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Os Westwood 06, "fugitive"

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Os Westwood
06, "fugitive"

NY, 2019.

Com um cigarro nos lábios e uma mala em mãos, a jovem andava pela Park Avenue, tinha seu dinheiro contado.

O frio de dezembro quase extremo na grande maçã, insuportável.

Ela parou em uma antiga banca de jornal, o vendedor a olhou de cima a baixo, uma garota típica do Upper East Side com seu enorme casaco de pelo e seus cabelos loiros esvoaçantes.

— O senhor sabe onde fica esse lugar? – ela tirou um mapa do bolso, e apontou para um lugar específico.

— Mocinha, isso é em New Jersey, você está na Park avenue, isso é uns...vinte minutos de carro daqui. – o senhor olhou para ela — Qual é seu nome, senhorita?

Os lábios dela abriram levemente, ela ficou na dúvida se diria ou não, se deveria inventar um nome ou falar o verdadeiro, então, ela piscou os lindos olhos azuis e disse de forma abafada:

— Louise, meu nome é Louise.


De volta aos dias atuais.

Louis invadia sorrateiramente o escritório do pai, ele abriu as gavetas, procurando por algo.

Revirou gaveta por gaveta, prateleira por prateleira.

Até que achou, o cartãozinho com o número do detetive particular da família.

Louis pegou o celular do bolso e digitou o número, começando a ligar

— Eu espero que dê certo porque isso vai ser minha mesada toda... – O mauricinho murmurou

Demorou alguns segundos, até que ele escutou uma voz rouca no telefone:

— Quem é? Por que me ligou? ‐ A voz perguntou, misterioso até demais.

— Ross? Ross Keller? Eu sou Louis Westwood, eu gostaria de...fazer negócios com você. – Louis tentava não parecer tão nervoso

— Louis? Louis Westwood? O pivete mais velho do Lewis? Pfff... – Ele fez soar como se fosse uma piada

— Eu vou te pagar! Eu vou te pagar muito, muito, muito bem. – Louis apelou para o dinheiro.

A ligação ficou em silêncio por alguns minutos no mínimo.

— Então tá...moleque, Quando quer se encontrar?

— Se possível hoje.

— Consegue me encontrar daqui a vinte minutos no Carlow East? – O detetive limpou a garganta.

— Consigo!

— Ótimo, nós nos vemos lá. – e então, sem mais nem menos, desligou.

Louis chegou adiantado, pelo menos uns quinze minutos adiantado, sentou-se no fundo do bar, ele trouxe sua mesada inteira dentro de um envelope

E então, o sininho da porta tocou, e um homem de altura mediana, barrigudo e terno amarrotado entrou no bar

O homem foi em direção de Louis e se sentou na mesma mesa, Louis pôde prestar mais atenção no rosto e no restante da aparência do homem, barba mal feita, olhos escuros e olheiras fundas, cabelo bagunçado e um bafo de bebida inconfundível, de fato, era Ross Keller, todos sempre o descreviam assim.

— Ross Keller? – Louis perguntou, já sabendo a resposta

– Não, não, Jesus, Jesus barbado e gordo. – Disse em tom de sarcasmo — É óbvio que é o Ross Keller, agora, por que me chamou aqui, pequeno Loui? – ele chamou Louis por um velho apelido

Louis limpou a garganta, nervoso, olhou para as próprias mãos que escondia de baixo da mesa, depois de pensar e repensar, percebeu que era a única escolha.

— Eu quero sua ajuda para achar a minha irmã.

O jovem pode ver a expressão do tão renomado detetive ficar estranha, seus olhos ficaram mais abertos e seu queixo só faltou cair no chão

— Nem fodendo! – O detetive quase gritou, deixando Louis meio incrédulo

— Eu te pago cinco mil dólares agora e mais dez depois que acha-la.

O detetive nem sequer pensou duas vezes: — Feito! – ele quase gritou novamente — E você me pega uma bebida agora.

Louis revirou os olhos, chamando a garçonete.

— Um uísque, pra esse bebum aqui. – Louis apontou para o detetive, revirando os olhos.

A garçonete veio e voltou num piscar de olhos, não deixou de reparar nos dois homens, mas apenas deixou o uísque e saiu.

— Vamos do começo, sua irmã sumiu quando?

— fevereiro de dois mil e dezenove, dia nove, especificamente.

— Tá... – Ross nem se deu o trabalho de anotar

— Você não precisa anotar?

— Bons detetives não precisam anotar, garoto. – o homem bebeu um pouco do uísque, que desceu queimando por sua garganta

Louis repensou algumas vezes, ele entregaria tamanha missão para este bêbado, idiota e fedido.

— Só encontra minha irmã, ok?! – Louis estava desesperado, verdadeiramente desesperado.

— Ela já havia falado com você sobre fugir, alguma vez? Qualquer vez?

O jovem lambeu os lábios antes de falar — Louise falou sobre isso por semanas em dois mil e dezoito, mas depois de um tempo, ela ficou quieta sobre o assunto, eu notei que ela também havia parado de gastar a mesada dela... – Ele estralou os dedos, nervoso — Ela sempre sonhou em fazer artes cênicas, coisa que nossos pais nunca aprovaram, até porque, Os Westwood só tem direito de fazer aquilo que é garantido de sucesso, aquilo que faça o império do meu pai...brilhar mais.

Uma música da lenda, Frank Sinatra, Tocava no fundo do bar, combinando com o momento? Talvez.

"I've been a puppet, a pauper, a pirate, a poet, a pawn and a king
I've been up and down and over and out, and I know one thing
Each time I find myself layin' flat on my face
I just pick myself up and get back in the race"

O detetive deixou uma risada nasal escapar, revirando os olhos.

— Nepobabys e seus problemas, fugindo da companhia do papai porque "não se encaixa com esse mundo." — ele riu, fazendo aspas com a mão, debochando de Louis
Ele se enclinou levemente pra frente, apoiando os braços na mesa. — Entenda garoto, vocês, mimadinhos de papai e mamãe só tem um propósito na vida, entrar numa faculdade de ivy league, trabalhar na empresa do papai e continuar a linhagem. – tirou um cigarro do bolso junto de um isqueiro

Louis o olhou, boca aberta, como ele podia dizer tudo isso? Ele não tem a mínima ideia de como as coisas funcionam, ele é só mais um velho bêbado!

Antes que Louis pudesse o xingar ou o contrariar, Ross pegou o envelope de dinheiro e se levantou da mesa — Eu vou encontrar sua irmã, e você vai me dar os dez mil. – e então, o velho se retirou do bar.

ANONIMO(A)

Em um pequeno apartamento em Inwood, "We'll meet Again" Tocava numa vitrola, não no YouTube Music, não no Spotify, numa velha vitrola.

Sentada numa janela, uma loira fumante apreciava o dia escuro, cantarolando a música com o cigarro entre seus lábios avermelhados.

"We'll meet again
Don't know where
Don't know when
But I know we'll meet again some sunny day"

Os WestwoodOnde histórias criam vida. Descubra agora