CAPÍTULO 124: A Confraternização

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[Narrado pelo autor]

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Luka permanecia deitado na cama do Diogo com o olhar fixo no teto, em estado catatônico. Diogo sentia todo seu quarto dominado pela desorganização energética do amigo, mas dessa vez ele tinha mais prática em absorver as coisas da forma que quer e... o bracelete o ajuda muito nisso. Ele deitou com Luka e o ajudou a organizar todo o fluxo de energia, o acolhendo entre seus braços. Mas o garoto ainda estava neutro, encarando um único ponto.

Diogo: — Tô contigo independente dos lados, de rixas, de caminhos e de processos. Você é a família que eu escolhi. — murmurou.

Luka suspirou brevemente e se moveu um pouquinho. Diogo achou que ele fosse chorar para demonstrar o que estava sentindo, ou algo do tipo, mas Luka apenas engoliu em seco e deu um forte impulso para sentar-se na cama. Sua energia foi completamente reorganizada e ele estava... normal. Diogo se lembrou de que viu aquela energia roxa tomar conta dele uma vez, o que causou um descontrole, mas ninguém a notou a não ser ele e... dessa vez todos puderam ver aquilo se manifestar. Aquela energia era... diferente. Não era a mesma que está sempre com o Luka, apesar de estar saindo do corpo dele, do interior dele. Olhando para o garoto agora... Diogo não conseguia sentir mais vestígios daquilo.

Luka suspirou. Apesar da fraqueza momentânea, agora ele parece... o mesmo. Um garoto forte que não vai se abalar por uma coisinha fútil desse tipo.

Luka: — Você é um fofo e eu agradeço sua amizade. — Diogo sorriu ao ouvir aquela voz finalmente. — Quando nos conhecemos eu não sabia que você se tornaria tão especial a este ponto.

Diogo: — Você parece bem. — Luka sorriu e fez a expressão meiga de sempre ao se virar pra ele.

Luka: — Estou bem na medida do possível. Não é qualquer coisinha que vai me atingir. Só tô... organizando meus pensamentos e pensando o que devo fazer, mas acho que já sei. — voltou a deitar, dessa vez por cima do braço do amigo. — Voi crescer sozinho. Minha família biológica agora perdeu certa importância nos meus planos. Parece que ser muito bonzinho leva as pessoas a nos fazerem de idiotas. À partir de agora eu vou seguir exatamente o que sinto, sem medo, afinal... — suspirou. — Não vou mais fazer parte disso tudo. Não quero mais essa casa, essa câmara, essas pessoas... mas eu quero a família que eu construí, com você, Joca, Théo, Cass, Nath, Gui... e outras pessoas que vão entrar nesse buraco que vai ser aberto. Mas eu não tô preocupado com a dor. Se Marcus quer que criemos do presente pro futuro, é assim que será.

Diogo: — Você vai sair de casa? Vai deixar sua mãe e seu tio?

Luka: — Eles quem me deixaram. Eles me abandonaram... ao Cass e a mim. Estão nos privando de coisas importantes e isso não se faz. Cada um vai fazer o que se sentir confortável a fazer quanto a essa situação, mas eu não vou soltar essa corda. — Diogo permanece com o olhar fixo naqueles olhos imensamente azuis.

Diogo: — Cê tem certeza?

Luka: — Sim. É o futuro que eu enxergo daqui em diante.

Diogo: — Não tome decisões precipitadas, você tem que pensar muito nisso. — Luka riu e fez com que ele risse também. — É... sim, eu tô fazendo seu jogo.

Apesar de tentar fazer com que o amigo pense, Diogo sabia que não se é possível forçá-lo a mudar de ideia. Ainda mais com ele tendo toda a razão. Se Luka já se decidiu, ninguém vai dizer o que ele pode fazer ou não.

Diogi: — Só quero estar contigo nessa fase também.

Luka: — Você vai, certeza. — riram e permaneceram encarando o teto. — Quero muito ficar aqui contigo, mas eu preciso ver como o Cássio está. Apesar de se fazer de marrento, ele sim é uma criança que deve ser protegida. — com calma ele levantou e Diogo o acompanhou.

ABOOH - CONTINUAÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora