𝗖𝗮𝗽í𝘁𝘂𝗹𝗼 3

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Eu odeio esse treinador e como ele faz que todo treinamento de quarta-feira seja estressante

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Eu odeio esse treinador e como ele faz que todo treinamento de quarta-feira seja estressante.

Ele faz que todos os jogadores treinem até a madrugada, bom motivo.. claro. Mas mesmo quando temos compromisso importante, ele nos prende no ginásio até finalizarmos o treino por completo.

Fechei a torneira do chuveiro, a água parou de cair em instantes. Enrolei uma toalha em meu corpo molhado e fui até os armários, me dirigi ao meu e o abri.

– Eaí, Alex! Rola de ir lá em casa hoje? – Elliot, um loiro, parava atrás de mim e encostava no armário perto ao meu.

Torci o nariz. – Vish, não vai dar hoje... tenho que ficar com o meu irmão mais novo. – Peguei uma blusa reserva para pós-treino e a vesti.

– O Matteo? – Questionou – Ah sim! Quando vai poder então? Tava a fim de nós irmos tipo... numa festa que vai ter!

Mais uma?
Suspirei fundo enquanto vestia as peças debaixo e colocava a toalha que usava em meu ombro. Eu prefiro ficar mais em casa do que festas, a maioria das vezes... barulhos altos me incomodam.

Mas eu preciso aproveitar o final da adolescência, ou posso ter 25 anos e pensar "Caralho, por que eu não fui naquela festa?".

– Olha... eu tô livre no sábado – Fechei o armário e tranquei – Sexta, eu vou dormir na casa do Mason..

– Fechado! Sabadou com festa! – Deu uma piscadela e se afastou, em seguida, gritou. – Te mando a localização no WhatsApp!

Fazer o quê né? Aproveitar.
Guardei a minha toalha no suporte aquecedor e peguei minha mochila, a coloquei nas costas e sai do vestiário masculino.
Andei pelo campo e cruzar pelas salas fechadas... as de violino até as de balé.

Eu sempre tive o costume de olhar pela janela que a sala oferecia no corredor, era sempre bom ver se tinha um professor dando bronca e poder dar risada pensando "Ainda bem que é você, e não eu".

Parei no bebedouro e puxei minha garrafa, a abri e liguei a torneira. A água que caía enchia a garrafa em leve quantidade.

Olhei para o lado, esperando, e observei a sala de balé. Na parede, havia uma fila de meninas sentadas observando a morena no meio fazer sua performance.
Algumas prestavam atenção, outras cochichava um no ouvido da outra... e entre outras ali que eu poderia citar. A professora olhava para a morena com os olhos brilhando, o seu sorriso se abria a cada pirueta que a aluna fazia.

Desviei o olhar do resto e encarei a morena no meio da sala.

Era a Mia.

Caralho. Parecia até um anjo, uma facilidade para fazer metade das piruetas com uma leveza incrível.

Quando ela parou os passos e reverenciou como finalização, era nítido o som dos aplausos que cobriam a sala.
Respirei fundo e voltei à realidade escondida pelos pensamentos. Olhei para a garrafinha que transbordava água e desliguei a torneira rapidamente... porra, há quanto tempo eu parei pra observar aquela sala dos infernos?

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