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Cath segurava minha mão com firmeza, sua determinação quase palpável. O que poderia ser tão urgente para justificar tamanho afobamento? Seus olhos brilhavam com uma mistura de preocupação e pressa, e eu sentia uma tensão crescente no ar.
Só quando chegamos perto de uma árvore frondosa, que lançava uma sombra generosa sobre o chão, é que Catherine finalmente me soltou. Ela se virou para mim, seus olhos fixos nos meus, que estavam cheios de uma ansiedade que eu não conseguia disfarçar.
— Cath, acalma. O que está acontecendo? — perguntei, minha voz carregada de receio.
Ela respirou fundo, como se estivesse tentando encontrar as palavras certas. Então, a verdade saiu em um fluxo apressado:
— É sobre sua avó, Ally. Dizem que a viram vagando pela parte sombria da floresta! Claro, são apenas boatos, e pode ser que a tenham confundido com outra pessoa, mas não acha isso estranho?
Eu fiquei paralisada por um momento, tentando processar a informação. Minha avó, desaparecida há anos, sem deixar qualquer explicação. Havia rumores de que ela estava louca, que via e ouvia coisas que não estavam lá. Diziam que queriam interná-la. Eu me perguntava se ela realmente teria fugido por causa desses problemas mentais, ou se havia algo mais por trás de sua ausência.
Se ela estava realmente tão perturbada quanto alegavam, será que eu também poderia estar? Lembrei do lobo que vi na floresta e me perguntei se o que havia visto não era fruto da minha imaginação.
— Ah, e me desculpe. Acho que acabei cortando o clima entre vocês, não é? — Catherine disse, sua voz tingida de constrangimento.
— Não, está tudo bem. Eu que agradeço — respondi, soltando um suspiro de alívio.
— Mas voltando ao assunto principal — comecei, decidida a retomar o foco —, Cath, preciso da sua ajuda.
Ela franziu a testa, sua expressão misturando surpresa e desagrado.
— Não me diga que você está pensando em fazer o que eu acho que está. Você enlouqueceu?! — Sua voz era dura e seu olhar carregava uma preocupação genuína. — Eu só achei que você quisesse saber disso, não que fosse se envolver.
— Por favor! Só preciso que você mantenha as coisas sob controle enquanto eu estiver fora. — minha voz era um pedido desesperado.
— Ally! Eu não posso fazer isso. É extremamente perigoso e arriscado. Você sabe muito bem o que pode acontecer se formos descobertas. Eu me preocupo com você, e por seu bem, não vou ajudar — disse ela, cruzando os braços em um gesto firme de discordância.
— Está bem... — tentei parecer convincente, inclinando a cabeça em um gesto de rendição. No entanto, a ideia de desistir não estava realmente em meus planos.
— Certo, vamos entrar. Está começando a ventar, e seria ruim se você ficasse doente.
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No meu quarto, sentado à mesa perto da lareira, observava as chamas dançarem sobre o pinho. Meu pensamento estava em uma correria constante, tentando formular um plano que fosse o mais seguro possível.
Minha ideia era sair à noite, quando todos estivessem dormindo, para que eu pudesse ir e voltar sem ser notada. Planejava agir com cautela para evitar ser ouvida. Quando o relógio marcasse 02:00 em ponto, partiria para a floresta.
O plano era simples: levar apenas o essencial. Meu relógio de bolso para monitorar o tempo, uma bússola para não me perder, meu mini kit de primeiros socorros — sempre guardado na parte inferior da minha cesta — e minha adaga, que usaria somente se necessário. Como diz o ditado, "melhor prevenir do que remediar", especialmente após o que aconteceu na última vez que estive na floresta.
Com o plano elaborado, restava apenas esperar para colocá-lo em prática. Seria mais fácil se Catherine tivesse aceitado me ajudar, ficando em meu lugar na cama enquanto eu saísse.
Era uma loucura, com todos os riscos envolvidos, mas a ideia de descobrir a verdade sobre minha avó me consumia. Talvez eu só quisesse confirmar minhas suspeitas, ou talvez, se encontrasse algo, poderia dar algum sentido ao que havia acontecido.
Eram exatamente 22:36, e eu estava prestes a adormecer, mas a ansiedade e curiosidade superaram o cansaço. Permaneci acordada, tentando me distrair com livros, rabiscando ideias em um papel e imaginando cenários em que tudo pudesse dar errado.
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Quando o relógio marcou 01:48, comecei a me preparar. Vesti minha capa, puxando o capuz sobre minha cabeça e cobrindo todo o meu corpo. Verifiquei pela quinta vez se não havia esquecido nada na cesta.
Ajoelhei-me à porta e segurei a maçaneta com uma leve insegurança. Balancei a cabeça, tentando afastar os pensamentos perturbadores. Se pensasse demais, desistiria antes mesmo de começar. Respirei fundo, tomei coragem e girei a maçaneta, abrindo a porta com o máximo de cuidado para evitar qualquer ruído.
O corredor estava envolto em escuridão e silêncio. Peguei um lampião da estante e acendi a vela com um fósforo. Caminhei devagar até as escadas, tomando cuidado para não tropeçar. Em vez de sair pela porta principal, fui em direção à cozinha, planejando escapar pelos fundos que davam direto ao jardim.
A noite estava serena, com apenas o assoviar do vento quebrando o silêncio. A lua cheia brilhava intensamente, acompanhada por milhares de estrelas no céu. Segurei a chave do portão com firmeza e a usei para destrancá-lo. Olhei ao redor, certificando-me de que não havia ninguém por perto.
Quando finalmente passei pelo portão e entrei na escuridão da floresta, as árvores se balançavam suavemente ao sabor da brisa. Um arrepio percorreu minha espinha, e um som de passos atrás de mim fez meu coração acelerar. Sem pensar, comecei a correr desesperadamente.
Mesmo com todo o cuidado que tomei para garantir que nada desse errado, algo tinha escapado do meu controle. A sensação de má sorte era esmagadora.
Eu precisava parar para respirar. Estava ofegante e minhas pernas doíam, e sabia que não demoraria até que o perseguidor me alcançasse. A única alternativa era me esconder e tentar despistá-lo.
De repente, algo puxou minha capa com força, e eu cambaleei para trás. Minha mente estava em turbilhão, e me debatei com todas as minhas forças, gritando:
— ME SOLTA!!
Desatrelei minha capa e caí de cara no chão. Tentei me levantar, mas o cansaço e a exaustão eram demais. Meu corpo estava completamente esgotado, e a ideia de morrer de forma tão patética parecia iminente.
Justo quando pensei que tudo estava perdido, algo inesperado aconteceu...
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NOTAS DA AUTORA
Hello pessoas !! 🤡🙌💥
Tudo ok com vocês? Espero que sim.
Cá está mais um capítulo da nossa amada estória. Não esqueçam de votar 🌟, e comentar 💬. Assim saberemos que estão gostando, e continuaremos a escrever mais capítulos para vocês 🤲💖.
☆ Quem vocês acham que é o (a) perseguidor (a)? 😳😰
☆Será que Ally irá conseguir achar as respostas que deseja? 🧐❓
Saberemos no próximo capítulo, ¡Hasta!
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Chapeuzinho Vermelho e um Lobo não tão MAU
Romance《 ••• 》 Entre 1795 e 1837, em um pitoresco vilarejo europeu, vivia Ally, uma jovem cuja vibrante capa vermelha a fazia destacar-se em meio à multidão. Com um espírito indomável e um desejo fervoroso de liberdade, Ally encontrava-se presa em um desti...