Capitulo 3 - Ursinho

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[ AVISO: Ha um teor de violência levemente elevado após a cena do banheiro ]

"LUCAAAAAAAAAAS! Aqui é o Davi, quero te convidar para o meu aniversario no sabado que vem" 

Vejo essa mensagem no meu celular e me questiono como ele sabe, mas lembro que ele é da gangue. E a minha privacidade está nas mãos deles agora, acho que ja sou parte desse cidadezinha do interior...eba. Pelo menos Davi me parece do bem, entre muitas aspas. Eu gosto dele, ele sempre parece ser sincero e solta as informações com facilidade o que é péssimo para o mundo do crime.

"Pode mandar a hora e local. Vou sair hoje para comprar algo pra você então."

"Não precisa, poxa. Porem obrigado, acho que ninguém mais vai me da algo, geralmente os presentes são dinheiro."

"Mais um motivo pra eu te da algo, imagina eu chegar ai e te da 10 contos só? Se eu arrumar um ursinho por 10, posso fingir que foi mais caro."

"LUCAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAS HAHAHAHAH"

Eu tenho certeza que esse shopping é de lavagem de dinheiro. Aqui é vazio, se bem que um lugar afastado desses não tinha como ter gente. Uma viajem longa pra isso e ele é mais proximo a capital do que onde eu estou morando. Existe lojas conhecidas e umas que me parecem ser mais local. De fato encontro uma loja de ursinhos. Eu sei que Davi é de maior e de uma gangue porem ele é tão fofo. Entro na loja onde sou bem recebido e fico olhando os ursinhos. Encontro um ursinho com roupinha de rugby  porem não sei se o Davi gosta desse esporte até vê um ursinho amarelo claro vestido de medico e ele faz faculdade de medicina. Bom, eu espero que seja medicina. Presente comprado, descido da mais uma volta ja que ainda esta cedo. Passo por uma loja de perfume e ao lado há uma loja que vende matérias de pintura desde telas a pinceis e tem pinceis enormes aqui na vitrine. Meus olhos vagam para dentro da loja e o vejo saindo de lá. Ele me olha um pouco assustado e vira o rosto. 

— É o presente do Davi, ai? — Puxo assunto... merda ele deve me odiar.  Ele engole a saliva e começa a caminhar sem me responder. Eu concordo com a cabeça, ele está certo. Eu olho para o chão vendo seus sapatos pretos darem alguns passos e depois parar.

— Eu sou um otario, né? — Samuel esta falando comigo? Ergo a cabeça e ele se virou para mim, caminho até ele parando próximo a porta da loja em que ele saiu. 

— Não acho que seja. 

— Você transa comigo, foge sem nem falar nada na manha seguinte e a noite você esta pegando outro. Você deu a mão para outro na minha frente, sabendo que eu gosto de você e  agora quer falar comigo como se nada tivesse acontecido?

— Você tem razão. Eu fiquei com o Victor e estava querendo esquecer aquilo que fizemos. 

— "Aquilo que fizemos?" — Ele da uma risada cinica— Eu queria matar aquele cara. 

— Você tem que ficar bravo comigo. 

— Eu não consigo. 

Eu me sinto como se eu estivesse olhando dentro dos olhos dele e ele dentro dos meus. Sua mandíbula está bem marcada e ele engole algo.

— Eu quero te levar pra sair agora como um casal que eu achei que seriamos — Ele diz e eu me calo — também quero sair correndo e evitar de te vê. 

— Eu também, Samuel. Puta merda... eu também.

Meu coração ta batendo forte pra caralho, ele estão tão sexy vestido de calça e camisa social, todo de preto como sempre. A camisa esta apertada em seu peitoral e em seus braços fortes, sua calça é volumosa.

— E o que faremos? você quer correr de novo?  — Ele questiona e sem um semblante triste agora

— É o presente do Davi? — Pergunto novamente dando um passo para frente e agora estamos cara a cara. Não ligo para os gatos pingados que passam e nos olhando.

Gangue dos mascarados (Romance gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora