Prólogo

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O baile de outono em Thorpez estava animado e cheio. Nobres de todos os lugares estavam presentes na comemoração do início de uma estação, jovens solteiras prontas para arranjar um marido e homens solteiros prontos para encher a cara.

A princesa de Thorpez Grace Duan, estava ao lado de seu pai, o soberano do reino. Ambos aguardavam a chegado de um rei, um herói de guerra, rico e poderoso, sem contar que seu reino era imbatível em comparação a todos os outros e quais quer questões.

Mas, certo rei não possuía uma rainha e não desejava ter, ele apenas continuava solitário governando seu reino como fazia muito bem sozinho. Mas de certa forma ele acabou aceitando o convite do rei de Thorpez, tal governante era muito insistente, e o rei solitário acabou aceitando seu oitavo convite afim de não criar conflitos com o reino vizinho.

Todas as damas solteiras estavam aguardando a chegada do rei solitário, diziam que ele não saia muito de seu castelo, afinal, por esse motivo foi lhe dado o apelido.

Os boatos que corriam pelos reinos era de que ele era um homem cujo o rosto parecia ter sido desenhado pelos deuses, era a personificação da beleza, mas o que tinha de encantador, tinha de frieza.

A lógica diz que seus inimigos devem te temer, mas com ele era diferente, até mesmos seus aliados tomavam cuidado com o que falavam.

Ao pisar no salão de baile, a música parou, a dança cessou e toda a atenção se voltou para o rei solitário que acabará de passar pela porta.

Ele caminhou com elegância e confiança em direção ao trono, onde residia o rei de Thorpez, fez uma breve reverência.

- Rei Duan, agradeço por ter me convidado para o baile anual de outono. - o rei Duan se levantou de seu trono se aproximando do rei solitário.

- Eu que agradeço pela sua presença. - o rei de Thorpez fez um movimento com a mão e sua filha Grace se aproximou. - Gostaria de apresentá-lo minha filha mais velha, Grace Duan.

Não dava para negar, a garota era lindíssima, cabelos dourados como o sol, olhos verdes como folhas na primavera, pele clara como neve no inverno, uma postura graciosa assim como seu lindo vestido azul celeste.

O rei solitário, por breves segundos cogitou chamá-la para dançar, mas então um pequeno movimento a sua esquerda lhe chamou atenção, cabelos castanhos se movimentavam conforme a donzela caminhava apressadamente para fora do salão, tal pessoa passará despercebida por todos os convidados, afinal, os olhos estavam no rei solitário.

- É um prazer, alteza. - o jovem rei cumprimentou a princesa que logo sorriu com ganância.

Grace adorava saber que ele estava lhe dando atenção, o homem mais cobiçado dos reinos estava agora a sua frente lhe cumprimentando, enquanto as outras jovens babavam e a invejavam.

Mas, logo depois a música voltou a tocar, e o rei solitário se misturou no meio do povo, indo para o lado de fora a procura da garota misteriosa, o ar fresco da noite encheu seus pulmões de alívio, ele não gostava de tanta atenção.

Procurando a garota de vestido rosa claro e cabelos castanhos não demorou para encontra-la sentada na grama escostada em um arbusto, pela posição em que estava não parecia nada confortável.

Ele se aproximou e notou que a garota estava bêbada.

- Com licença...

- Só mais cinco minutos, pai. - a garota resmungou fazendo-o arregalar os olhos.

Já fora chamado de muitas coisas, mas de pai foi a primeira vez.

- Senhorita, precisa de ajuda?

Ela abriu um olho lentamente.

- Estou tonta.

- A senhorita quer que eu chame alguém?

- Eu não tenho ninguém.

O rei se ajoelhou em frente a dama, logo ficando encantado com sua beleza, não era tão bonita como Grace, mas a garota misteriosa possui um ar inocente e doce.

- Quer que eu a leve para algum lugar?

- Sente-se comigo e pare de falar um pouco, minha cabeça está doendo.

Veja só, um rei imponente como ele havia acabado de receber uma ordem de uma garotinha bêbada, e adivinhe só, ele obedeceu sem hesitar.

A garota deitou a cabeça em seu ombro.

- Meu nome é Lília.

Sussurrou.

- Encantado Lilia.

- Você gosta de estrelas?

- Como?

- Estrelas? Você gosta?

Ele olhou para as estrelas.

- Nunca as dei devida atenção para saber.

Ela riu.

- Eu também nunca. Só estava puxando assunto, é que uma vez li em um livro um casal apaixonado falando sobre estrelas.

- Sobre o que eles falavam?

- Que eram como o amor, que não importava o tamanho da escuridão que as cercasse, o brilho delas jamais seria apagado. Assim como o ódio, rancor, guerra e medo jamais pode acabar com o amor.

- Bonita descrição.

- Eu gostei também.

- Você gosta de livros de romance.

- São meus favoritos.

- A senhorita é casada?

- Só com quem eu amo... - adormeceu.

Naquela noite, Lilia jamais saberia o que acabará de fazer, sequer se lembraria que havia roubado a atenção e o amor do rei solitário somente para ela.

Cartas para o ReiOnde histórias criam vida. Descubra agora