DUAS VEZES VOCÊ | jikook

PRÓLOGO

⚠️ a fanfic não é escrita com aspas, relaxem. Nesse cap tá assim pois são lembranças.

peguem os lencinhos 🤧

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Quando você é um adolescente de quatorze anos, Bissexual, com uma mãe extremamente preocupada e um pai homofóbico, você não se pensa muito no ato, só nas consequências. Ou seja, qualquer flerte que eu pensava em dar à algum garoto, já me vinha na mente oque aconteceria se meus pais descobrissem. Foi assim até os quinze, sim, um ano pareceu uma grande eternidade pra mim.

Eu estudava em um colégio interno só para garotos, foi assim desde que acabei o primário e já poderia entrar em uma escola normal. Eu tinha meu grupinho de gente, me lembro bem do rosto de todos os meus amigos e me lembro de Hoseok e Seokjin estarem no meio deles. Éramos do time de basquete, participavamos de um grupo de estudos e isso nos tornava um pouco populares, digamos assim. Até então, só Hoseok sabia do fato de que eu gostava de homens, eu havia o contado depois que ele me viu tendo um puta gay panic quando vi Damon Salvatore sem camisa em um dos episódios de the vampire diares. Ah para, ele é uma delícia vai.

Meu segredinho durou até o primeiro ano do ensino médio, quando Park Jimin entrou na escola pela primeira vez. Me lembro bem dos cabelos castanhos ajeitados e do rosto avermelhado, como se tivesse chorado a pouco tempo. Me lembro de deus lábios cheios e de seu corpo desenhado e bonito naquele uniforme breguissimo azul. Ele era um deus grego na minha visão.

Eu, sendo atirado, falei com ele no primeiro dia. Dei uma de bom moço e o ajudei a se achar pela escola, perguntando se ele estava bem e o consolando quando ele disse que só estava sentindo saudades de casa. Ele me disse que tinha uma irmã mais nova, me lembro dele ter contado sobre ela e dito que iria sentir sua falta.

Nos tornamos tipo, super amigos inseparáveis o ano inteirinho. Meu colega de quarto fez a mão e trocou de dormitório com Jimin, deixando então ele ficar ali. Era bom, muito bom, me lembro de passarmos noites acordados maratonando séries idiotas e se entupindo de doces para acordar mal no dia seguinte. Eu gostava de como ele era extremamente organizado com absolutamente tudo e de como sua parte do quarto era diferente da minha. Eu sabia de suas manias, seus costumes. Sabia que ele só colocava alguma bebida de lata em um copo se soubesse que todo líquido ia caber, sabia que ele amava morangos e odiava amendoins, sabia que ele tinha dedos pequenos e por isso usava anéis em todos eles pra disfarçar o tamanho, eu sabia que ele queria muito pintar o cabelo de loiro mas tinha medo de cair os fios, sabia que ele tinha o sonho de ir pra Tóquio. E eu sabia que toda noite ele ia deitar comigo sempre depois que eu apagava e saia antes de eu acordar. Ele não sabia, mas eu sabia disso.

No segundo ano, no primeiro dia de aula depois das férias, ele apareceu com uma camiseta de basquete azul, com o meu nome. Era a minha camiseta. Eu me lembro de ter sentido minhas bochechas queimarem e de sentir meu corpo inteiro pulsando como se o meu coração estivesse o solavancando por inteiro. Por que ele ficou simplesmente uma delícia com a minha camiseta. Ai porra.

No começo do ano, ele descobriu que eu tinha um caderninho onde eu fazia alguns desenhos aleatórios, isso inclui alguns desenhos seus. Quase chorei de desespero, mas então ele confessou sobre dormir comigo o ano passado inteiro. Eu ri, fingindo que não sabia. Me senti aliviado em não ter um segredo sozinho. Passamos a dormir juntos nesse ano, sua cama ficava arrumada da mesma forma a semana inteira por não usa-la, já que ele ficava sempre na minha. Eu gostava, gostava de ter seu cheiro sempre comigo e no meu travesseiro. Gostava de como ele me abraçava como uma criança com medo e de como eu beijava seu pescoço bem abaixo da orelha. Esfregando o nariz em seu lóbulo de um jeito bom.