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Bato na porta de Juama esperando que ele abra, a sua demora me deixa nervosa, aperto a moldura da foto fazendo as pontas dos meus dedos ficarem brancas.

Escuto passos vindo e solto um suspiro me preparando.

- Pequena flor. – sua mãe fala com um sorriso no rosto. – Posso ajudar?

- Veio matar Juama também? – pergunto relaxando os braços

- E se a resposta for um sim, tem estomago para aguentar esse segredo? – Ela pergunta me encarando

- Eu vou contar tudo para ele. Tudo. – Esclareço

- Acho que já tentou e não deu certo, não é mesmo? Ver se entende – Ela fala dando passos para frente – Eu sou a mãe dele, e você não é nada, por que acha que ele escolheria acreditar em você? Me diga? – ela para de falar por um momento e olha por cima dos ombros. – Será que sua mãe se perdeu no caminho da viagem, ou eu fiz algo? – ela diz com um sorriso debochado no rosto e levanto a mão para bate-la e meu braço é segurando.

- Vamos conversar. – Uma terceira voz surge, Juama. Pronto era o que precisava mesmo. Puxo meu braço de volta e limpo a lagrima antes que caia. – Vá embora. – Ele diz calmo me encarando. Talvez esse tenha sido nosso fim.

Me viro pra sair e caminho pela direção da rua quando escuto.

- Não você Jess. – por um minuto meu coração se enche de alegria, mais se eu soubesse o que vem pela frente eu deveria ter ido embora.

- Vai embora mãe. Aqui não é o seu lugar. – Ele diz calmo

- Sou sua mãe tenho o direito de estar aqui.

- Não, não tem. Essa casa é minha, e se insitir vou chamar a policia. Acho que ela já quer te prender mesmo.

- Acredita nela? Nessa menina? Ela te traiu, fez um acordo com Carlos, Tá com o celular do Matheus. Ela sabia de tudo, como pode ficar do lado dela?

- Só vai embora. – Ele pede mais uma vez e caminho para o seu lado

- Não.

- Vá. – Zad grita, e eu nunca tinha escutado ele gritar antes. Andressa simplesmente passar por ele e caminha até a rua se virando antes de atravessar.

- Eu vou voltar, eu sempre volto. – Ela dar uma pausa – diferente da sua mãe Jess.

Cerro o punho, mas não digo nada. Zad entra para dentro e deixa a porta aberta, talvez seja um convite, entro atrás e fecho a porta.

Ele está de costas, deixo a moldura em cima da mesa e dou passos em sua direção.

- Deve ter sido difícil fazer isso. – Comento o abrando por trás. Mas ele sai imediatamente.

- Não significa que confie em você. – Ele disse passando as mãos entre os cabelos.

- Quero que a gente pare de brigar, que fique tudo bem entre a gente. – Indago

- Como eu posso acreditar em você? Me diz, se fosse ao contrário.

-Então por que mantou sua mãe embora se não acredita em mim? – questionei frustrada.

- Eu escutei a última fala dela e você pareceu a vítima. – Ele dar uma pausa. – Eu sinto muito pela sua mãe, de verdade lamento saber disse, principalmente do jeito que as coisas estão agora entre a gente.

- Por Deus Zad. Não tem a gente, você não permite que a gente sobreviva.

- Eu sinto muito Jess, de verdade, quero ficar do lado te abraçar e falar que confio em você, mais quando eu fiz isso, você mentiu, e não quero ser enganado de novo, preciso ter certeza do meu próximo passo, entende?

- Entendo, e você tem certeza de que eu sou só uma mentirosa? Porque é o que parece.

- Não. Eu não acho... quero acreditar em você. mais não quero ir contra minha mãe pela sua.

- Claro, porque a minha nem se quer está aqui. – Falei perdendo a paciência.

- Sabe que não falei assim. – Ele explica.

- Quer saber Zad, pra mim você é um egoísta, nem se preocupou em saber como eu estava, como eu estou. Estou passando por tudo sozinha na esperança de você entrar pela minha janela a noite e falar Today and tomorrow quando tudo que você é falar que tá confuso. É eu mentir mais foi por você, pode parecer só justificativa, mais foi por você Zad. Se tava difícil seria o inferno pra você, e eu me culpo por Matheus e não queria me culpar por você também. Talvez meu acordo com Carlos não foi minha atitude mais inteligente mas eu tentei fazer algo, tentei de verdade.

- Jess...

- Não precisa dizer nada, não vou pedir para escolher entre mim ou sua mãe, porque já ficou claro, só faz a ultima coisa por mim. Se sua câmera tiver som, escute, volte no hospital e peça pra ver a câmera do quarto que eu tava. E se depois disso tudo, ainda quiser me odiar ou me desprezar, sabe onde me encontrar. Essa foto – Pego a moldura que havia largado – Eu peguei no enterro do Matheus. Tô com a original mais fiz uma cópia pra você, achei que ficaria feliz em ver, e assim que chegar em casa vou te mandar o videio que ele fez pra mim. – Término minha fala e entrego a foto em suas mãos dando passos para trás.

- Mesmo que nossos caminhos sejam completos opostos a partir de agora, eu não vou apagar a tatuagem e nem fugir, vou sempre ser o seu Today and tomorrow Zad. – Caminho até ele dá um beijo na sua bochecha, as lagrimas crescem nos meus olhos e me afasto não quero que isso seja um tchau.

- Tchau Zad Juama. – Me despeço e vou até a porta e o escuto sussurra.

- Adeus Nikola Jessica.

Essas palavras me atingiram, não controlo mais as lagrimas, apenas fecho a porta atrás de mim, e desmorono. 

POR UM ACASOOnde histórias criam vida. Descubra agora