UM ESTRONDO forte vindo do lado de fora da janela era ouvido. Era um barulho assustador. A garota estava de pé ao lado da janela de seu quarto.
Um choro de criança podia ser ouvido a alguns passos dali. Brrr-booom! Brrr-buuum! Trommm!
Um raio fora disparado do céu, Dóris, uma garotinha de 7 anos, tremera de medo e correu para sua cama e se enrolou mais do que o necessário para se proteger dos raios.
Um estrondo de porta abrindo foi ouvido no andar de baixo junto com um grito masculino desesperado.
— SALLY! SALLY!
Dóris se enrolou ainda mais nas cobertas, uma faladeira junto a uma correria foi ouvido do lado de fora do quarto da garota. Logo sua porta foi aberta com uma força anormal e seu nome foi chamado.
— Dóris, minha princesinha, cadê você. — a voz masculina que ela escutará foi a de seu pai, logo todos os seus medos sumiram e ela saiu de baixo das cobertas rapidamente pulando para os braços de seu pai que a pegou e a segurou como se sua vida dependesse disso.
— Papai, eu tô com medo. — falou chorosa se agarrando no pescoço de seu pai.
— Tá tudo bem meu amor, vai ficar tudo bem. — acalmou acariciando as madeixas loiras da garota. — Eu só preciso que me escute tá bem? — ela assentiu. — De agora em diante eu não vou poder mais visitar vocês três, eu preciso que você me prometa que vai cuidar do seu irmão independente do que acontecer, você promete?
— Mas papai.. — contestou.
— Dóris Jackson, me prometa.
— Eu prometo. — prometeu chorosa.
— Ótimo meu amor, ótimo, só quero que saiba que eu te amo muito, muito tá bom? Você vai ser sempre a minha princesinha, mas agora infelizmente você vai ter que ir com a sua mãe e seu irmão. — ele a abraçou com mais força e logo correu para fora do quarto descendo as escadas onde uma mulher próxima a porta segurava um pequeno pacote em seus braços.
— Pronto Sally, vocês tem de ir rápido, sem olhar para trás. — falou colocando a garotinha no chão e segurando sua mão. Ele foi para perto da mulher e colocou uma mecha que insistia em cair de seu rosto, junto com algumas lágrimas que também caíam.
— Porque tem que ser assim? — questionou a mulher com a voz em embargada.
O homem suspirou pesadamente e deu um beijo demorado na cabeça da mulher e logo em seguida fez o mesmo com o garotinho nos braços dela. — Eu amo muito vocês três, mas agora vocês tem que ir.
A mulher assentiu rapidamente e agarrou o braço da garotinha a levando para fora, ela colocara um pano grosso por cima de suas cabeças para proteger da chuva grossa que caía, a garotinha olhou para trás e viu um último vislumbre de seu pai, poderia ser a iluminação ou não, mas ela pôde jurar que viu uma lágrima escorrendo do rosto do homem.
Algum tempo se passara e a garotinha estava no banco de trás enquanto sua mãe e seu irmão estavam na frente.
— Mamãe, o que tá acontecendo? Por que a gente tá indo embora? Por que o papai não veio com a gente?
— Meu amor, eu prometo que quando a gente tiver num local seguro eu te explico tá bem? — a garotinha viu sua mãe com os olhos vermelhos e sua voz falhando. — Eu só quero que saiba que independente de tudo eu e seu pai te amamos muito, e que não importa o que aconteça..
Ela não conseguiu concluir a frase pois no mesmo momento um raio atingiu em cheio uma árvore que ficava próximo a estrada fazendo com que ela caísse em cheio logo a frente da pista. A mulher tentou desviar da árvore, mas não adiantou muito, o estrago já estava feito, ela só teve uma ação a se fazer, pegar o bebê que estava na cadeirinha e o proteger com o próprio corpo, antes que ela pudesse fazer o mesmo com Dóris o carro capotara e ela bateu a cabeça no vidro ao seu lado a fazendo desmaiar, enquanto isso a garotinha ficou em posição fetal, mas isso também não ajudou muito, já que alguns estilhaços de vidro foram em direção da mesma.
O carro ficou de cabeça para baixo impossibilitando quem estivesse dentro de sair, a única saída eram as janelas que tinham alguns pedaços de vidro inteiros e boa parte quebrada, só alguém muito pequeno conseguiria passar por aquele buraco, o que era o caso de Dóris.
Antes que ela pudesse sair, ela escutou um choro bem leve de bebê, seu irmão, Percy.
