Contract Love (Trilogia Irmãos Crawford - Livro 1)

CAPÍTULO DOIS

BRAD CRAWFORD

"Carrego alguns problemas e fardos nos meus ombros
Minha reputação me precede e estou atolado em boatos
A verdade é que é mais fácil ignorá-los, acredite em mim"

End Game | Taylor Swift, Ed Sheeran, Future

Eu tinha feito uma besteira.

Definitivamente.

Onde eu diabos estava com a cabeça quando aceitei aquela aposta com Eric?

É claro que no mundo da fantasia era única resposta plausível o suficiente pra essa pergunta. Eu tinha agido pelo impulso da adrenalina de sair de zona de conforto e competir por alguma coisa. E eu não pensava direito quando isso acontecia.

Estava na cara que eu não tinha a menor chance de ganhar aquela aposta. E isso ficava mais óbvio a cada dia que se passava...

Como eu iria arranjar uma noiva dentro de tão poucos meses?

Geralmente, pessoas normais tinham um esquema infalível. Elas costumavam se conheciam, transavam, começavam a namorar e transavam ainda mais antes de pensarem em ficar noivos. Isso parecia funcionar bem por milênios.

O problema é que não tinha tempo de encontrar uma mulher e fazer todas essas baboseiras românticas com ela. Assim como também não queria um compromisso dessa proporção para o resto da minha vida.

Eu não era o melhor exemplo de responsabilidade pra ser citado. Isso em todos os sentidos da palavra. Mas principalmente no amoroso. Eu era meio alérgico a compromissos.

Sempre fui conhecido por ser um cafajeste destruidor de corações.

As mulheres se achavam no direito de me difamar desse jeito. Só porque eu transava com elas e não ligava de volta no dia seguinte. Mas não era como se eu prometesse algo do tipo. Eu não tinha culpa se elas se iludiam sozinhas. Tudo que eu queria era apenas uma noite.

Tudo bem que nem as estagiárias e secretarias da empresa da família conseguiram passar ilesas por mim. Eu sabia que devia ser mais profissional e ter uma conduta melhor quanto a isso. Mas aquela definição era um pouco demais, não é?

O que me leva de volta para a principal questão do assunto...

Como diabos eu iria conseguir arrumar uma noiva dele jeito? Seria uma missão impossível com a fama horrível que tinha entre as mulheres por toda NY e os boatos sendo mesmo verdadeiros. De certa forma.

Nem se eu pagasse uma garota aceitaria virar minha nova agora.

Isso era frustrante.

— No que você está pensando? — fui tirado da minha bolha de devaneios por Riley sentando do meu lado no sofá. — Na nova aposta ridícula que você e o Eric fizeram?

— Ei, não é ridícula — a encarei, bagunçando seus cabelos pretos e lisos. — São os negócios da nossa família que está em jogo nessa aposta, fedelhinha.

— Essa justificativa só piorou tudo. Você e o Eric parecem duas crianças com isso. Deviam seguir o conselho do papai e começar a amadurecer. Mas é uma pena que eu não vou estar aqui pra ver os próximos capítulos dessa história daqui pra frente.

Como eu podia explicar Riley Crawford?

O último fruto do casamento de trinta anos entre Camila e Joseph Crawford? Minha amada irmã mais nova? O motivo de orgulho da nova geração de Crawford?

Tudo era verdade.

Nossa garotinha tinha terminado o ensino médio no final do ano passado. E em menos de duas semanas estaria se mudando para New Jersey. Pra fazer faculdade em Princeton.

Assim como eu, Eric e nossos pais também tinham ido pra mesma Universidade. Estudar em Princeton era como tradição de família que ninguém havia quebrado em anos de existência dos Crawford.

Só que diferente do resto de nós, que tinham cursado Arquitetura por causa dos negócios da família, Riley estava indo estudar cinema.

Desde pequena, minha irmã sonhava em ser uma cineasta de sucesso. Era bom ver que seus objetivos e metas não tinham ficado esquecidos com o passar do tempo. E agora ela estava indo correr atrás deles.

Sem falar que tinha sido a primeira da família a ter coragem de dizer aos nossos pais que não queria fazer Arquitetura. Eu a admirava pra caralho por isso. Riley era a pessoa mais autêntica que eu conhecia. Ela não se deixava influenciar por nada. Nem por ninguém.