012

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Uma semana depois.

𝗛𝗼𝗷𝗲 𝗝𝗲𝘀𝘀𝗶𝗲 𝗱𝗲𝗰𝗶𝗱𝗶𝘂 𝗾𝘂𝗲 queria sair. Estamos na frente de um parque de diversões. Já lhe disse que ela não vai poder brincar em nada, mas ela é muito teimosa para se importar com o que digo.

— Você não vai em nada. — Afirma Pete, que também está com a gente.

— Para de graça, não vai dar nenhum problema se eu for em um brinquedo. — Insiste.

— Não, não mesmo, imagina. — Ironizo. — Claro que dá, Jessie! Você não pode ter fortes emoções. — Minhas mãos se prendem firmemente ao redor do seu pulso quando a mesma faz menção em nos ignorar.

— Que droga! — Bate na minha mão com força para se livrar do meu aperto. — Eu não posso fazer nada!

— Ninguém mandou engravidar! — Seguro com mais firmeza, mas tomando cuidado para nao machucar a minha irmã. — Se eu e o Pete falamos que não pode tem um motivo. Trate de pensar como uma mãe! — Assim que termino de falar, seus olhos se enchem d'água e ela se solta da minha mão.

— Okay, Roselyn... — Pete diz com uma voz pacífica, como se tentasse evitar possíveis desentendimentos. — A Rose está certa, amor. — Começa. — Que tal andarmos por aí e procurar um algodão doce?

Me calo na hora que iria dizer que isso é muito açúcar para o bebê, já que hoje ela comeu umas quatro fatias de bolo e um milkshake quando eu não estava, mas me contenho, ela já é adulta, se acontecer algo, será por culpa puramente dela.

Não é que eu esteja querendo ser a irmã chata, ou a irmã preocupada até demais, é só que eu estou vendo que ela não está cuidando muito bem da gravidez. Jessie nunca sonhou em ser mãe, porém, já que engravidou, e quer levar a gravidez a diante, tem que se cuidar, coisa que ela não está fazendo.

Observo os dois se afastarem de mim de mãos dadas enquanto caminham para uma barraca de cachorro quente coreano. Bufo olhando em volta.

Uma criança está ao lado de seu pai, o homem segura uma espingarda daquelas de barraca de ursos. Observo atentamente o homem atirar em três latinhas e as derrubar. A criança pula como se não houvesse amanhã. Se eu não estivesse tão longe, poderia ouvir seus gritos animados.

O dono da barraquinha pergunta qual pelúcia ela quer. Pensativa, ela para e analisa todos. Dou risada já que ela parece uma adulta fazendo uma decisão super importante. Após alguns segundos ela aponta para um Sherek todo sujo de lama — Tudo de pelúcia, obviamente — e o agarra assim que o boneco é colocado em sua frente.

Sorrio admirando a jovem com sua família. Aliso o meu suéter vinho quando sinto uma brisa fria passar por mim. Ando calmamente na mesma direção que foi o casal irresponsável.

Uma menina de, aparentemente, onze anos vem até mim e para na minha frente.

— Olá! — Exclama.

— Oi. — Cumprimento.

— Eu estou vendendo esses doces amanteigados com a minha irmã. — Aponta para uma mulher que parece ter a minha idade, um pouco mais atrás dela. Aceno para a mulher que faz o mesmo com o canto de seus lábios levantados. — Eles são caseiros. — Me estende uma caixinha de doces para mim.

— Como posso ter certeza que não os envenenou? — Digo baixinho enquanto escuto a sua doce risada.

— Nunca saberá! — Diz animada. Preocupante. — Só vai saber se provar.

— Tudo bem, mas eu quero um veneno grátis. — Ela faz uma careta. — Qual é? É a minha provinha.

— Certo. — Ela pega de um potinho já aberto e me entrega o doce. É como um suspiro de limão, branco e consistente. Mordo o doce e é como uma explosão de sabores. Fecho os olhos apreciando a comida.

𝐁𝐞𝐚𝐮𝐭𝐲 𝐢𝐧 𝐝𝐞𝐚𝐭𝐡 - 𝐑𝐢𝐜𝐤 𝐠𝐫𝐢𝐦𝐞𝐬 (1)Onde histórias criam vida. Descubra agora