Capítulo Dezenove

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Os dias que passaram foram tão confusos que Marinette apenas tinha uma noção por causa de Tikki e seus pais, que lhe traziam comida e às vezes a arrastavam para a terapia

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Os dias que passaram foram tão confusos que Marinette apenas tinha uma noção por causa de Tikki e seus pais, que lhe traziam comida e às vezes a arrastavam para a terapia.

De certa forma, estava ajudando-a bastante.

Um certo dia dos quais não tinha ideia de qual, Marinette acordou de um dos novos pesadelos recentes por conta de batidas na pequena porta do chão. Ela murmurou um “entre” e avistou a cabeleira ruiva de Tikki, espiando pela passagem.

— Você tem visita… — Tikii falou, apontando para baixo. — É…

— Não quero receber visitas — Marinette interrompeu a irmã, lançando um olhar cansado para ela. — Por favor, mande-as embora.

— Marinette — Tikki não chamou-a pelo apelido, surpreendendo a Dupain-Cheng. — Não são suas amigas, é a Chloé.

Marinette demorou alguns segundos para processar a informação, ela piscou e coçou os olhos, tentando fazer sua mente cansada focar nas palavras da irmã adotiva.

— Se quiser, posso mandá-la ir embora…

— Não — negou, soltando um suspiro baixo. — Deixe-a entrar.

Ela percebeu o olhar surpreso que Tikki lhe lançou, mas apenas o ignorou. Não demorou muito para a irmã descer as escadas e permitir a entrada da Bourgeois. Marinette se arrastou para fora da cama e tentou amenizar a bagunça do quarto. Pegou as roupas usadas e colocou na roupa-suja, arrumou a pequena bancada. Quando abriu as janelas, piscou com a luminosidade, tendo um pouco de dificuldade para adaptar sua visão.

Estava no banheiro escovando os dentes quando ouviu Chloé entrar.

— Pode sentar onde quiser — disse, ainda no banheiro, enxugando o rosto molhado e umedecendo o cabelo embaraçado.

— Tudo bem.

Ao sair do banheiro, encontrou Chloé sentada no sofá, analisando o quarto com calma. Certo, essa era a primeira vez que ela entrava em seu quarto ou vinha em sua casa; não foi uma imagem tão desagradável assim, diferente do que sua eu de 14 anos pensava.

Chloé jogou o cabelo loiro para trás, estando em um suas raras vezes solto. Apesar de aparentar estar bem, Marinette percebeu o olhar exausto que a jovem carregava, muito parecido com o seu.

— Como você está? — Chloé perguntou, interrompendo o silêncio entre elas.
Marinette desviou o olhar e se sentou na cadeira onde usava para trabalhar em suas costuras, ergueu a mão e analisou as unhas quebradas e roídas que foram sua fonte de alívio de estresse e ansiedade no decorrer dos dias.

— Normal, eu acho — respondeu, dando de ombros.

Sentia o olhar da jovem pairando sobre si e Marinette quis mandá-la embora.

— Sua mãe me contou que você não tem permitido visita de ninguém, nem de suas amigas — Chloé falou, brincando a corrente dourada da bolsa preta. — Fiquei surpresa que tenha me deixado entrar.

(Im)Perfeita HarmoniaOnde histórias criam vida. Descubra agora