7. Dear Memory

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Ou tentar ficar pelas crianças quando continuar como está
Só partirá ainda mais o coração deles

Aquela velha e familiar dor corporal
Os estalos das mesmas pequenas rupturas na sua alma
Você sabe
Quando é hora de ir

— It's Time to Go, Taylor Swift

Na jornada da vida, não há uma garantia de que as memórias serão eternas, mas é inegável que elas desempenham um papel fundamental em moldar quem somos e como percebemos o mundo ao nosso redor. As lembranças são parte de toda uma vida, são fragmentos que constroem histórias, tornando-nos mais humanos.

A perda de memória representa não apenas uma lacuna no passado, mas também a ameaça de uma existência vazia, privada das lembranças que dão significado e profundidade à nossa experiência na terra. Esvaecer lembranças é se assegurar de que uma parte da sua história será apagada brutalmente.

E quem somos sem lembranças? Quem somos sem nossa história?

Ao longo dos últimos séculos, a evolução da fotografia desempenhou um papel vital na preservação dessas recordações. De técnicas como a câmara escura até a era digital, a capacidade de capturar momentos importantes tornou-se cada vez mais acessível e necessária. Essa evolução não apenas permitiu que todas as classes sociais registrassem suas memórias, mas também facilitou a preservação dessas lembranças.

Lembranças, fotografias e memórias. Todas são palavras chaves para descrever uma vida.

Porque lembranças são como fotografias guardadas ao longo do tempo. Algumas são vivas e vibrantes em nossa cabeça, enquanto outras se desbotam com os ciclos, mas todas carregam consigo histórias, memórias e emoções que nos moldam.

E mesmo que evitemos falar sobre o passado, ele sempre viverá dentro de nós, como uma chama que nunca se apaga, ainda que não seja alimentada.

As fotos foram deletadas, apesar de Louis não desejar apagar Harry de sua vida. Ele era seu passado, ele sempre estaria ali. Entretanto, estava entrando na fase do adeus.

Adeus passado. Adeus quem um dia fui. Adeus lágrimas que um dia chorei. Adeus, adeus, adeus, sem a existência de um até logo.

Fora um processo demorado até que Louis tomasse a consciência de se despedir. E, obviamente, ele ainda não estava encarando isso da melhor maneira. Mas todo caminho havia um início, toda história continha um prólogo. O de Louis se iniciava na manhã em que ele levantou sem a presença de Harry, sem que caçasse desesperadamente por seu corpo.

O medo havia se esvaido de seu corpo durante a madrugada, sendo substituído pelo abraço quente de Harry e suas canções cantadas como um canto de sereia. Quando a luz voltou, eles saíram do banheiro em silêncio, e todas as lembranças de Louis resumiam-se em adormecer ao lado de Styles, ganhando um beijo breve em sua testa.

Por algum motivo, mesmo dormindo, ele notava a presença de Harry pela noite, assim como notou sua ausência pela manhã, antes mesmo de despertar. Então, com seus olhos ainda embaçados, um pequeno bilhete fora encontrado grudado no abajur prateado. A letra tremida deixava evidente o nervosismo de Harry, mas suas palavras curtas eram a prova de que ele estava consciente ao escrever.

"Espero que você possa encontrar a cura para seus medos.

Com amor, H"

Esse foi o pequeno bilhete, vindo com palavras sinceras que Louis temia acreditar totalmente. Aliás, Harry torcia mesmo para que ele encontrasse refúgio em outras coisas? E se fosse mesmo verdade, por que ele ainda voltava sempre?

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