Capítulo 15

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» Música: Little Things – One Direction

"Você nunca irá se amar
Metade do tanto que eu te amo
Você nunca irá se tratar bem, querida
Mas quero que você faça isso
Se eu lhe disser que estou aqui para você
Talvez você se ame como eu amo você."

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Não imaginava quando cruzaria o caminho de Coin, tampouco como e quando a mataria. Desprezava matar vidas inocentes. Anos se passaram e ainda eu era atormentada pelos assassinatos na arena. Tirar uma vida não se resume a apenas cravar uma faca no coração de alguém; é assistir à morte de uma parte de si mesmo. Sua inocência morre. Isso devora sua essência, muda sua vida completamente. Mas também é uma autodescoberta. É quase como uma droga. Danoso para você e para os outros ao seu redor, mas desde a primeira tragada você precisa determinar se aquilo vai se te consumir ou não. Não ser consumido por isso, não é uma escolha fácil. Requer muita vontade de viver, muita coragem; isso era algo que eu já não tinha. Matar alguém inocente era nada fácil, mas faria isso para proteger quem amava, não pensaria nem duas vezes, sequer piscaria.

Iria perguntar mais sobre Coin para Sean, mas ele se despede antes que eu possa abrir a boca.

— Foi bom te conhecer, Ruby. Mas preciso ir embora, sabe como é, né? Seguir o cronograma — ele dá um beijo em minha mão e vai embora.

Fico por pelo menos 3 horas deitada na cama olhando para o teto. Então decido ir atrás de Emma. Não fazia a mínima ideia de onde estava, mas eu iria achá-la. Queria ficar perto do pedacinho que ainda me prendia a Nicholas.

Fiquei pelo menos 2 horas andando pelos corredores, abrindo portas e em seguida desculpando-me pela invasão. Aprendi algumas coisas analisando o local e as pessoas. O distrito parecia participar de um governo autoritário, mas ninguém parecia ligar muito para isso. Pelo o que Sean disse, Coin parecia ser uma boa pessoa.

Mas me questionei disso quando escutei gemidos de dor vindo de uma parte isolada do distrito, tentei me aproximar para saber o que era, mas uns guardas me barraram. Achei tudo muito estranho, mas decidi não arrumar problemas e deixar aquilo para depois. Fiquei vagando pelos corredores até escutar o choro de um bebê vindo de um dos quartos.

Não entendia o porquê, mas aqui não tinham muitas crianças e bebês, apenas encontrei duas crianças quando estava andando pelo distrito. Entro no quarto e vejo Emma balançar Pete de um lado para o outro.

— Como está meu sobrinho favorito? — pergunto ao entrar no quarto, fazendo-a se virar para mim com o sorriso de cada canto da orelha.

— Chorão como sempre.

Sorrio e então me aproximo deles.

— Posso? — pergunto, esticando os braços para ela.

— Claro, Ruby. Confiaria em você para cuidar de Pete de olhos fechados — ela fala e me entrega o garotinho.

Isso me deixa extremamente feliz. Sim, eu faria de tudo por aquela criança. Não a tinha visto nascer, mas jurei a mim mesma que a veria crescer. Ela interrompe o sorriso para pegar um papel dentro de um prateleira.

— A carta de Nicholas.

Ela me entrega a carta e então eu a enfio no bolso, não a leria agora.

— Quando os jogos saíram do ar, Ron recomendou que todos nós fizéssemos cartas para caso algo acontecesse. — ela explica.

— Obrigada, Emma. Significa muito.

Foi a única coisa que consegui falar. Ficamos lá por alguns minutos conversando.

Mad woman | Finnick OdairOnde histórias criam vida. Descubra agora