☼︎•. Cᴀᴘɪ́ᴛᴜʟᴏ 3

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     DÓRIS estava cansada. Ela estava voltando para o chalé 11 depois de um longo dia de treino e estudo. Ela tinha passado a manhã ensinando os semideuses mais novos a lutar com espadas e escudos, a tarde ajudando Annabeth a resolver enigmas e charadas, e a noite assistindo a uma palestra de Chiron sobre a mitologia grega. Ela tinha feito tudo isso para ocupar a sua mente, para esquecer a sua dor, para preencher o seu vazio.

Ela não sabia quem era, de onde vinha, para onde ia. Ela não tinha memória, família, identidade.

Ela tinha chegado ao acampamento meio sangue, o lugar onde os semideuses viviam e treinavam, há dois anos. Ela tinha sofrido um acidente com os seus pais, que tinham morrido. Ela tinha sido salva por um sátiro, que a tinha levado para o acampamento. Ela tinha perdido a memória, exceto pelo seu nome: Dóris.

Ela nunca tinha revelado o seu nome para ninguém, exceto para Luke, o seu melhor amigo. Ele era filho de Hermes, o deus dos ladrões, e tinha um charme irresistível. Eles se conheceram quando Dóris ajudou, ele e Annabeth  e se tornaram inseparáveis. Eles se entendiam, se apoiavam, se divertiam. Eles se amavam, mas não sabiam como expressar os seus sentimentos.

Eles tinham 17 anos e eram os mais velhos do acampamento. Eles eram respeitados e admirados pelos outros semideuses, especialmente por Annabeth, uma garota de 10 anos, filha de Atena, a deusa da sabedoria. Ela era inteligente, corajosa e leal. Ela tinha uma queda por Luke, mas ele só tinha olhos para Dóris.

Dóris sentia falta de Luke. Ele não estava com ela no acampamento. Ele tinha ido para uma missão que o seu pai, Hermes, tinha lhe dado.

Ela não sabia que era filha de Poseidon, o deus dos mares, e de Sally Jackson, uma mortal. Ela não sabia que tinha um irmão, Percy, que tinha apenas 10 anos. Ela não sabia que sua mãe havia escolhido o seu nome, Dóris, que significava "presente do mar", em grego.

Ela se lembrou dos sonhos que tinha tido nas últimas noites. Sonhos com uma mulher e um homem, que lhe pareciam ser familiares, apesar de ela não saber quem eles eram e não conseguir ver os seus rostos. Eles lhe falavam coisas, coisas que ela não entendia, coisas que ela esquecia ao acordar. Eles lhe davam um abraço, um beijo, um sorriso. Eles lhe diziam que a amavam, que sentiam a sua falta, que esperavam por ela.

Ela não sabia o que esses sonhos significavam. Ela não sabia se eles eram reais ou imaginários. Ela não sabia se eles eram uma lembrança ou uma ilusão. Ela só sabia que eles lhe causavam uma dor, uma saudade, uma angústia.

Ela queria saber quem eles eram, de onde eles vinham, para onde eles iam. Ela queria ter memória, família, identidade.

Ela queria ser Dóris.

Mas ela não era Dóris. Ela era Daisy. Esse era o nome que ela usava no acampamento, para esconder o seu verdadeiro nome, para proteger o seu segredo, para evitar o seu destino.

Ela não queria ser Daisy. Ela queria ser Dóris. Apesar de esse ser o nome que Luke lhe chamava, que lhe dava carinho, que lhe fazia sorrir.

Ela amava ser Daisy. Ela amava Luke. Ela amava o acampamento. Mas ela também queria se encontrar, saber quem ela era.

Ela não queria ir embora. Ela não queria deixar tudo para trás. Ela não queria enfrentar o seu passado.

Mas ela não tinha escolha. Ela tinha uma missão. A missão de descobrir quem ela era, ela só gostaria de saber o porquê. Por que ela não havia sido reclamada, por que ela não podia ser feliz? Por que isso aconteceu com ela? Ela só queria se reencontrar, saber quem ela era, isso era pedir muito? Ela tinha que ser Dóris.

 E naquela noite ela chorou baixinho, ela sentiu angústia, medo, tristeza, raiva, tudo ao mesmo tempo, ela só queria saber quem ela era, o porquê de ela não poder ser normal, ela desejou que não fosse uma semideusa, que tudo aquilo não passava de sua imaginação, que ela acordaria num quarto só seu, sentiria o cheiro do café sendo preparado e ao ir para a cozinha veria seus pais ali, que ela tinha um irmão e era feliz, muito feliz.

Naquela noite ela sentiu um buraco em seu peito, um vazio, ela só queria que ele fosse embora, que ela não existisse, ela só queria sumir.

𝗗𝗢́𝗥𝗜𝗦 | Luke CastellanOnde histórias criam vida. Descubra agora