Me sentei na beirada da cama do meu irmão enquanto ele passava a agulha na pelúcia rasgada, costurando-a.– Na próxima vez, tenta ter mais zelo pelos seus pertences queridos, estrelinha — Disse, dando um nó na linha e retirando a agulha.
– Eu tentei – Respirei fundo e desviei o olhar do dele, quando ergeu a cabeça para me encarar – Quando eu vi, já estava rasgada.
– Devia achar amigos mais legais, eu não aguento mais o Alexandre – Bufei e olhei para ele, peguei a pelúcia quando a esticou.Sua mão pousou em minha bochecha, com o dedão a acariciando.
– Mia, deveria amadurecer um pouco – Exigiu, sério – Se continuar assim, vai ser obrigada a voltar para a Espanha e amadurecer de forma amarga
– Sabe que o papai quer seu bem também – Continuou – Ele pensa mais em você do que em mim.Mentira.
Nosso pai nem pisa os pés em casa, só liga para aquela merda de empresa dele. Não duvido que no fundo ele é um viciado em vinho e vive alcoolizado.
Nem deve saber o dia que nós nascemos, ou sequer o aniversário de casamento com a tal "esposa" e "mãe dos seus filhos".Forcei um sorriso e assenti com a cabeça, toquei as costas de sua mão. – Tudo bem, eu prometo ser melhor da próxima.
Ele retribuiu com um sorriso leve e retirou sua mão do meu rosto. – Boa garota, um abraço?
– Por que não? – Reergui a postura e o abracei, senti seus braços se encostarem nas minhas costas enquanto eu entrelaçava os meus ao redor do seu pescoço.Uma de suas mãos subiu até o meu cabelo e o acariciou levemente, em um silêncio calmo.
Suspirei fundo, me acostumando com o seu abraço.
Me sinto segura quando eu fico perto do Mason, como se eu fosse uma princesa e ele um segurança da guarda real. Engraçado, não?Saímos do abraço lentamente, ele se levantou e questionou: — Vamo comer alguma coisa? Tá com fome, né?
Abri um sorriso e me levantei em seguida. – Para agora, então – Ele soltou uma risada sincera enquanto nos desciamos as escadas e íamos até a cozinha.
– Faz aquele macarrão que só você sabe fazer? – Perguntou, puxando a cadeira alta da bancada central e se sentando.
– Aquele com carne moída e molho? – Puxei a gaveta, debaixo do Cooktop, e peguei uma panela.
– O tradicional, claro – Respondeu, cruzando os braços acima do mármore e me observando com um sorriso pequeno no rosto.Lembro que quando visitava a nossa avó, na Espanha, ela preferia que nós a observasse cozinhar para aprender e fazer igual ela algum dia.
Aprendemos do mais simples até o de nível médio, éramos crianças... claro, não iríamos lembrar totalmente de uma receita difícil com apenas 12 anos.Esperei a água ferver para colocar um pouco do macarrão cru dentro da panela.
– Lembra daquela vez que quebramos um macarrão cru na frente da avó Esther? – Me virei em sua direção, começando a rir junto com ele.
– Claro, como não esquecer da reação de aterrorizada que ela teve – Respondeu entre gargalhadas – Tadinha! Depois a gente ficou de castigo e sem comer aquele cookie que ela fazia para nós de tarde.
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𝗦𝗬𝗠𝗣𝗛𝗢𝗡𝗬
Romantizm"𝗩𝗈𝖼ê 𝗽𝖾𝗋𝗍𝖾𝗇𝖼𝖾 à 𝗺𝗂𝗆." 𝗧udo começou com um desentendimento na infância, que gerou um conflito até o final da adolescência. 𝗜mplicações e brigas frequentes são a base da inimizade de ambos. O garoto gosta de ir para a casa do amigo ap...