CAPÍTULO NOVE

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BRAD CRAWFORD

"Você é tão bonita, já me convenceu, não vou mentir
Eu não ia ficar, mas continuo aqui"

La Duda | CNCO

A segunda-feira mal tinha chegado e eu já estava atrasado.

Praguejei mentalmente enquanto me sentava na beira da minha cama e calçava meus sapatos sociais de trabalho. Estava puto comigo mesmo por ter ido dormir tão tarde assistindo filme ontem.

Se arrependimento matasse...

Era o primeiro final de semana inteiro que eu tinha passado em casa desde que me entendia por gente. Geralmente, eu costumava aproveitar meus dias de folga fazendo atividades que envolvessem mais movimentos corporais. Tipo, numa balada, numa festa ou apenas com sexo. Era disso que eu gostava.

No entanto, aquele também tinha sido os primeiros dias de Nicole e Nick morando comigo. Eu simplesmente não podia sair pra me divertir e deixar os dois sozinhos em casa. Pelo contrário, eu tinha que ficar e fazer com que eles se sentissem confortável no meu mundo.

E estava funcionando. Mesmo com poucos dias de convivência, eu já podia perceber Nicole super a vontade na casa e Nick cada mais confortável com minha presença. E era exatamente isso o que queria. Para que o acordo fosse bom para todas as partes.

Peguei meu terno e levantei da cama. Era oito e meia da manhã. Eu tinha que estar na empresa às oito horas em ponto. Meu pai iria acabar com a minha raça.

Assim que abri a porta do quarto, avistei Nick parado no meio do corredor. De pijaminha, com uma chupeta azul na boca e coçando os olhinhos apertados de sono. Estava na cara que o garoto tinha acabado de acordar e provavelmente estava perdido.

Franzi a testa com isso. Crianças não costumavam ficar o tempo todo grudadas mamãe? Considerando o fato de que nos últimos dias eu tinha visto Nick e Nicole circulando pela casa como se fossem um só. Nicole devia ter perdido a hora de acordar também. Ou alguma coisa muito errada estava acontecendo...

Me aproximei dele em passos incertos.

— Bom dia, garotão.

— Bom dia, Brad — Nick tirou a chupeta e me encarou, com os olhos sonolentos. Adorava a forma como ele pronunciava o meu nome. — Você viu minha mamãe?

— Eu acho que sua mamãe ainda está dormindo — respondi, me agachando um pouco para ficar na altura dele. — Você tá precisando de alguma coisa?

— Tô com fome...

Puta merda!

Aquele era o problema de ser uma pessoa completamente despreparada quando se tratava de crianças. Eu não fazia a ideia do que esses pequenos seres humanos comiam. Ou simplesmente como viviam. Era uma área misteriosa pra mim.

— O que você come de manhã? perguntei, afastando uma mecha de cabelo que insistia em deslizar por sua testa. — Você toma café?

Nick balançou a cabeça e fez careta.

— Eu tomo o leite da mamãe.

— Bom, acho que isso eu não consigo fazer direito pra você — fiz uma careta também e deixei um suspiro longo escapar. — Você ainda mama?

— As vezes — ele respondeu, dando de ombros.

Não pude evitar o pensamento de Nicholas era um garoto de sorte. Devia mesmo ser um privilégio ter acesso livre aos seios de Nicole a qualquer momento do dia.

Balancei a cabeça para dispersar.

Eu não devia estar pensando nisso agora. Nos seios ou em qualquer outra parte do corpo de uma mulher que nunca seria minha. Talvez mais tarde...

— Vamos lá embaixo vê o que podemos fazer, garotão.

Segurei sua mãozinha e o conduzir na direção da escada.

Eu já estava atrasado mesmo. Meu pai iria me matar de qualquer jeito. Uma hora a mais não iria fazer nenhuma diferença. Quem se importava, não é?

Tudo bem que ser pontual com os compromissos era uma das melhores formas de demonstrar responsabilidade. No entanto, imprevistos aconteciam o tempo. Mesmo na vida das pessoas mais certinhas e responsáveis do mundo.

Coloquei Nick sentado no sofá e liguei a TV em um canal infantil. Ele se acomodou no lugar e ficou quietinho, vendo o desenho que era reproduzido naquele momento.

Eu não fazia a mínima ideia se Nicole era daquele tipo de mãe que estava fazendo a criação do filho sem telas. Porém, era normal de ver essas hoje em dia. A psicologia recomendava esse método para que as crianças não corressem o risco de crescer com problemas de desenvolvimento. Depois eu teria que falar sobre isso com Nicole.

Contudo, naquele momento, melhor que eu podia fazer era deixar Nick entretido com alguma coisa enquanto eu tentava fazer uma espécie de milagre da alimentação.

Fui para a cozinha, pensando no que fazer jovem senhor de quase dois anos poderia gostar de comer no café da manhã. Tive vontade de ligar pra Brandon e perguntar como alimentar uma criança. Mas seria completamente inútil. Afinal, meu melhor amigo estava no trabalho uma hora dessas e era tão inexperiente quanto eu quando o assunto dizia respeito a crianças. Minha única opção era pesquisar na Internet...

Peguei o celular no bolso e cliquei no aplicativo do Google.

O que crianças de um ano e meio comem?

Dentre todas as alternativas da pesquisa, acabei optando por frutas. Porque era a opção mais fácil. Além de ser a única coisa comestível eu tinha em casa. Percebi que precisava ir urgentemente no mercado comprar comida de verdade. Já que teria um bebê morando em casa pelos próximos quatro ou seis meses. Era outro assunto que eu precisava conversar com Nicole.

Cortei algumas frutas frescas e joguei tudo dentro de uma tigela. Eu não sabia se era o tipo de coisa que Nick gostava é comer. Mas era tudo o que podia oferecer agora.

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⏰ Última atualização: Apr 10 ⏰

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