam de surpresa, mas meus olhos só estavam em Klaus

Ele sorriu e caminhou até mim, mas não permitir mais nenhum passo e o coloquei contra a parede.

- QUEM VOCÊ ACHA QUE É? - Gritei para o mesmo, eu não sabia de onde eu tirei aquela força, como eu podia ter força contra um original. Nesse exato momento, os híbridos dele tentou avançar contra mim, mas Elijah e Rebeka não impediriam

Klaus me olhava sem acreditar, por algum momento na cabeça dele, ele achava que sabia o que era certo para mim, mas nem eu mesma sabia.

- Haille...- Ele sabia o porquê eu estava ali, e o porque eu estava o enfrentando, mas algo que ele não sabia, era que eu era assim...diferente

- VOCÊ TIROU A MINHA MÃE DE MIM E AGORA TIROU MEU PAI KLAUS - Eu não sabia exatamente o que sentia, era um misto de dor e culpa.

O mesmo me olhava sem acreditar, por um momento, eu percebi que ele nunca quis me machucar.

- Eu fiz isso pra proteger você - Finalmente palavras saíram de sua boca

- Me proteger? - o Soltei e o olhei - Você ao menos saber quem eu sou, você sabe? Você nunca me conheceu, Klaus, não sabe nada de mim. Você acabou de me fazer te odiar, não era isso que você queria, que eu te odiasse. Conseguiu. - Exclamei e tentei sair dali antes de desmoronar mas ele surgiu na minha frente

- Não dê as costas pra mim - o mesmo sussurrou

- Eu já devia ter dado a muito tempo. - Exclamei, e lágrimas escorregam do meu rosto e ele me olhou confuso

- Você me odeia? - Perguntou, sua expressão era um tanto surpresa pra mim, Klaus Mikaelson se importa com o que eu penso dele?

- Adeus Klaus - Exclamei e sumi da vista dele

𝐀 𝐕𝐄𝐑𝐘 𝐏𝐀𝐈𝐍𝐅𝐔𝐋 𝐁𝐘𝐄 | ⁺𝕾𝖙𝖊𝖋𝖆𝖓 𝕾𝖆𝖑𝖛𝖆𝖙𝖔𝖗𝖊Onde histórias criam vida. Descubra agora