– Você vai aparecer no jogo de vôlei ou vai se trancar numa aula de balé hoje? – A loira questionava, insistindo, enquanto me encarava.
– Eu tenho que ir no jogo de vôlei de qualquer jeito, ou minha mãe me mata se eu não for ver meu irmão jogar – Arrumei os livros e os cadernos na vertical, logo fechei o armário e o tranquei. Retirei a chave do cadeado e a guardei na bolsa em meu ombro.
– Mas vai prestar atenção mesmo? – Cruzou os braços.
– Nem planejo, só preciso marcar presença – Me virei em sua direção. A campainha tocou, fazendo que todos os alunos que lotavam o corredor fossem para suas salas.
– Te encontro na aula de literatura? – Ergueu uma sobrancelha abrindo um sorriso ladino.
– Credo, não – Franzi o cenho e soltamos uma risada.
– Okay... okay, esqueci que você nem vai nessas aulas – Ajeitou a bolsa em seu ombro – Te vejo no almoço, Mia.
Emilly saiu da minha frente e voltou a andar pelo corredor, o virando e seguindo em direção às salas de aula.
– Vai matar a aula de novo, Mia? – Alguém falou atrás de mim. Estremeci ao escutar a voz rouca e grave, logo o encarei através do ombro.
Alexandre Petrova. Revirei os olhos– Infelizmente vou – Me virei em sua direção – E?
– Vai ficar burra pra sempre se continuar faltando as aulas de literatura – Implicou com um sorriso sarcástico.
– Eu não vou me tornar escritora e nem pretendo – Argumentei – E outra, eu sou boa em redação do mesmo jeito... faltando ou não.
– Será mesmo? – Deu uma risada e me ultrapassou, bagunçando o topo do meu cabelo.
Eu odeio esse cara, fala sério.
Foi ele mesmo que faz minha vida um inferno, as vezes.Segui o corredor pelo lado contrário das classes, o virei e ultrapassei algumas salas até chegar na biblioteca.
Parei na porta para checar se haveria uma diretora ou alguém responsável para ficar de olho nos alunos que fossem matar a aula.Vazio pelo jeito.
Abri um sorriso leve e cruzei os corredores de estantes.
Eu ainda procuro um livro sobre moda, nem sempre eu vou viver como bailarina.
Não é toda vez que recebo tão bem nos minis salários da apresentação, se é que podemos chamar de "salário".Andei encarando alguns livros em pé e outros meio caídos entre eles.
A sala não estava completamente em silêncio, sem contar o barulho baixo das salas do outro lado mas isso não importa no momento.
E sim, alguns sussurros e ofegos que haviam nas prateleiras à seguir da minha.Empurrei alguns livros para o lado, tentando ver o que estava acontecendo atrás das prateleiras.
Ah cara, que merda. Eram duas pessoas num puro amasso.
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𝗦𝗬𝗠𝗣𝗛𝗢𝗡𝗬
Romans"𝗩𝗈𝖼ê 𝗽𝖾𝗋𝗍𝖾𝗇𝖼𝖾 à 𝗺𝗂𝗆." 𝗧udo começou com um desentendimento na infância, que gerou um conflito até o final da adolescência. 𝗜mplicações e brigas frequentes são a base da inimizade de ambos. O garoto gosta de ir para a casa do amigo ap...