Sétima Carta

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PARA VOSSA MAJESTADE O REI DE VAKRUT


No dia seguinte eu fui devolver o livro para a biblioteca, eu não conseguia terminar porque aquele romance parecia muito com o que estava acontecendo entre nós dois.

Aquele livre estava me assombrando.

Mas mesmo assim eu precisava ocupar a minha mente para não ficar pensando em você, então procurei por outro livro, enquanto eu passava pelos corredores de estantes, ouvi passos pesados no outro lado da imensa estante de livros.

Eu olhei pelas frestas curiosa e vi você, Majestade. Estava lá me olhando, me observando, eu me assustei levando a mão ao coração e soltando um grito.

Você se lembra de como riu de mim?

Comecei a me apressar para sair de lá, mas você me seguiu até trombarmos na curva do corredor. Seu braço rodiou minha cintura, e você me empurrou de volta para onde eu estava. Eu suspirei desesperada, fugindo de você, mas quanto mais eu me afastava, mais você se aproximava e isso me apavorava.

Eu queria evitar que as coisas ficassem sérias entre nós, se você fosse menos teimoso daria certo, Majestade, talvez eu não estaria arruinada agora se você tivesse parado.

Lembro-me que nem deu tempo de me afastar e você foi tomando meus lábios, tão forte e ardente quanto a vez do terraço, eu fiquei sem reação, petrificada.

Suas mãos estavam mais atrevidas, apertando minha bunda, cintura, coxa e nuca. Você até puxou meu cabelo desmanchando meu coque.

Eu dei um tapa em seu peitoral duro de músculos, mas isso não o parou, então eu mordi sua língua atrevida. Senti o gosto de sangue em minha boca e você se afastou, finalmente.

Fiquei desnorteada por um tempo, já você me encarava com desejo puro e louco. Eu estava confusa e tonta, só queria sumir dali para que todos aqueles sentimentos parassem de borbulhar dentro de mim.

__Atreveu-se a morder seu rei. __disse sorrindo maliciosamente. Você adorou que eu fiz aquilo, pareceu até que te instigou mais ainda.

__Perdoe-me, mas vossa majestade não estava me soltando.

__Porque eu não queria te soltar.

__Quando um não quer dois não fazem. __você levantou uma sobrancelha me desafiando, eu estava lhe dando lição de moral e você se divertiu com aquilo.

__Você não quer? Tem certeza?

__Absoluta. __minha voz falhou e você sorriu se aproximando. __Pare! __você parou quando falei alto. __Isso tudo está errado, majestade, agora eu sei sobre a Grace e isso muda tudo, eu a amo muito e não posso magoa-la.

__Eu entendo, mas o que sinto por você me faz passar por qualquer que seja as consequências.

__As consequências irão pesar mais para mim, majestade. __aquilo pareceu te fazer relutar contra tudo que estava sentindo. __Eu ficarei arruinada, sem minha amiga, sendo a vergonha de minha família e mal falada na sociedade.

__Eu sinto algo por você...

__Vossa majestade não pode me ter! Eu quero me casar, ter uma família, ser uma ESPOSA! __seu silêncio foi bom para mim, você me deixou dizer tudo o que eu queria sem me interromper. __O que está me pedindo vai contra tudo o que desejo para meu futuro.

__Lili... __você me chamar daquela forma fez-me lembrar da Grace, ela era a única que me chamava assim.

__Eu preciso ir. __eu fui mais rápida que você, consegui sair de lá.

Quando cheguei no meu quarto aquele dia eu senti um alívio tão grande que cai no chão em frente a porta respirando fundo.

Você me deixava desesperada e muito assustada com tudo o que eu estava sentindo.

Cartas para o ReiOnde histórias criam vida. Descubra agora