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  Fecho os olhos, abrindo mais os lábios, desesperada por sentir mais. Arrepios sobem por meu sistema, acendendo cada canto no meu corpo.

   Seu gosto é de café, algo doce e todo Dean. Solto um suspiro, e seguro sua nuca, o cabelo curto fazendo cócegas em minha palma e dedos.

  Suas mãos agarram meu rosto, dedos se enroscando nos meus cabelos soltos.

   Enlaço sua cintura com o braço livre, correndo minha mão por dentro da camisa aberta, e sobre a camiseta preta qual está usando.

   Mais. Quero mais. Quero tudo. Timidamente, minha língua corre por sobre seu lábio, pedindo por mais. Que ele me dê tudo. Não ligo se vou quebrar depois, que provavelmente vá terminar tudo em lágrimas... ou em sangue.

   Ele é tudo que eu quero. Que sempre quis.

  Um resmungo baixo retumba em seu peito, e ele nos vira, prensando-me em algo gelado e de metal, fazendo nois dois grunhirmos. Baby. Seu beijo e profundo, desesperado, o corpo todo prensando o meu contra o carro, lábios devorando como se estivesse faminto, e eu sou seu jantar.

   Dean se separa, respirando profundamente, baforadas entrecortadas contra minha boca, que formiga e queima, como se ele fosse o proprio fogo da luxúria.

  "As coisas que quero fazer com você, gatinha" apoia a testa na minha, braços e mãos puxando-me como se não irá mais me soltar, mãos que nunca irão me largar. "Ah, não faz ideia das coisas que quero fazer" murmura, a voz uma oitava mais baixa.

"Faz" sussurro, ofegante, meus lábios escovando nos seus.

Ele grunhe, como se minha aprovação e incentivo apertam uma corda invisível em seu pescoço. "Não posso."

"Por que não quer, ou por que acha que não pode?" Afasto com o pescoço, olhando-o por entre cílios cerrados. "Por que mais uma vez, tô aqui, esperando... Desejando, implorando por você"

Conflito quebra suas feições. "Eu não quero machucar você. Agora sei que não posso fisicamente..."

"Ver você partindo, me deixando pra trás já me machuca. Sua recusa."

"Não sou homem pra você, Venus... Você merece mais. Muito mais" 

Seguro suas bochechas, o movimento assustando-o momentaneamente. "Eu mereço você. E não tem nada que possa me dizer agora, que vá machucar mais do que não ter sido notada por você antes"

Segura meus pulsos, inclinando em meu toque. "Eu notei. Só não queria estragar sua inocência"

Uma risada baixa, mas debochada, ecoa de meu peito. "Por favor, nunca fui inocente, Dean. Se não era antes, agora que não sou. Você só botou isso na cabeça por que me ve como uma irmã"

"Não vejo você como uma irmã" balança a cabeça e mergulha, beijando-me mais uma vez. "Eu queria ver você desse jeito, acredite, eu tentei. Todas as vezes que te empurrei pra longe, foi pra não ver o que realmente sentia, como realmente te via"

Hesitante, abro os olhos, encarando os seus. "E como me vê?"

"Como a mulher mais teimosa, chata, mandona e gostosa que eu já vi..." Sussurra, me apertando mais sontra si. Talvez meu choque seja evidente, já que sorri, aquele brilho de safadeza retornando.

  Por um momento, só os sons da floresta ecoam ao nosso redor. E de Sam e Bobby na cabana lá atrás, mas esses só eu escuto.

   Mas essa sensação, essa eletricidade que sempre teve entre nós tá ainda mais forte. Mais presente, estática.

   "Mas, não quero que minha última noite sã na Terra seja uma da qual você vá se arrepender... então não. Por mais que eu queira me enterrar em voce e te fazer minha, não vou" se afasta, os batimentos ainda mais descontrolados.

  Engulo em seco, minhas mãos agarrando sua macia camisa de flanela. Não vá. Penso... Não dessa vez, não de novo

    "Não vou fazer isso, fazer você pensar que é só mais uma na minha cama... quando nem temos direito uma cama"

"Podemos usar o carro" era pra ser um comentário sarcástico, no entanto minha voz fraca e rouca trai meu humor.

Quando seus olhos vão dos meus pra janela, sei que tá considerando. E muito.

   Até que suas orbes se voltam pras minhas mais uma vez, e aí meu mundo realmente desmorona, fazendo minha respiração entrar em colapso.

   Inclinando, Dean beija meu pescoço, lábios doces com promessas indecentes ecoadas por sua voz ao pé do meu ouvido. "Então é hoje que vou fazer você gritar meu nome."

Road To Nowhere - Dean Winchester FanfictionOnde histórias criam vida. Descubra agora