14 - Taehyung

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— Você está meio pra baixo hoje. — Pérola me desperta, se aproximando dentro da água. — Tem alguma coisa a ver com o que aconteceu essa madrugada?

— Aquilo não foi nada. — Rio, tentando disfarçar a confusão da minha cabeça. — Ele só estava muito bêbado.

— E ele costuma fazer isso quando está bêbado? — Ela continua insistindo.

— Não. — Talvez ela me ajude a pensar a respeito, então decido falar sobre o que está me afligindo. — Ele nunca fez isso e é estranho que ele tenha feito.

— Estranho porquê você gostou? — Ela parece ler minha mente e seu olhar curioso me desconserta.

— Estranho porquê ele é hétero. Eu me acostumei com isso desde que o conheci e adestrei meu ego sexual para não reagir a ele, mas o JK estragou tudo. — Desabafo.

Jimin era a única pessoa que sabia sobre a atração que eu senti pelo Jungkook no início. Agora, ela sabe e eu tenho medo de que isso venha à tona.

— Você não acha que se ele te beijou ontem, ele talvez não seja hétero? — Encaro seus olhos, pela primeira vez durante nossa conversa.

— Não acredito que seja possível. Olha pra ele. — Ela faz, observando o JK cortando alguns limões.

— Não sei não. — A análise dela é minuciosa. — Ele parece meio açucarado às vezes.

Rio alto, vendo alguns rostos virarem em direção a nós, inclusive ele.

— Açucarado? — Cubro meu rosto, envergonhado com os olhares.

— Só relaxa. — Ela segura minha mão e abaixa. — Às vezes, as coisas não precisam ser tão complicadas. — Com um toque sutil, ela tira o cabelo molhado da minha testa. — Se ele se atrai por você e é recíproco, vocês podem aproveitar essa viagem pra experimentar esse novo benéfico da amizade.

Eu deveria beijar essa boca. O JK foi o único que aproveitou nós dois.

— Você é boa com as palavras. — Sorrio, deixando meu olhar descer até seus lábios.

— Meio que tenho que ser. — Fico confuso com sua resposta . — Sou professora.

— Um pra você e um pra você. — Jungkook aparece, colocando nossos copos com suco na beirada da piscina. — Está tudo bem com vocês?

— Nós estamos. — Ela ri e viramos para ele, que está sentado em uma das espreguiçadeiras. — Foi você que exagerou ontem, Jeon.

— Não fiquei tão ruim assim. — Ele bebe metade do líquido, enquando eu dou um pequeno gole.

— É? Então, vai me dizer que você lembra do que fez quando levamos você pra cama? — Brinco, imaginando que ele nem lembre do próprio nome.

— Claro. — Arregalou os olhos com a informação. — Eu dei um beijo de boa noite em vocês.

Pérola me encarando, rindo da minha expressão.

— E desde de quando eu permiti que você me desse um beijo de boa noite? — Não sei o que dizer.

— Se acalma Tae. — Ele parece tão tranquilo que me irrita. — Não foi nada demais.

— Tem razão. — Minto. — Não foi nada demais, então não repita.

— Me sinto meio intrusa nessa discussão, então, eu vou ver as meninas. — Antes que eu conteste, ela se afasta, carregando seu copo.

— Por quê está tão estressado com isso?

— Não estou. — Tento mentir, mas é o JK, ele sabe. — Porra!

— Você sabe que eu te conheço. — Ele se aproxima, sentando na beira da piscina. — E a gente não esconde coisas um do outro. Fala.

Respiro fundo algumas vezes antes de falar, sem olhar para seu rosto.

— Você nunca fez aquilo antes. — Começo, tentando achar uma maneira de falar o que eu quero. — Você me beijou JK. Tem noção do quanto isso me deixou confuso? Eu adormeci a atração que eu tinha por você a sete anos porque você é hétero. E eu sei que você só fez aquilo porque ela estava no meio e talvez você não queria me deixar de fora, mas não deveria ter feito isso.

— Tae. — Ele parece assustado só pelo tom de voz. Então, confirmo quando olho seu rosto espantado.

— Só fala logo pra gente quebrar esse climão. — Viro o restante do suco e largo o copo de lado.

— Eu não sabia que isso iria te afetar. — Sua voz soa mansa demais. E isso me irrita. — Eu só fiquei pensando no que ela disse sobre não poder ficar com nenhum de nós e achei que ela ficaria se fôssemos juntos. Eu não iria cruzar a linha com você.

— Você está se escutando?

— Me desculpe. — Pede. — Não vou mais fazer isso. — Sinto um frio na barriga. — Não vou mais beijar você. — Me assusto com a possibilidade. — Estamos bem?

— Não. — Revirou os olhos e levo minhas mão até suas costas, empurrando seu corpo na piscina. — Agora estamos bem.

— Idiota. — Ele joga água em mim.

Talvez não seja uma ideia ruim, nós três ficarmos juntos uma noite.

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