10 - Jungkook

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Durante a caminhada, sinto o frescor no rosto, que choca com o calor dos dois corpos ao meu lado.

— Você exagerou hein JK?! — Ouço o riso do Tae de um dos lados e da Pérola logo do outro.

Os dois mantém meus braços em seus ombros como seu não fosse capaz de andar sozinho.
Rio dessa constatação e não consigo deixar o riso apenas na cabeça.

— O que foi? — Pérola ri junto a mim, levando Tae na gargalhada.

— Porque vocês estão rindo? — Tento entender o efeito manada do riso, que abafa os burburinhos das conversas dos pequenos grupos ao nosso redor.

— Você que começou a rir do nada, Jeon.

Toda vez que ela me chama assim, sindo a vontade agarrar seu pescoço e prender ela em alguma parede.

Ele faz isso quando está bêbado. — Tae não esconde os segredos de um amigo alcoolizado.

— Quem não faz? — Me defendo.

— Você está suando demais. — Fico em choque com o toque da mão dele em minha testa.

Como ele consegue ser tão gato até alcoolizado?

Meu ego sexual não está me ajudando ultimamente. Como ele consegue dizer essas coisas com o Tae?

— Ele é tão bonito não é?! — Pérola concorda — Pena que eu não gosto de homens.

— Você nem faz o meu tipo, JK. — Ele ri.

— Como não? — Me sinto ofendido com a resposta. — Eu sou um homem mais gostoso que aquele idiota que você pegou na despedida de solteiro do Jin.

— Porque você ficou ofendido? — O olhar dela é curioso. Mas, de um jeito interessante.

— Ele ficou todo cheio de ciúmes quando eu fiquei com esse cara. — Tae apenas se diverte, como se divertiu quando eu mandei o cara ir embora. — Quem ver até pensa que é meu namorado.

— Não fala besteira. — Tento bater em sua cabeça , mas ele segura minha mão antes disso. — Eu só não queria que você largasse o grupo para ficar com um cara aleatório.

— Vocês são uma loucura. — Ela não para de rir. — Mas, respondendo aquela sua pergunta, ele é bem mais do que bonito.

Sinto um olhar entre os dois, que me queima no meio do caminho.

— Mais do que bonito? — Ele já estava obviamente flertando com ela a noite toda, mas agora está seguro de que é recíproco e o garanhão que vive dentro dele não perde tempo. — E como você me define?

— Calma aí, garotão. — Dessa vez consigo bater em seu ombro. — Está atacante não é?

— Não precisa ser tão ciumento. — Seus dedos buscam os fios da minha nuca e acariciam levemente. — Tenho certeza que você é mais gostoso do que o idiota da despedida de solteiro.Vocês todos são grandes gostosos.

— Ei! — Nós dois gritamos como se fosse combinado.

— O ciúme veio para mim, agora? — Não entendo a sensação de desgosto e o ciúme com essa observação dela. — Não é como seu fosse conseguir ficar com vocês.

— Porque você acha isso? — Tae questiona antes de eu falar qualquer coisa.

— Eu gosto de ser sincera. Então vou ser sincera com vocês. — Começa a explicação, me deixando curioso e bravo por ela achar isso. — Estamos flertando a noite toda e vocês são melhores amigos. Não acho que eu poderia ficar com um, porque o outro ficaria incomodado e isso seria ruim. E não sei se vocês são tranquilos o suficiente para que eu possa ficar com um e depois com o outro sem rolar um climão.

A sua sinceridade é realmente admirável dolorida.
Continuamos em silêncio até em casa, ouvindo os outros ainda conversando em seus pequenos grupos.
Já em casa, subimos as escadas na mesma formação da estrada, já que os dois continuaram sem confiar em minha capacidade de subir dois lances de escada.

— Foi mal. — Ela sorri, parecendo sem jeito. — Eu não queria deixar um clima esquisito.

O grito de susto dos dois parece um só quando eu me jogo na cama, ainda com os braços em seus ombros, fazendo a queda ser tripla.

— Está tudo tranquilo, baby. — Sem pensar direito, levo meu rosto para frente, grudando os lábios nos dela.

Sinto o Tae tentar se afastar e não permito. Para minha própria surpresa, repito o gesto com ele, selando nossos lábios pela primeira vez.

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