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"Vamos ver ela"

"Vem, ela já pode receber visitas!"

𝗘𝘀𝗰𝘂𝘁𝗼 𝘃𝗼𝘇𝗲𝘀 𝗱𝗶𝘀𝘁𝗮𝗻𝘁𝗲𝘀 𝗲𝗻𝗾𝘂𝗮𝗻𝘁𝗼 me forço a despertar do meu curto cochilo. Olho para o relógio pendurado na parede e vejo que já são sete horas da tarde.

Fico de pé esfregando o olho na intenção de espantar qualquer resquício de sono. Olho em volta e vejo que todos, exceto meu pai, estão indo para o quarto onde, muito provavelmente, Jessie está.

— Vamos, vem ver a Jessie. — Chamo calma. Ele segura minha mão, mas não anda, ao invés disso ele me puxa e me abraça.

— Que orgulho das minhas meninas. — Beija a minha testa. Foi tão do nada que eu nem tive tempo de reagir antes de ele se soltar e ir até o quarto. Sorrio abraçando o meu próprio corpo. Meu pai nasceu para ser esse homem de família. Não poderia pedir por alguém diferente dele.

Dou passos até o quarto que todos foram e entro após dois toques na porta. Ela sorri para mim e abre os braços. Todos abrem espaço para que eu chegue até a cama. Com delicadeza, sento ao seu lado e me debruço, sem jogar peso em cima dela, para a abraçar. Afundo meu rosto no seu pescoço e posso respirar aliviada.

— Você me deu um susto. — Digo já sentindo o nariz formigar.

— Viu ele? — Muda de assunto. Concordo e um leve sorriso nasce no meu rosto. Ela afaga as minhas costas e nós nos soltamos.

— Parabéns. — Sorrio e beijo sua testa. Procuro o meu cunhado com o olhar e me levanto indo até ele. O abraço e afago carinhosamente suas costas, assim como fiz com Jessie. — Parabéns.

— Obrigado. — Sorri e nos afastamos.

— Quando vamos poder ver ele? — Uma amiga dela diz eufórica.

— Vai ter que esperar um pouquinho. — Ela ri triste. — Quando ele completar um mês vão fazer os exames e ver se ele está liberado para vir para casa. — Dá a mão para Pete.

— Entendo... — Todos na sala caem em um silêncio estranho.

— Bom, o importante é que todos estão bem! — Bato minhas mãos em um estalo e sorrio. Todos concordam e em segundos engatam em uma conversa aleatória.

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Escutamos batidas na porta e uma enfermeira entra.

— Olá! — Sorri simpática. — O horário de visita acabou. A mamãe vai ter que descansar e jantar. — Aponta para o carrinho de comida que traz junto de si. — Boa noite, pessoal. — Acena para os que passam por ela.

Me viro para os novos pais e beijo a cabeça da minha irmã.

— Melhora logo, hein. — Acaricio seu cabelo. — Não deixa ela fazer esforço. — Digo para Pete e ele concorda sorrindo empático.

— Acho que temos uma amiga cuidadosa aqui. — A enfermeira comenta.

— Irmã. — Corrijo gentilmente.

— Oh, por isso todo esse cuidado. — Inclina a cabeça rindo suavemente. — Ela está em boas mãos. — Concordo.

— Certo... — Dou uma última olhada e me viro. — Boa noite. — Digo para a enfermeira que responde e logo saio fechando a porta.

Poucos sobraram. Estão apenas a minha família. Meus primos, tios e pais.

— Você vai para casa, querida?

𝐁𝐞𝐚𝐮𝐭𝐲 𝐢𝐧 𝐝𝐞𝐚𝐭𝐡 - 𝐑𝐢𝐜𝐤 𝐠𝐫𝐢𝐦𝐞𝐬 (1)Onde histórias criam vida. Descubra agora