Décima Sétima Carta

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PARA VOSSA MAJESTADE O REI DE VAKRUT

Quando chegamos em Merídia fiquei admirada, era tudo lindo e perfeito, o reino mais bonito que eu já havia visto em toda a minha vida. Era exatamente como dizia os boatos, não havia pobreza, todos viviam bem, até mesmo aqueles que não pertenciam a nobresa.

As casas e mansões eram belíssimas, as ruas eram de pedras raras, havia canteiros de flores enfeitando as casas. O clima estava favorável, havia sol, mas havia o vento fresco, as pessoas usavam roupas leves e coloridas, as mulheres usavam seus cabelos trançados e os homens que tinham cabelos compridos usavam presos em coques.

As crianças brincavam de bola, ou corriam em volta das casas, conforme nossas carruagens iam passando, alguns pares de olhos nos encaravam com curiosidade, outros chegaram até a nos cumprimentar com sorrisos.

Não havia julgamento.

As pessoas eram felizes.

Eu nunca imaginei que pudesse existir um lugar assim.
Paramos em uma mansão que Harris alugou para passarmos alguns dias, eu desci me espreguiçando, minhas pernas já estavam dormentes de tanto ficar dobradas dentro da carruagem.

Eu precisava de um banho urgente.

__Sejam bem-vindos! __um homem bem vestido que julguei ser o mordomo da casa, nos recebeu na entrada. __Já ordenei que preparassem os banhos e os quartos para que vocês possam descansar da viagem.

__Muito obrigado, poderia nos mostrar os quartos? __Kiligan trocou palavras com o mordomo que logo nos guiou para dentro da mansão.

Não pensei que fosse ser tão linda por dentro quanto por fora. As paredes eram beges com colunas enormes que iam até o teto, e nele já desenhos de reis e castelos, até de anjos. O chão era claro, um tom de bege mais claro que a parede.

Depois de nos mostrar os quartos, eu fui até o meu tomar um banho e descansar, meu pai estava com um pouco de enxaqueca, então disse que iria dormir, o velho Harris foi caçar com Kiligan, e Bryce assim como eu havia tomado banho.

Nós duas fomos nos aventurar pela mansão, tinha lugares interessantes, e a arquitetura era totalmente diferente da de Thorpez.

Estávamos ansiosas para o baile, logo o mordomo veio até nós para que fossemos experimentar os vestidos, Jack não saia de meus pensamentos, eu esperava Kiligan voltar da caçada para me informar onde Sr. Levã morava.

Mas com a prova dos vestidos, acabou ficando muito tarde, por fim, só me restava desejar vê-lo no baile, que aconteceu naquela noite. O vestido escolhido por mim foi azul vibrante com mangas bufantes de tule, na cintura era apertado, mas no quadril era solto, com o tule enfeitando a saia.

Sapatos de salto branco, meu cabelo foi preso em um coque firme com duas mechas soltas na parte da frente, colar e brincos de diamante e as luvas brancas.

Bryce estava com um vestido verde de setim, lindo, combinou muito com ela, o cabelo também estava amarrado em um coque.

Foi um longo caminho até o baile, aconteceria no castelo, havia uma fila de carruagens para deixar os nobres em frente a entrada do palácio real.
Eu já estava começando a suar de nervosismo por talvez encontrar Jack neste baile.

__Acha que Jack estará no baile? __perguntei ao Kiligan, ele apenas sorriu e assentiu.

__Jack é um nobre muito importante em Merídia, jamais perderia um baile. __meu nervosismo aumentou, minhas pernas haviam se tornado gelatinas.

Derrepente o vestido parecia sufocante assim como o ar a minha volta.

__Fique calma, Lili, vai dar tudo certo. __Bryce tocou meu braço me reconfortando.

Cartas para o ReiOnde histórias criam vida. Descubra agora