tulipas

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Descobri que Sue as vezes não é tão educada quanto pensei, peguei ela xingando baixinho. Nem deu pra ouvir oque era, mas ela parecia brava.
  Acho todos eles ridículos demais, tudo é oh querida, como vai querida? Oque acha querida? Obrigada querida.
- Está tudo bem querida?
Pergunta Sue, assinto e continuo a organizar os buquês.
- Oque acha de ir regar as plantas lá fora?
- Tá bom.
Fui pra fora regar as plantas, tulipa estava lá também, podando uma samambaia.
- Oiê, o regador está atrás daquele bambu da sorte.
- Qual é o bambu da sorte?
- Aquele alí.
  Disse ela, apontando pra uma planta num vaso, vou até lá e pego o regador.
- O bambu da sorte é um símbolo de prosperidade, sabia?
- Eu nem sabia que ele existia até você me mostrar.
  Ela sorriu e me contou um pouco mais sobre aquelas plantas, nem prestei atenção, mas sem querer acabei aprendendo uma e outra coisa.
- Dália, Dália?
- Que foi.
- Eu perguntei qual é sua planta favorita.
- Nenhuma, não dou a mínima.
- Tem que ter alguma, vamos lá pense.
- É sério não tem nenhuma.
Respondo sem paciência.
- As minhas, ironicamente não são as tulipas, são as rosas.
- Achei que vocês recebiam o nome das flores favoritas.
- Não, tem que...
- Fazer por merecer, já sei.
Ela continua sorrindo e diz:
- Tá na hora da nossa pausa, vamos sair daqui pra pegar um ar.
  Ela nem dá tempo para que eu negue, ela pega minha mão e me leva até uma praça.
- Taran! Gostou daqui?
- Uau, eu odeio praças
- Ah vai, aproveita só dessa vez. Já veio aqui antes?
- Pra falar bem a verdade, não. Eu nem sabia que esse lugar existia.
- Mas agora sabe, então apenas aproveite.
- Quando voltamos pra lá?
- Daqui a uma meia hora, porque?
- Por nada.
  Ficamos alí sentadas em um banco, a toa só existindo, ela é meio louca, penso.
  Depois de 30 minutos voltamos ao trabalho, regamos as flores, montamos buquês, limpamos o chão. E depois voltamos cada um pra sua casa.

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