Occultation [ TRADUÇÃO ]

8

A leve vibração espalhando-se por sua palma tirou Harry do sono reconfortante. Ele se levantou, os instintos correndo soltos, a visão ainda embaçada pelo sono e sentindo uma onda de náusea espasmar seu coração. Ele olhou em volta alarmado, examinando a sala em busca de qualquer sinal de perigo. Quando os últimos resquícios de sono desapareceram de seu cérebro e ele se tornou consciente do que estava ao seu redor, ele deu um suspiro de alívio.

Merda!

Por um momento, ele pensou que estava de volta ao seu mundo, procurando Horcruxes e fugindo dos Comensais da Morte.

Ele passou a língua no céu da boca, sentindo o sabor desagradável da secura, e seu rosto se contorceu de desconforto. O telefone chique de Riddle ainda zumbia em sua mão. Harry olhou para ele confuso, imaginando qual era o problema e bocejou, escondendo o rosto na dobra do braço.

"Bella," ele leu o nome, piscando na tela.

A tela continuou exibindo um movimento deslizante como se quisesse que Harry o traçasse, e Harry inconscientemente passou o dedo sobre ele.

"Senhor," uma voz gritou, assustando Harry, fazendo-o quase deixar cair o telefone. "Você está bem? Estávamos tão preocupados. Chegamos ao clube e você não estava lá. As câmeras de segurança estavam quebradas e os funcionários estavam drogados."

Harry engoliu em seco e aproximou o telefone do rosto.

"Senhor?" houve um breve ruído. "Você está aí?"

"Hum..." Harry começou sem saber o que dizer. Ele ainda poderia deixar o telefone com o médico e fugir.

"Quem é?" a mulher exigiu imediatamente, seu tom se tornando mais agressivo. "Yaxley, encontre a localização dele agora. Alguém está com o telefone dele."

Yaxley ? Os batimentos cardíacos de Harry aceleraram. A voz! Parecia familiar. Seus olhos se arregalaram quando ele percebeu com quem estava falando – o nome na tela dizia Bella. Esta era Bellatrix Lestrange ou pelo menos uma versão dela. Harry teve que cerrar a mão com força para evitar quebrar o telefone do Riddle contra a parede.

"Nomeie-se", exigiu a mulher. "O que você fez com o chefe? Se eu colocar minhas mãos em você, você vai se arrepender-"

"Eu não fiz nada com ele," Harry disse exasperado, lembrando a si mesmo que esta mulher não tinha ideia de quem ele era, e ela não era a Bellatrix que matou Sirius. "Ele foi envenenado, então levei-o para um hospital. Eu também estou no hospital. Os médicos estão cuidando dele."

"Envenenado?" A voz de Bellatrix ganhou um novo timbre agitado que soou estranho aos ouvidos de Harry. "Quem o envenenou? Quem é você? Yaxley, você localizou o telefone?"

Harry podia ouvir sussurros fracos de outras pessoas chegando até ele pelo telefone. Ele conseguia distinguir Saint Mungos e algumas conversas abafadas sobre perigo e uma armadilha.

"Eu não sei quem o envenenou", Harry esfregou os olhos e recostou-se nas almofadas. "Olha, eu o encontrei envenenado no clube. Eu o levei para um hospital. Acho que é Saint Mungos. Então você pode vir aqui e conversar com o médico e umm... Tom."

Ele raciocinou que pareceria menos suspeito chamá-lo pelo nome, já que assim que Riddle acordasse, ele contaria ao seu pessoal que conhecia Harry, mas Harry esperava estar muito longe naquele momento.

"Tom?" Bellatrix gaguejou. "Como você conhece o Sr. Riddle, e como ousa se referir a ele de maneira tão informal? Você é um dos funcionários do clube? Gostaria de lembrá-lo que sou seu chefe e exijo respeito ao Sr. Riddle."

Harry revirou os olhos e tirou o telefone do ouvido.

"Eu não trabalho para você", ele resmungou irritado. "Pare de gritar comigo. Venha chamar seu chefe ou algo assim. E meu nome é Harry, se você quer saber. Harry Potter."