CAPÍTULO QUATRO

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BRAD CRAWFORD

"O jeito que você anda, o jeito que você fala
Eu te culpo porque é tudo culpa sua
Você está jogando duro, não me diga não
Você se faz de difícil, mas eu sei que você é mansa
Você é meu fetiche, estou tão na sua"

Fetish | Selena Gomez, Gucci Mane


Fazia duas semanas desde que eu tinha encontrado com Angel. Assim como também fazia duas semanas que aquela garota infernal estava me ignorando.

Tudo bem que eu tinha deixado um cartão com o número do meu celular com ela e dito que iria esperar uma ligação. O problema era que dias já haviam se passado e eu não tinha recebido nenhuma chamada. Estava começando a cogitar a possibilidade de a orgulhosa ter jogado o meu cartão fora assim que saiu do restaurante...

Por isso, não tive outra alternativa a não ser tentar marcar outro encontro com ela através do site da Sweet Company. E eu tinha passado a última semana com os olhos vidrados na tela do celular, como um verdadeiro psicopata. Mas a maldita Angel recusou todos os encontros.

Isso estava me enlouquecendo.

Eu nunca tinha passado por isso antes. Não com uma mulher. Eu estava acostumado com as mulheres correndo atrás de mim na maior parte do tempo, não ao contrário. Aquela situação com a garota estava me mostrando que o karma era uma coisa que realmente existia. Eu estava sentindo isso na pele da pior forma possível.

Eu sabia que aquilo era uma loucura. Sabia que devia colocar minha cabeça no lugar e parar com aquela obsessão. Afinal, Angel não era a única que trabalhava como acompanhante de luxo em New York.

Devia ter outra garota por aí louca para ganhar quinhentos mil dólares fazendo o trabalho fácil que eu estava propondo. Eu só precisava procurar direito.

No entanto, tinha alguma coisa dentro de mim que não me deixava desistir de tentar convencer a tal da Angel. Eu só tinha visto e conversado com ela uma vez. Mas foi o suficiente para perceber a personalidade forte que ela carregava. Um misto de orgulhosa e meio nervosinha. Além de ser linda e gostosa também.

Um combo do caralho, não é?

Ela era perfeita pra fingir ser minha noiva. Eu não iria parar até conseguir fazê-la aceitar participar do meu jogo daqui pra frente. Estava decidido!

Diante dessas circunstâncias, fui obrigado a tomar uma medida radical. Contratei o detetive particular da família Crawford para conseguir informações sobre Angel.

Venhamos e convenhamos. Se ela usava um pseudônimo para o trabalho, era porque tinha alguma coisa pra esconder. E talvez não fosse só por questão de privacidade...

Isso era insano. Eu sabia. Contudo, era um mal necessário também. Se eu conseguisse o endereço de Angel ou pelo menos um número de celular, eu iria conseguir falar diretamente com ela. E eu precisava muito fazer isso.

Era minha última opção.

Sem remorso nenhum, eu estava tranquilamente esperando pra ser atendido na sala de espera do escritório do detetive particular da família Crawford.

Até que sua secretária finalmente apareceu na sala e me chamou. Depois de longos minutos de espera naquela recepção. Geralmente, meu dinheiro e influência pelo sobrenome fazia agilizar muitas coisas. Mas não quando se tratava de Jordan Fischer. Me levantei do banco desconfortável e caminhei na direção da sala dele.

— Boa tarde, Jordan. Quanto tempo... — o cumprimentei, enquanto entrava na sala e fechava a porta. — Conseguiu alguma informação pra mim?

Eu esperava que sim. Já que tinha pagado quase uma fortuna pra uma prestação de serviço rápido e bem feita. Agora eu exigia todas as respostas. Se possível.

— Sim — ele disse, me entregando uma pasta e sentando em sua cadeira. — O nome dela é Nicole Mendes, filha de mãe estadunidense e pai brasileiro. Além de descendência, também tem dupla cidadania. Nasceu em Charlottesville, uma cidade na Virgínia. Mas os pais a levaram de volta pro Brasil quando ela tinha pouco mais de um mês de vida.

Contract Love (Trilogia Irmãos Crawford - Livro 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora