"𝘽𝙖𝙗𝙮, 𝙄 𝙬𝙤𝙪𝙡𝙙 𝙙𝙞𝙚 𝙛𝙤𝙧 𝙮𝙤𝙪"

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Pov Ariana
Acordo com meus olhos molhados, além do travesseiro. O dia já estava em sua mais plena penumbra, não faço a menor ideia por quanto tempo fiquei me derramando em lágrimas, mas foi o suficiente para me fazer dormir.

Além da dor de cabeça causada pelo choro, a reportagem ( se é que dá para chamar aquilo de reportagem) continua martelando em minha mente. Será que realmente pensam isso de mim? Quantas Bento já levou para o carro para eu ser classificada como " mais uma".

Levanto de meu leito e abro minha janela, deixando a brisa entrar, respiro fundo tentando manter a calma, não posso me desesperar, sou uma mulher forte e tenho meus negócios para tomar conta.

O que mais me dói é se referirem a mim como uma das putas de Bento, e não ao meu nome, ou ao meu trabalho com a Dior, que pasmem, é uma das marcas mais ricas do mundo. Ser mulher é difícil.

Desço os longos degraus e caminho até a sala, todos ainda estavam ali. Bento vem em minha direção e me envolve em um abraço caloroso e acolhedor, luto para não chorar novamente.

- Você está bem? - Ele envolve meu rosto em suas grandes mãos e olha em meus olhos. - Vamos dar um jeito nisso, não se preocupe. - Faz carinho em meu rosto com o polegar.

- Obrigada, mas acho que eu devo resolver isso. - Abro um sorriso sem mostrar os dentes.

Bento salpica um beijo em minha testa e me solta. Vou até o sofá e me sento ao lado de minha irmã, espero o japonês sentar e começo a falar.

- Vou processá-los, vou voltar para Paris e conversar com meus advogados.

- Você vai... voltar para Paris? - Bento pergunta em um tom melancólico.

- Sim, mas em breve estarei de volta. Como o caso aconteceu no Brasil, terei que tratar o assunto aqui de qualquer jeito.

- Eu posso ir junto? Não quero te deixar sozinha.

- Vai ser rápido, eu prometo! Vamos nos falar todos os dias, nem vai perceber o tempo passar. Sem contar que vocês irão entrar em turnê em breve. - Seguro em sua palma. - Não vou te deixar de novo, confie em mim.

Bento beija minhas mãos e concorda.

- Ari, estamos aqui para te ajudar! Se quiser podemos adiantar algo do processo. - Júlio se oferece

- Obrigada, Júlio. Irá ajudar bastante! 

- Eu vou com você, nem adianta contrariar. - Valéria afirma me fazendo rir.

- Tudo bem, lá também é sua casa.

- É Bento, nossas mulheres vão nos deixar. - Dinho fingi chorar.

- Deixa de besteira. - Valéria da um tapa no braço do namorado, aliviando o clima tenso da sala.

- Vou ligar para Elise, e pedir para preparar o jatinho. Quanto antes formos, mais rápidos voltaremos! - Me levanto e estico meus braços, ainda estou um pouco sonolenta.

- Pera aí, temos que nos despedir. - Bento se levanta também e me abraça por trás.

- Nem vem Japonês, podemos nos despedir indo jantar em algum restaurante, mas não como está pensando.

- Se você for o jantar eu concordo! - Fala cafajeste.

- Seu tarado. - Riu e me solto de seu aperto, eu sabia que estava zoando.

- Vamos fazer um show em dois dias, será que vocês conseguem ir depois? - Samuel estava certo, talvez fosse legal eu aparecer publicamente com Bento, mostrando para a mídia que não sou só mais uma.

 𝐎 𝐉𝐚𝐩𝐨𝐧ê𝐬 𝐞 𝐞𝐮 - 𝐁𝐞𝐧𝐭𝐨 𝐇𝐢𝐧𝐨𝐭𝐨Onde histórias criam vida. Descubra agora