Capítulo Dezoito

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Adrien olhava para o teto do próprio quarto, contanto detalhes enquanto pensava em como as pessoas de antigamente conseguiam aguentar passar tanto tempo sem conseguirem se comunicar com os outros, esperando semanas, ou meses, enquanto conversavam ...

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Adrien olhava para o teto do próprio quarto, contanto detalhes enquanto pensava em como as pessoas de antigamente conseguiam aguentar passar tanto tempo sem conseguirem se comunicar com os outros, esperando semanas, ou meses, enquanto conversavam por cartas.

Ele se sentia nessa época.

Desde de que seu pai tirou seu celular e todos os eletrônicos que pudessem lhe dar comunicação com seus amigos, Adrien ficou totalmente isolado em casa, já que suas aulas também haviam sido suspensas — de qualquer forma, eles estavam prestes a entrarem de férias, apenas adiantaram algumas coisas. 

Fazia uma semana que o Agreste começou a explorar o próprio quarto, percebendo detalhes que nunca havia percebido antes, como algumas manchas de tinta na parede, ou marcas de uso em algumas áreas da estante ou mesa.

Sua ansiedade estava a mil. Gabriel realmente sabia muito bem como castigar o próprio filho.

No caminho da delegacia para casa, foi um completo silêncio. Gabriel não ousou lhe dirigir uma palavra, sequer o encarou e perguntou como o filho estava, se havia se machucado ou precisava de um abraço.

Não mostrou uma emoção sequer além de decepção e raiva.

Quando chegaram em casa, Gabriel mandou que Adrien entregasse o celular e ordenou para Gorila que retirasse o computador e desligasse os jogos do filho, já que ele ficaria de castigo. Após isso, sem sequer olhá-ló, o estilista apenas mandou ele ir para o quarto e foi embora, subindo as escadas sem mostrar qualquer emoção.

Adrien ainda conseguia sentir a frieza do olhar de Gabriel.

Estando completamente cabisbaixo, Adrien apenas se arrastou para o próprio quarto, observando silenciosamente enquanto Gorila obedecia às ordens do chefe, lançando um olhar inconsolável para seu jovem mestre.

Quem lhe confortou foi Natalie.

Ainda se lembrava do abraço caloroso que recebeu da mulher quando ele desabou nos braços dela, quando ela lhe fez apenas uma simples pergunta: “está tudo bem?”

Não, não estava nada bem.

Natalie não disse nada, apenas segurou o rapaz nos braços como se ele voltasse a ser aquela criança de cinco anos. Acariciou o cabelo dourado do menino, cantarolando uma música calma, enquanto permitia que Adrien banhasse suas vestes com lágrimas que não paravam de deslizar por seu rosto.

Ele não sabia ao certo o motivo de ter chorado tanto.

E sinceramente, tinha medo de descobrir. 

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Pela janela, Adrien respondeu Gorila em linguagem de sinais, indicando “estou bem, não se preocupe”, vendo uma expressão de alívio tomar conta do rosto do homem.

Gorila não nasceu surdo, mas perdeu a audição quando era muito novo por conta de negligência médica. O homem começou a trabalhar com a família Agreste quando Adrien tinha apenas três anos, mas se lembrava de algumas coisas, como Emilie o parabenizando por ele conseguir fazer sinal de “comida” para o empregado.

(Im)Perfeita HarmoniaOnde histórias criam vida. Descubra agora