Sentimentos mútuos

Parte *9*

O impacto da arma caída no chão fez Sam recuar e apontar a arma para a porta. Não estava surpreso em ver seu irmão, mas sim satisfeito. Cas assustado e sem saber o que responder apenas esperou alguma reação do loiro.
-Sam eu não esperava isso de você. - Dean falou e saiu do cômodo. Castiel correu atrás gritando seu nome. Mas Dean apenas ignorou e seguiu estrada. Parado sem saber o que fazer estava Cas. Sam apareceu logo atrás. Satisfeito por Dean ter um conflito com Castiel e triste por ter magoado o irmão.

- Me desculpa Cas? - falou o Winchester - Castiel se virou abruptamente, levantou seu braço esquerdo abriu suas mãos e lançou contra o rosto do Winchester com mais força do que deveria. Sam cambaleou para trás com o rosto vermelho e enfurecido.

- Preferia que tivesse me matado. - disse Cas andando de volta para casa ignorando Sam. O Winchester observava os passos do anjo entrando no cômodo. Com as mãos no rosto que queimava com o tapa que recebeu ele saiu decidido a falar com Dean. A se desculpar pelo que tinha feito. Estava arrependido dessa vez. Mas não podia negar que gostou do beijo.

O travesseiro estava úmido com as lágrimas de Castiel. Ele jogou tudo que estava a sua frente no chão fazendo um estrago. Apertava os olhos e mais lágrimas saíam. O olhar pasmo de Dean Winchester nunca saíra de sua mente. O sentimento doloroso que marcava seu peito. Um sentimento indescritível mas notável. Embora não soubesse porque havia beijado Sam também. Não sentia o mesmo pelos dois. Por Dean o sentimento era mais forte. E por Sam era passageiro. Por Dean era amor e por Sam...

- Dean? - Sam jurava que Dean não estaria em casa. Pensou que o irmão estivesse em algum bar ou caçando. Porém Dean apenas estava sentado na cama do motel olhando as paredes. - Dean eu...me desculpa.

- Por que não me disse? - Dean ainda encarava a parede sem sequer olhar o irmão.

- O quê?

- Que era gay? - continuou Dean

- Eu não... sou...

- Você só queria me afastar dele. Só para ter o caminho livre. - Dean se levantou da cama indo até a pequena janela do quarto.

- Eu não quis te afastar. Eu ia matar ele.

- Você o quê? - Dean virou rapidamente e agora olhando o rosto vermelho de Sam, os cabelos despenteados e o olhar firme.

- Eu fiz uma promessa para o Crowley. Se ele me dissesse onde você estava quando desapareceu, eu mataria Castiel. - Sam sentou na cama e continuou. Até então eu não queria. Entretanto eu vi que ele estava invadindo nossa vida e fui lá matar ele.

- Invadindo nossa vida? É a minha vida Sam? Por que seu rosto está vermelho?

- Ele me deu um tapa na cara.

- Cara você não tem sorte com ninguém mesmo. - Dean tentou manter um sorriso. Embora estivesse triste por dentro.

- Não está bravo comigo? - perguntou o moreno.

- Se você matasse o Cas, Sam? Eu juro que enfiava uma bala em você.

Castiel se levantou depois de secar suas lágrimas. Queria desabafar. Falar com alguém e então ligou para sua amiga. Ela que também tinha virado humana recentemente.

" - Hannah?
- Castiel? É você?
- Sim sou. Pode vim me visitar?
- Oh sim. Onde você está?
- Uma casa vou te enviar o end.
- Estou a caminho"

Sam e Dean se olharam como dois estranhos. Incomodado o loiro se retirou disse que ia comprar alguma coisa. Porém Sam sabia que ele ia atrás de Castiel e decidiu seguir o irmão.
Dean ligou o impala e saiu em direção a casa do anjo. Sam encontrou um Corolla preto estacionado e roubou o veículo. Estava sem chaves mas não impediu de fazer ligação direta com os fios do carro. Dirigiu mantendo cem metros de distância de Dean.

A porta bateu em poucos minutos e Castiel ja imaginava que seria a Hannah. Abriu a porta dando passagem para a morena que estava linda e radiante com uma jaqueta lilás. Ela abraçou Cas imediatamente fazendo ele ficar desconfortável.

- Você está tão diferente - falou a morena desfazendo o abraço.

- Você também - Ele disse.

- Não Cas - sorriu - Você está diferente. Está mais vivo. O que aconteceu?

- Estou apaixonado. - falou com naturalidade. E as palavras saíram como outra palavra normal fazendo a mulher recuar um pouco.

- Apaixonado? Tem certeza? Eu imaginava que isso fosse acontecer. - Hannah sentou no sofá e Cas sentou ao lado dela estranhando a conversa. - Você sempre foi apegado aos humanos. Vivia atrás dos Winchesters e esquecia de você mesmo. Quem é a garota?

- Garota? - Cas estava confuso.

- Sim. Você disse que estava apaixonado. Quem é a garota?

- Não tem "garotas".

- Então...

- São os Winchester. Os dois - falou Cas tão natural.

- Você o quê? Como assim... - Hannah engasgou com a própria saliva e falou tossindo. - Isso é errado.

- É errado se apaixonar por duas pessoas? - perguntou Cas inocentemente.

- É errado se apaixonar por outro homem Cas.

- Por que?

- O que eu mais temia está acontecendo. - ela colocou as mãos abaixo do queixo. - Você está agindo errado.

- Eu sei. Eu devia amar apenas o Dean. Mas o Sam mexe comigo eu o beijei.

- Você o quê? - Hannah se levantou puxando Cas junto e deu um chute no meio da sua perna. Cas ajoelhou gemendo no chão. - Você não faz parte de nós Castiel. Você pertence a esse mundo. Boa sorte. - Castiel apenas ouviu a batida da porta. Se levantou apoiando no sofá com as duas mãos no local dolorido. A porta abriu de novo e tentou se proteger de outro chute da Hannah mas era a voz grossa de Dean que parecia se divertir da situação.

- Quem fez isso com você? - perguntou Dean acomodando Cas no sofá.

- Hannah. Eu chamei ela aqui. Não foi uma boa idéia.

- É...

- Dean me desculpe pelo que você viu eu...

- Eu já sei de tudo. - falou Dean

- Sabe? - Cas perguntou assustado imaginado se ele sabe que havia correspondido o beijo.

- Sim o Sam queria te matar porque ele prometeu ao Crowley. Sam estava carente e por isso que te beijou. Gostei do tapa que você deu nele.

- Ah sim.

- Eu não vou deixar ele fazer nada com você. Só eu.

- Só você? O quê? - perguntou Cas quando viu Dean se aproximando de seu rosto e acariciando sua pele antes de selar um beijo molhado. Cas correspondeu deitando no sofá e dando espaço para Dean que apoiou sua pernas entre a dele. E da janela Sam observava tudo.