Capítulo 13

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Jungkook se encolheu em cima daquela maca, mesmo com o corpo doendo, ele abraçou os próprios joelhos e chorou.

Seu choro que antes era baixo foi se tornando alto e angustiante.

Sua voz estava tão rouca que sua garganta arranhava, dolorida, mas ele só conseguia chamar pelo ômega e pedir para voltar.

- Por favor … - Jeon murmurou entre o choro, seus rosto já estava vermelho e seus olhos fechados apertados, não queria estar naquele lugar, queria o seu ômega, sua filhote e seu filhotinho que não teve nem a chance de ver o seu rostinho ao nascer.

Queria ter a certeza que o seu ômega estava bem depois do parto, queria estar com ele, o embalar em seus braços e em seu cheiro.

Tinha prometido que estaria com ele a todo momento e agora estava ali.

A porta do quarto foi aberta brutalmente, o homem parado na entrada arregalou os olhos e correu até o paciente, tocando a sua testa e tentando o deitar corretamente, mas ele só chorava e pedia para voltar, que queria voltar.

- Jungkook! - Jeon chorou mais alto ainda quando escutou a voz do seu ômega, ele precisava voltar!

- Jimin… - a pessoa alisou a sua bochecha, limpando as lágrimas quentes que desciam e afastou o cabelo da testa do moreno - ômega…

- Eu tô aqui, Jungkook - Jeon negou com a cabeça e enterrou o rosto no travesseiro, sua respiração era agoniante para o homem que tentava o acalmar.

- Não está, eu quero o meu ômega - o moreno falou entre o choro, a voz do seu pequeno era tão real, mas ele sabia que no momento que abrisse os olhos ele sumiria. - Eu quero voltar!

Suspirando, o médico se afastou da maca e preparou uma ampola de diazepam e aplicou no soro que estava ligado ao acesso no braço do moreno.

Jeon foi murmurando e aos poucos adormeceu.

- Eu sinto muito, Jungkook. - o médico o cobriu e saiu do quarto, deixando o moreno adormecido para trás.

[...]

Quando o moreno acordou já era noite, ele suspirou cansado e olhou em volta no quarto, parando os seus olhos em uma mesinha ao lado da cama que estava tinha porta retratos dele com a sua família e amigos.

Em especial uma foto sua abraçando o ombro do seu irmão Seokjin.

Não tinha coragem de saber que data era, não tinha vontade de estar naquele mundo.

Preferia a morte do que viver sem o seu Jimin.

- Não posso acreditar, você acordou mesmo! - uma voz o tirou do seu devaneio e ele olhou para a porta que se abriu vendo o rosto tão conhecido por si entrar, ele fechou os olhos e deixou uma lágrima escorrer.

- S-seok… - Jeon murmurou choroso e Seokjin foi rápido em chegar perto dele e o abraçar, Jungkook chorou feito uma criança no ombro do irmão, não conseguia formular uma palavra, não precisava, só queria ter alguém para abraçar e deixar a dor sair, ou uma parte dela.

- Tá' tudo bem - Jin sussurrou e o moreno negou com a cabeça agarrando o seu corpo, tremendo entre os soluços - vai ficar tudo bem, kookie.

- Eu perdi ele - Jungkook soluçou as palavras, mesmo não entendo, Seokjin conseguia sentir a dor que o seu irmão estava sentindo, ele não parecia aliviado por ter finalmente saído de um coma de quase seis meses, não, ele parecia está arrasado. - Eu perdi, perdi tudo!

- Você acordou, Jun! - Seokjin o puxou, segurando pelos ombros e olhando em seus olhos molhados e inchados - você acabou de voltar a vida, não perdeu nada, pelo contrário.

- Eu não quero essa vida! - Jungkook de exaltou, fazendo o outro homem se assustar - eu quero o meu Jimin, quero ele de volt…

- O doutor Park? - Seokjin inclinou a cabeça para o lado, sem entender.

Para ele, Jungkook acordou louco, entendia que era difícil voltar para a vida depois de tantos meses desacordado, mas aquele estava longe de ser o seu irmão.

O Jungkook que conhecia nunca choraria como uma criança para ter outro homem ao seu lado.

- O doutor Park acabou de entrar de plantão - Seokjin falou, olhando para os olhos abatidos do moreno, Jungkook sentia o seu peito bater sem parar, sua respiração saiu ruidosa e dolorida - ele sempre vem te ver primeiro, fica calmo que daqui a pouco ele chega.

Mesmo sem saber o'que fazer, Jungkook deitou na cama novamente e se encolheu como Ha-ru fazia em dias de chuvas e corria para os seus braços.

A lembrança da filhote procurando abrigo nele o fez chorar novamente.

Nunca mais veria a sua filhote, não iria vê-la se tornar uma alfa digna e respeitosa, mas sabia que Jimin a criaria muito bem.

Pensar em seu Jimin fez o seu peito doer, Jimin estaria sozinho com um filhotinho agora, sem a sua presença para esquentá-lo durante a noite e sem o cheiro para acalmar o seu lobo ansioso.

Seokjin ficou ali, em silêncio vendo o seu irmão chorar e murmurar o nome do médico sem parar. Tinha tanta saudade e dor naquilo que o mais velho estava começando a ficar preocupado.



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TALVEZ UMA HISTÓRIA DE AMOR - JIKOOK/ABOOnde histórias criam vida. Descubra agora