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Eu e Pedro estávamos no cinema, até recebermos uma mensagem de Malu chamando para uma festa.
- O que acha Joãozinho? Ele pergunta.
- Pode ser. A gente pega um metrô e vai.
- Tudo bem! Vamos?
- Vamos! Digo sorrindo.
[...]
Como sempre, a festa estava cheia de adolescentes, alguns fumando, outros bebendo, outros dançando, outros se beijando. Bom, essa não era minha zona de conforto, mas comecei a beber, afinal, era o que tinha para fazer.
Eu não sei a que ponto eu cheguei, mas eu virava cada copo que colocavam em minha frente.
- Ah! Oi João. Era Clara, ou pelo menos, eu acho que era.
- Eai.
Não me cobrem, mas eu sinceramente não sabia o que estava fazendo, quando vi, a garota já tinha tomado conta de meus lábios, e eu retribui, colocando a mão em sua cintura.
Quando ela se separou, tentando me puxar para algum lugar, vejo uma figura extremamente familiar parado nos olhando.
Era Pedro, seus olhos pareciam pegar fogo. Malu estava ao seu lado.
Mas, eu realmente não sabia o que estava fazendo, apenas deixei a garota me guiar. Sinceramente? Essa foi a burrada mais feia que eu já fiz.
- João? Tudo bem? A garota diz, me olhando.
- É, sim. Eu deveria ter falado a verdade.
🪐🫧
Pedro's pov; São Paulo, 2012.
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Estava pegando alguma bebida leve, pensando como falar para seu melhor amigo que está apaixonado por ele.
O medo invade minha mente por um tempo, afinal, nos conhecemos a apenas um mês. Ele pode achar estranho.
- Mas, o amor não tem tempo... Ou tem? Pergunto a mim mesmo.
- Ah quer saber? Fodase. Me levanto com um pico de coragem; eu vou contar para ele.
- Pedro? O que você tanto procura homem? Era Malu, entrando em minha frente.
- João, você viu ele? Digo olhando para os lados.
- É... Amigo, acho melhor não atrapalhar.
- O que?
Quando viro os olhos para um ponto exato, vejo a cena.
Sinto meu corpo pegar fogo, de tanta raiva, ao mesmo tempo, meus olhos marejaram.
Meu mundo parou, mas de uma forma horrível de se pensar.
E ele se quer parou, quando vejo, eles já estavam em outro lugar.
- Pedro? Pedro? Malu diz, me balançando preocupada.
- 'Tá tudo bem. É apenas o que eu digo, até sair daquele local.
Ando pelas ruas, molhadas e vazias, as luzes causando um incômodo em minhas vistas, fazendo lágrimas caírem mais.
Ele jurou que cuidaria de mim.
Por que eu coloquei tantas esperanças em algo tão impossível?
Me sentei em uma calçada um pouco isolada, me permitindo chorar.
Minha mãe disse que chorar é libertar. Ao mesmo tempo, chorar me faz me sentir fraco.
Talvez eu deveria fazer o mesmo, ficar com outras pessoas. Mas talvez eu deveria esperar.
Eu magoaria muitos corações se fizesse o mesmo que João; Eu estaria fantasiando meus sentimentos.
- Meu Deus, por que amar é tão difícil? Falo sozinho, olhando para cima.
- Nem eu sei. Era Renan, se sentando ao meu lado.
- Perai? O que você faz aqui? Pergunto assustado.
- Eu fiquei preocupado com você Pedro, você saiu de lá devastado.
Droga, não era para ninguém perceber.
- Deveria falar com ele sobre o que sente.
- Não! Você 'tá maluco? Eu estaria colocando nossa amizade em jogo! Nem pensar.
- E eu tenho certeza que ele sente o mesmo.
- Ata, se sentisse não ia estar pegando aquela filha da puta. Falo sem pensar.
- Desculpa, exagerei.
- Talvez o João esteja fazendo o mesmo que você.
- E o que eu estou fazendo?
- Fantasiando seus sentimentos, escondendo todos.
- Eu não estou fantasiado nada Renan! Eu deixo sempre claro que gosto dele, mas ele nunca corresponde! Eu não suporto mais.
- Você só não percebe que está fantasiando, vou te dar exemplos.
- Eu não estou fantasiando nada!
- No filme, você não tentou fazer algo romântico com ele?
- Não, eu fiquei com medo.
- Na festa, pediu que ele ficasse do seu lado?
- Não queria fazer ele se sentir preso.
- Então como que você não 'tá fantasiando Tófani? Olha aqui, se eu fosse você, eu ia logo! Antes que você perca ele para outra pessoa, e você sabe muito bem que isso é o perigo agora. Acorda! Olha para a vida, olha para ele, olha para a amizade de vocês, isso não é uma amizade normal! Todo mundo que passa, para para ver que vocês não são somente dois amigos especiais, é tipo um charme especial de vocês dois! Todos veem sentimentos em ambos! Pedro, você está perdendo oportunidades!
Renan diz tudo isso, sem dó, ou piedade.
- Não precisa responder! Só sai dessa rua, sai dessa deprê, vai para casa, toma um banho, dorme, que passa! Amanhã você me liga e diz alguma coisa. Ele me levanta e me guia até o metrô, eu ainda não consigo dizer nada, tentando raciocinar todo o choque que me causou.
Ao chegar em casa, faço o que ele pediu, tomo um banho gelado, para tentar tirar a dor de cabeça insuportável; Que eu tenho a certeza que não é por bebida. E depois tento dormir, o que falha obviamente.
Minha mente estava em combustão, como eu iria resolver tudo isso?
Acabo começando a chorar, e só paro quando finalmente pego no sono.
