𝗡𝗮̃𝗼 𝗲́ 𝗶𝗻𝗰𝗿𝗶́𝘃𝗲𝗹 𝗼 quanto as pessoas são necessárias na nossa vida? Todos nós temos um dia ou situação em que precisamos de um amigo para nos aconselhar ou apenas nos abraçar e fazer desaparecer aquele sentimento que tanto incomoda.
Neste exato momento eu, sentada em frente à um provador de uma loja, espero Shannon se trocar para pedir a minha opinião na sua roupa e mesmo assim pegar a que ela gosta.
— O que achou? — Abre a cortina e posa com a mão na cintura. Ela dá uma voltinha e para me encarando.
— Belíssima. — Sorrio apoiando minhas mãos no meu joelho.
— Credo, Rosália. Fala com mais animação. — Reviro os olhos com esse nome que ela insistiu em me chamar hoje.
— AMEI! — Levanto e vou em sua direção. Pego sua mão e a faço rodar. — Se fosse bi, eu te pegava.
Ela solta mini gritinhos animados enquanto balança os dedos animadamente junto comigo.
— Que bom que gostou, vou levar esse. — Entra novamente no provador para trocar a roupa.
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Já faz um tempo em que estamos aqui no restaurante conversando, nossas comidas já acabaram e agora apenas degustamos um bom vinho. Por mais que não seja o adequado para uma hora da tarde.
— O que houve? 'Tá com essa cara toda 'pra baixo aí... — Ela me encara como se quisesse ler a minha alma. — Fala, cachorra!
— Você é um saco. — Afirmo. Ela dá de ombros chamando o garçom.
— Meu amor, nós vamos querer uma porção de batata frita. — O homem concorda e diz que em minutos estará pronta. — Pronto. Agora você pode me contando o que tá pensando aí.
Minha respiração pesa, mas não me preocupo, eu a chamei para sair para conversar sobre isso.
— Eu e meus pais nos resolvemos, já te disse, não é? — Ela concorda. — Então... Eu queria dizer o mais rápido possível que eu estou com o Rick, mas acho que é muita coisa ao mesmo tempo. A gravidez da Jessie, minha saída de casa, nossa briga... — Digo tudo rapidamente e só quando paro para respirar é que percebo a sua cara. — O que foi?
— Você está com o Rick?
— O que? Que pergunta. — Dou risada. — Sim, né! — Dou risada. — Obviamente, né, Shann.
— Ah, não sabia... — Mexe os dedos na mesa. — Na minha época você só "estava Junto" — Gesticula. — Com uma pessoa quando ela te pedia em namoro...
Já posso me matar?
— Não, mas... Rick e eu estamos esperando o momento certo. — Pontuo.
— Ah, sim. Pensei que o momento certo seria uns três meses depois de se conhecerem. — Pausa. Nós nos conhecemos há mais de três meses. — Não querendo colocar um cronômetro na aliança, mas é a verdade.
— Acha que o Rick não quer um relacionamento? — Pergunto de forma retórica, já que é óbvio pelo o que ela disse. — Acha que Rick iria querer namorar alguém mais como...
— Como...?
— Como você?
— Vagabunda, o que eu tenho!? — Questiona confusa.
— Bom, você é extrovertida, é alguém que você pode ter certeza que se fosse chamada para uma festa no asilo iria fazer todos dançarem e rebolarem até o chão. — Completo. Sua face que antes era confusão, se transforma em algo acolhedor.
— Olha, Rose, eu tenho certeza que eu posso ser tudo isso, mas não anula a pessoa incrível que você é. — Toma um gole da sua bebida. — Olha, cadela, você é uma amiga maravilhosa, você sabe escutar e aconselhar nos momentos certos, você sabe animar até a pessoa mais mau humorada do mundo. Você é incrível, não deixa um idiota te fazer esquecer suas qualidades. — Bate no meu braço. Shannon não é o tipo de pessoa que abraça e beija para aconselhar, isso é mais um dos seus pontos positivos. Eu não precisava de abraços e beijos.
— Eu te amo. — Sorrio.
— Também te amo, feiosa. — Sorri de volta. — Agora vamos passear, isso tá ficando muito emotivo. — Se levanta e anda em direção à saída.
— Shannon! A conta! — Ela dá de ombros e continua andando. Não conseguiria ir embora como ela, o garçom está me olhando, preparado para caso eu saia sem pagar. Dou um sorriso amarelo e ando até o caixa. Idiota.
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— Você é ridícula. — Sua gargalhada estridente chama atenção das pessoas que andam no outro lado da rua. Seguro a porção de batatas que já tinha pago, mas a louca da Shannon não esperou o garçom entregar.
— Era para você ter dado uma de louca e vindo atrás de mim.
— E chamarem a polícia para mim? — Olho indignada. — Não, muito obrigada.
— Se alguém viesse atrás era só assustar assim, olha. — Se vira para um pombo, abaixa o corpo com os braços abertos e simplesmente começa a latir correndo atrás dele.
— Que merda é essa!? — Ela para de correr quando o bicho voa e volta andando normalmente.
— Duvido que alguém iria chegar perto. — Diz confiante.
— Verdade, não iriam, só jogariam uma faca no meu pescoço. — Com um falso tom de carinho eu a respondo.
— Nossa, como você é engraçada, hein, Roselyn. — Ironiza.
— Sou. — Como uma batata.
Nós continuamos caminhando por aí como se não tivesse nada para fazer — Realmente não temos. —
— E aquele seu namorado, hein? — Me viro para ela
— Qual? — Pergunta calmamente.
— Qual!?
— É, agora eu tô namorando dois.
— Relacionamento aberto? — Ela acena negativamente com o dedo e sorri animada. — Shannon, você está traíndo?
— Bom, trair é uma palavra muito forte... Eu só estou experimentando ares novos. — Abre os braços com uma feição risonha.
— Isso vai te dar problema...
— Só vai dar se alguém souber. — Pisca para mim.
— Faz o que quiser, mas se eu fosse você eu não faria isso. — Digo firme.
— Calma, Dove. — Dá risada. — Não é como se eles fossem se matar por mim.
Não lhe digo nada, apenas observo atentamente o seu sorriso orgulhoso como se estivesse fazendo a coisa mais certa do mundo.
— E outra, quem não gosta de homens caindo aos seus pés? — Nego com a cabeça. — Quando um está ocupado eu chamo o outro.
— Você que sabe... — Continuamos andando, agora em silêncio. Ofereço a comida para ela que não exita e pega três batatas de uma vez. — Eles trabalham com o que?
— Um é mecânico e o outro trabalha como entregador de delivery. — Faço que entendi com a cabeça. — Você tem que ver, eles são uma loucura! Queria que eles se conhecessem para ser loucura em dobro. — Faz um movimento extremamente erótico e inapropriado para o local em que estamos.
— Para com isso! Tem crianças aqui. — Ela para e me olha sorrindo. — Me poupe dos detalhes.
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𝐁𝐞𝐚𝐮𝐭𝐲 𝐢𝐧 𝐝𝐞𝐚𝐭𝐡 - 𝐑𝐢𝐜𝐤 𝐠𝐫𝐢𝐦𝐞𝐬 (1)
Teen Fiction𝙍𝙤𝙨𝙚𝙡𝙮𝙣 𝘿𝙤𝙫𝙚. A jovem que foi criada em uma família tradicional sempre sonhou em se casar e ter uma família grande e feliz com seu amado. Após perceber que sua família não era exatamente o sinônimo de perfeição, a garota se vê perdida. S...