23

19 4 0
                                    

- Eu volto a tarde, não quebre a casa – Kiara diz pegando sua bolsa e concordo com cabeça

- Vou fazer uma festona aqui – aviso brincando

- Minha casa tem capacidade mínima de adolescentes, e você não tem amigos, quem chamaria? – ela pergunta rindo e assinto com a cabeça

- Bom ponto a ser pontuado. – Comento

- Até mais. – Ela fala e sai de casa.

Vou correndo até o quarto e pego a minha mochila pronta para ir embora, abro a porta e me dou de cara com Leo.

- Sua princesa saiu agora – informo.

- E você está indo aonde? – ele pergunta indiferente

- Na escola – Minto

- Mentira. – Ele indaga entrando em casa e fechando a porta – Vamos se meche, temos que conversar – ele fala me mostrando uma folha e me viro completamente para ele

- O que é isso? – pergunto

- Quem é você porra? – ele grita e me assusto – te coloco na casa da minha noiva, te defendo para o seu pai, e você mente sobretudo, você matou uma pessoa, achou que ninguém ia descobrir. – Ele indaga quase gritando

Deixo minha mochila cair no chão pasma com a situação, o que poderia falar que não me deixaria culpada?

- Você ia fugir? Que diabo você fez e o que está fazendo aqui?

- Eu ia arrumar a situação. – Engulo em seco pegando a folha de sua mão. Tem a minha foto, o meu apelido, tem uma palavra escrita em caixa alta na minha cara "assassina". – Onde achou isso? – questiono amassando a folha

- Puta merda. – Ele diz passando a mão no cabelo – É verdade? – não respondo – porra. Porra. Eu vou te levar para a delegacia. – Ele diz pegando meu braço mais puxo de volta

- Não pode fazer isso. – Protesto. – Eu posso explicar tudo. Tudo mesmo. Eu não sou uma assassina, não sou.

- Então explica. – Ele se joga no sofá, puxando o cabelo entre os dedos

- Eu não matei Carlos. – Começo – Sou a principal suspeita, é verdade, mais não foi, alguém está arramando para mim.

- E você quer que eu acredite nisso? Qualquer pessoa culpada diria isso.

- Eu sei, mas eu estou admitindo o que eu fiz...

- Não, não está, você está falando que não é uma assassina.

- Por que você não cala a boca e me escuta, se me escutasse eu falaria – explodo falando alto – desculpa – peço e solto um suspiro – Eu matei a mãe de Carlos e agora meu amigo está morto e eu acho que Carlos o matou por vingança, eu roubei Carlos, matei a mãe dele, fodi com os esquemas dele e comprei drogas dele, eu fiz muita coisa errada, fiz para caralho e eu odeio falar caralho, mais eu não matei Carlos, eu estava voltando para a minha cidade antiga para ver o velório do meu amigo e pegar quem está arramando para mim, eu não coloquei sua noiva em perigo.

- Sua presença é perigosa. – Ele diz frio

- Então me deixe ir embora e faça o que quiser – afirmei.

- Você não pode resolver tudo sozinha.

- A única pessoa que poderia me ajudar está morta agora, você tem noção disso? Eu vou vingar a morte dele, nem que seja com outra morte, Leo.

- Jess, eu quero acreditar em você mais é difícil para mim.

- Meu nome não é Jess. – ele abre a boca e a fecha novamente – Me chamo Nikola Jessica Ferraz, minha mãe morreu de overdose, aquele homem que Marlon mandou embora, foi o homem quem me registrou no cartório, ele estava preso, eu cresci no orfanato, larguei a escola, fumei uma vez, matei uma pessoa, bati em varias pessoas, apanhei, na minha antiga cidade todos querem me matar, e eu magoei apenas duas pessoas, acho que gosto de Juama mais acho que ele não é o cara certo pra mim, minha mãe não sabe o meu nome e eu não considero Marlon, ele para mim é um desconhecido que faz caridade me deixando ficar em sua casa, e espero que continue assim, tive minha primeira e ultima vez com esse meu amigo que está morto aos 17 anos, sim anos passado esse ano faço dezoito. Eu sou uma falsa mentirosa com dupla identidade, as vezes até eu confundo. Essa sou eu Leo. A grande fraude.

POR UM ACASOOnde histórias criam vida. Descubra agora