capítulo 8

34 10 117
                                    

Capítulo 8

Eloísa se encontrava na sala do hospital, chorando ao lado da cama que estava sua filha Emily desacordada, fazia algumas horas que Emily tinha sido encontrada no lago pelos bombeiros, pois sua mãe havia notado que ela estava demorando mais do que o normal para chegar em casa, quando soube da notícia de que sua filha havia tentado suicídio ela desabou, Emily foi levada para o hospital pela ambulância, e David chegaria em alguns minutos, Eloísa havia lhe contado o que tinha acontecido e ele já estava a caminho do hospital.
– Elô?
David chega à porta da sala avistando Eloísa sentada aos prantos.
Ela se levanta para recebê-lo.
– graças a Deus você chegou.
– vai ficar tudo bem – ele a abraça forte e beija sua cabeça carinhosamente – ela vai ficar bem.
Ele acariciava seus cabelos castanhos delicadamente enquanto observava tristemente Emily desacordada.
– por que ela… – Eloísa não conseguia terminar a frase, seus nervos estavam muito abalados apesar de ela já ter tomado um copo d'água – por que David…?
– eu não sei… mas tenta se acalmar Elô, eu tô aqui agora tá bom?
– sou eu que sou uma péssima mãe não é?
Eloísa volta a chorar descontroladamente escondendo seu rosto no ombro dele, o mesmo abraça mais forte tentando acalmá-la.
– você é uma ótima mãe, não diga isso – ele seca suas lágrimas delicadamente com o indicador – não se culpe tão cedo, você é uma mãe maravilhosa e forte – ele pega um lenço do bolso e entrega para ela – e tenho certeza de que ela é tão forte quanto você, não sei o motivo que a levou tentar isso, mas estou certo de que o motivo não foi você Eloísa…
Ela leva o lenço de David até o rosto e sente o cheiro de um aroma levemente de lavanda, ela se acalma após alguns segundos.
– obrigada…de verdade.
seus olhos já estavam inchados por ela ter chorado por horas seguidas, mas ainda continuava linda.
– não precisa me agradecer, é o mínimo que posso fazer.
Ele beija sua testa e acolhe ela em seus braços novamente.
– eu sei que não é o momento certo, e que talvez seja muito cedo para isso mas…– ela respira fundo e solta o ar pela boca – eu te amo.
David definitivamente não esperava por isso pois ficou corado e paralisado enquanto Eloísa se aconchegou em seus braços quentes e fortes.
– muito obrigada por estar comigo… nesse momento difícil, e me desculpa se eu estiver sendo inconveniente agora, mas desde a primeira vez que eu te vi… eu não sei explicar, mas senti que você era o amor da minha vida.
David segura as lágrimas enquanto acaricia seus cabelos.
– eu…também te amo Elô… – com a cabeça de Eloísa apoiada em seu peito ele desvia o olhar para o chão e depois para seus cabelos – eu te amo… e também senti que você era o amor da minha vida, você…sua energia me cativa, eu também sou péssimo com palavras, mas quero estar com você em todos momentos, e vou estar.
Eloísa sente seu rosto quente e sorri, ela também não esperava essas palavras…ela se sentia segura com ele, era ótimo tê-lo por perto, principalmente naquele momento.
Eles continuaram abraçados por longos minutos…naquela sala de hospital, sentindo o cheiro de medicamentos, álcool e doença, onde só se via o branco das paredes, do piso do chão, dos jalecos de médicos, das camas e da maior parte das coisas que ali haviam, aquele ambiente que transmitia uma energia pesada de morte.

Em outro lugar da cidade…

– É sério, eu vi quando a ambulância e os bombeiros chegaram, eles levaram ela.
– mas você disse que ela foi encontrada no lago certo?
– sim.
Curiosa Cynthia pergunta.
– ela caiu lá?
– eu sei lá mano, só sei que eu vi eles tirando ela de lá, não sei se foi acidente ou proposital.
– entendi… de qualquer jeito isso não é da nossa conta, ninguém se importa.
– É verdade, mas não é estranho?
– estranho é você estar preocupado com aquela esquisita né?
– eu não tô preocupado, só tô falando.
– aham sei.
ela o encarava de cima a baixo.
– que foi? Não pode mais falar o que eu vi?
– pode ué, mas já chega desse assunto né, pelo amor de Deus.
– Tá bom tá bom, não tá mais aqui quem falou.
Ele se joga no sofá e Cynthia se aproxima subindo em cima dele a fim de beijá-lo.
– que foi agora?
– nossa, que foi o quê? Não posso?
ela sai do colo dele ficando em pé irritada.
– Tô estressado só isso.
– você tá pensando naquela estranha né Daniel?, puta que pariu.
– eu só não quero nada agora, que saco.
ele se levanta e vai em direção a porta.
– onde você vai? Meus pais só chegam amanhã.
Ela acompanha ele com os olhos, esperando que ele volte.
– vou embora, tô com dor de cabeça.
Ele abre e fecha a porta com força.
– QUEEEEBRAAA!! NÃO É VOCÊ QUE COMPRA!
Ela gritou alto o suficiente pra ele ouvir lá de fora.
Daniel atravessa a rua e segue para sua casa, estava irritado…só não sabia com o quê nem porquê, ele chega em casa e vai para o chuveiro pensando em tudo que estava acontecendo, na Emily… na Cynthia…

OLHOS VIOLETAS| A marca da Maldição Onde histórias criam vida. Descubra agora