Ela soltou o cinto, o que a salvou, e se rastejando devagar, foi se aproximando da janela, tudo nela doía e o fato de vários cacos de vidros espalhados ao seu redor, era completamente doloroso, mas ela precisava, ela prometera ao seu pai que protegeria o seu irmão a qualquer custo.Pequenos arranhões eram feitos em sua pele a cada passo que ela dava, doía muito. Mas ela não podia desistir.
Quando ela finalmente chegou na janela, o que pareceram séculos, ela foi colocado cada membro seu, um por um, primeiro a perna direita, depois o braço direito, a cabeça, o seu tronco, depois a perna esquerda e quando finalmente chegou no último membro que era seu braço esquerdo, ela se desequilibrou e segurou a coisa mais próxima dela, que infelizmente era um pedaço da janela quebrada, o vidro entrou em sua pequena mão arrancando um grito da menina.
— Mamãe, Papai, por favor alguém me ajuda. — ela suplicou por ajuda, a essa altura ainda chovia, apesar de ter diminuído bastante a intensidade, mais ainda era doloroso seus cortes expostos a água, com sua mão ainda presa no vidro, ela puxou com toda sua força sua mãozinha e isso fez com que uma dor aguda se estabelecesse, ela não tinha mais forças para sequer gritar.
Ela foi cambaleando para a parte do motorista do carro, onde viu sua mãe desacordada, ela cutucou a mulher, a gritou, mas nada adiantava.
— Eu vou procurar por ajuda mamãe, eu prometo. — disse chorosa.
E com o resto de força que ainda lhe restava, foi cambaleando e andando em direção as árvores, ela podia ver uma casa na fazenda bem longe dali, ela foi andando em passos desgovernados, estava fraca, sua mão sangrando, estava péssima, aquela altura sua dor havia sido disfarçada pois a dor que ela sentia em seu coração era maior.
O que pareceram semanas andando finalmente acabou, ela viu um grande pinheiro e viu uma entrada para algo, ela não entendia o que estava escrito, mesmo que se soubesse ler não conseguiria, sua dislexia dificultava bastante.
Quando ela ultrapassou as margens da entrada de algo que ela ainda não sabia, ela viu o vislumbre de.. Um homem cavalo? Não, definitivamente era a dor que a estava fazendo delirar.
— Meus deuses! — exclamou o homem horrorizado.
A menina quase cairá no chão quando dois braços a agarrou antes que isso acontecesse.
— Alguém precisa ajudar a minha..
Ela não terminou de falar e na mesma hora tudo escureceu.
A garotinha de 7 anos começava a sentir seus membros despertando, ela sentiu que estava deitada em algo macio. Ela abriu os olhos bem devagar por causa da luminosidade do ambiente e quando olhou para o lado viu um homem numa cadeira de rodas, ao olhar ao redor percebeu que estava numa espécie de enfermaria, o que havia acontecido para ela estar naquele lugar? Ela não se lembrava de ter se machucado, ou melhor, ela não se lembrava de absolutamente nada nos últimos anos de sua vida.
— Que bom que acordou, mas é melhor não fazer muito esforço, ainda está se recuperando.
— Onde eu estou? E quem é você?
— Antes de eu responder suas perguntas, precisa me dizer. Qual o seu nome e o que aconteceu para você chegar naquele estado?
Dóris.
Seu nome era Dóris, mas ela sentiu um calafrio ao se lembrar de seu nome, como se algo ruim fosse acontecer se descobrissem sua verdadeira identidade, por isso ela mentiu.
— Daisy, o meu nome é Daisy. — afirmou incerta. — E eu não lembro de nada.
— Não se lembra do acidente que aconteceu antes de chegar aqui? — questionou com estranheza.
— Na verdade, eu não lembro de absolutamente nada, só do meu nome. — afirmou. — E que.. E que eu tenho 7 anos.
O homem na cadeia de rodas olhou para cima com um olhar nada bom, naquele momento que Dóris, Ágora Daisy, percebeu a presença de outra figura ao lado de sua cama.— Bom, acho que temos um probleminha. — disse o outro homem com uma respiração funda e expressão entediante.
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𝗗𝗢́𝗥𝗜𝗦 | Luke Castellan
Fanfic𝗗𝗢́𝗥𝗜𝗦 sempre se sentiu diferente dos outros semideuses do acampamento meio sangue. Ela não sabia quem eram seus pais, nem de onde ela veio. Ela só tinha uma certeza: ela amava Luke Castellan. Mas tudo muda quando ela descobre a verdade sobre s...