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Tom gemeu. Sua cabeça doía. Parecia que ele foi atingido por uma marreta. A dor latejante estava se espalhando das têmporas até a nuca. Ele piscou lentamente, as pálpebras afastando o borrão. A luz queimou seus olhos, suas pupilas se contraíram.

Ele fechou as pálpebras e suspirou; a luminosidade ainda o alcançava, piorando sua dor de cabeça. Ele esfregou os olhos e piscou rapidamente, tentando se ajustar ao sol da manhã. Seus olhos lacrimejaram em resposta ao brilho, e Tom teve que enxugar as lágrimas. Ele olhou para o teto em caixotões. Um lustre de cristal estava pendurado acima dele. Ele estava deitado em uma cama, coberto por lençóis macios de algodão.

Onde ele estava?

Por um momento ele ficou imóvel e então as lembranças rapidamente surgiram. Ele foi baleado ontem. A reunião deu errado – eles foram emboscados e ele foi ferido durante o tiroteio. Ele conseguiu fugir, mas seu ferimento estava muito grave e ele havia perdido muito sangue. Ele lembrou que tinha um garoto lá que... deve ter sido um sonho, uma alucinação...

Ele gemeu novamente, sentando-se e olhando em volta. A primeira coisa que notou foi o garoto no sofá. Isso não foi um sonho. Seus olhos se arregalaram enquanto ele olhava para o menino. Ele estava dormindo. Tom examinou a área em busca de mais alguém, mas eles estavam sozinhos. Ele segurou a lateral da cabeça e tentou aliviar a tensão massageando a têmpora. Ele ainda estava vivo. Como ele estava vivo? Ele deu um tapinha no ferimento na lateral do estômago e não sentiu dor.

Estranho!

Ele ainda estava vestindo as calças e a camisa, que surpreendentemente não tinha sangue. Já sua jaqueta, casaco e sapatos estavam espalhados pela sala junto com alguns itens que claramente pertenciam ao menino.

Ele levantou a camisa para dar uma olhada no ferimento, mas estava envolto em gaze branca. Alguém havia tratado seu ferimento e a única pessoa por perto era o garoto de ontem. Os olhos de Tom pousaram na mesinha lateral. Sua arma estava lá. Esse idiota o levou para um hotel, tratou de seus ferimentos, deixou a arma na mesinha de cabeceira e adormeceu no sofá? Para quem quer que esse garoto trabalhasse, precisava recuperar seu dinheiro.

Ele pegou sua arma e verificou se havia balas no cartucho. Estava vazio. Havia um saco com zíper ao lado da arma, cheio de cartuchos usados ​​e seu celular morto que ainda tinha uma bala presa no meio. Não havia balas intactas na bolsa.

Essas foram as balas que ele disparou ontem. Para esse garoto. Esse garotinho tolo os coletou e colocou em um saco com zíper como se fosse a maldita Cinderela e depois o deixou na mesa de cabeceira do hotel? Tom estava seriamente confuso sobre sua situação. Talvez eles não estivessem sozinhos e alguém estivesse jogando algum jogo distorcido, deixando o garoto aqui para lhe dar uma falsa sensação de segurança.

Ele se levantou e caminhou até o garoto. Ele parecia tão pacífico. Parecia ter apenas 15 anos. Ele não empregava crianças. Eles eram um grande risco, mas ele também não conhecia nenhum de seus rivais que faria essa pequena coisa trabalhar para eles. A julgar pela sua figura esbelta e rosto bonito, se ele fosse contratado por alguém, não seria para tentativas de assassinato.

Ele parecia que poderia ser um dos filhos de Bella, mas ele disse explicitamente a ela para não empregar ninguém tão jovem. Não, isso era uma criança. Suas roupas pareciam grandes demais para ele. Tom não ficaria surpreso se tivesse 14 anos. Ele também era bonito demais para Bella não tê-los apresentado até agora, a menos que ela estivesse com medo de que Tom a matasse por quebrar suas regras e colocar um garoto desnutrido no clube do qual ela era responsável. Tom dirigia um negócio e não tolerava nenhuma insubordinação. Bella sabia melhor. Não, esse garoto pertencia a outra pessoa.

Occultation [ TRADUÇÃO ]Onde histórias criam vida. Descubra agora